Capítulo 16

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Pitbull

Não demora muito até que eu chegue na boca. Vejo alguns vapores trabalhando, passo direto e sigo em direção a minha sala. Preciso dar um jeito de descobrir que dia vai ser essa invasão, no momento essa é a minha prioridade.

— Me diz exatamente o que ele disse — digo, me sento em minha cadeira e espero até que Trovão comece a falar.

— O X9 que tá lá falou que ouviu o Monstro falando que tava planejando uma invasão aqui. Ainda não sabemos que dia vai ser, mas ele falou que vai ficar de olho lá para tentar descobrir — diz com uma expressão séria no rosto.

— Se tiver qualquer novidade sobre isso me avisa na hora.

Ele assente e sai da sala, me deixando sozinho. Preciso dar um jeito de descobrir que dia vai ser essa invasão para poder me preparar.

Suspiro e passo as mãos em meus cabelos, preciso colocar o trabalho em dia já que fiquei o dia todo fora. Por mais que agora vou ter que passar a noite resolvendo tudo, não me arrependo de ter saído com a Aurora, ver aquele sorriso dela faz todo o trabalho valer a pena.

Um sorriso involuntário surge em meus lábios ao me lembrar de como ela ficou feliz com aquele cachorro, achei encantadora a forma como ela estava cuidando dele.

Podemos descobrir muito sobre o caráter de uma pessoa ao vê-la interagindo com algum animal, somente o pior tipo de pessoa maltrata um animal.

Começo a analisar o dinheiro que já recebi pelas mercadorias, observo atentamente para ver se está tudo certo. As vezes aparece um pessoal que é idiota o suficiente para ficar me devendo, obviamente eles sempre acabam mortos.

Depois de muito tempo trabalhando ouço o barulho da porta abrindo, desvio meu olhar dos papéis e vejo a Beatriz entrando.

Ela está usando um vestido azul extremamente apertado. Na verdade nem sei se isso pode ser chamado de vestido, ele mal cobre a bunda, tem um decote enorme e deixa as costas visíveis.

— Oi amorzinho — ela diz, coloca sua bolsa em cima da minha mesa e começa a se aproximar de mim.

— Já falei para não vim me procurar Beatriz. E não sou seu "amorzinho" — mantenho uma expressão fechada no rosto mas por dentro a única coisa que sinto é aborrecimento.

Eu fico com a Beatriz as vezes, mas ultimamente ela tem sido apenas um aborrecimento para mim. Sempre que me envolvo com alguém deixo claro que não quero nada sério, que é apenas sexo sem compromisso.

Mas a Beatriz parece não ter entendido isso, ela fica espalhando pelo morro que é minha fiel e vem cheia de gracinha pra cima de mim me chamando de "amorzinho", já tô de saco cheio dessa garota.

— Eu estava com saudades, faz tempo que você não vai lá em casa — ela senta no meu colo sem esperar minha autorização e passa os braços ao redor do meu pescoço.

Perco a paciência e empurro ela, fazendo com que ela saia de cima de mim. Me levanto e seguro seus pulsos.

— Olha aqui Beatriz, parece que você esqueceu quem eu sou ou perdeu a noção do perigo. Esse é o último aviso que eu vou te dar, se você ficar pagando de minha fiel pra cima de mim eu vou raspar esse seu cabelo, ou vou te meter a bala, vai depender do meu humor. Mas já vou avisando, meu humor não está nada bom, então acho melhor você sumir da minha frente agora — solto seus pulsos assim que termino de falar e a encaro com um olhar ameaçador.

Ela parece notar que estou falando sério e sabiamente pega sua bolsa, se vira e sai.

Depois de um tempo, quando sei que ela já não está mais aqui na boca, saio da minha sala para dar um recado.

— Vou falar pela última vez, não é pra deixar aquela mina entrar na minha sala. Se isso acontecer de novo ela não vai ser a única que vai levar tiro — grito para os vapores e volto para minha sala sem esperar uma resposta.

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⏰ Última atualização: Sep 27, 2021 ⏰

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A nova moradora do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora