II

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Já tinham se passado semanas desde aquele ocorrido na escola, e até hoje, as tosses não aconteceram novamente, o que comprova minha teoria de isso ser apenas um fruto estranho da minha imaginação.

Meus pais ainda não sabem sobre esse ocorrido, e nem quero que saibam, pois do jeito que eles são, provavelmente irão ficar me perguntando se eu estou bem vinte e quatro horas por dia, arranjando um jeito para resolver isso, ou até pedindo para Emma ou Norman verificarem se isso está acontecendo na escola, e isso pioraria tudo!

Lembro de um dia, eu tinha uns sete anos, eu havia tropeçado em uma pedra e caído no chão, consequentemente ralando meu joelho. Minha mãe ficou tão preocupada, que disse que eu não poderia sair do quarto até eu melhorar, por causa de um pequeno arranhão no joelho! Meu pai tinha até tentado fazer ela mudar de ideia, mas quando ela tem uma ideia na cabeça, não muda por nada.

Literalmente nada.

Outra vez quando eu ainda estava aprendendo a cozinhar, e quando fui usar a faca, acabei cortando meu dedo, um simples corte. Resultado disso? Minha mãe me proibiu de usar a faca por uma semana.

Eles são preocupados, principalmente minha mãe, e eu não odeio isso, pelo contrário, acho bom que se preocupem comigo, afinal, é melhor do que não se preocuparem nenhum pouco comigo. Porém, as vezes as preocupações deles passam dos limites, e algumas vezes eu até consigo convencer eles de que não precisam ficar preocupados, mas outras, nem adianta tentar porque sei que não vai dar certo.

Ouvi algumas batidas na porta, logo vi meu pai aparecer enquanto abria a porta.

— Ray, já que hoje você não vai ter aula por causa do feriado, eu e sua mãe tivemos a ideia de sairmos hoje. O que acha?

— Ok. — Dei de ombros e ele sorriu.

— Tá bom, vai se arrumar que eu e Isabella vamos te esperar lá embaixo.

Meu pai saiu do quarto e fechou a porta, então eu me levantei da cama e fui para o banheiro para tomar banho e depois poder me trocar.

Hoje não teria aula na escola, já que seria feriado. Eu tinha decidido ficar em casa, mas como meus pais tiveram essa ideia repentina, concordei em sair com eles, pois caso eu negasse, meu pai poderia ficar um pouco triste já que quase não saímos juntos.

Minutos depois, terminei o banho e fui para o meu quarto com a toalha amarrada em minha cintura. Fui até o guarda-roupa e peguei uma roupa, começando a vestir. Depois, guardei a toalha no banheiro e arrumei meu cabelo, mesmo sabendo que ele iria ficar bagunçado depois, ele até que fica bonito bagunçado.

Peguei meu celular, coloquei no bolso e saí do quarto, descendo as escadas e vendo meus pais sentados no sofá.

— Cheguei. — Falei enquanto me aproximava deles, logo eles se levantaram e olharam para mim com um leve sorriso no rosto.

— Está bonito! — Minha mãe disse enquanto andava até mim e passava a mão nos meus cabelos. — Também, como não seria puxando a lindeza de mim?

— Ele puxou de mim. — Meu pai falou enquanto olhava para minha mãe.

— Não. De você ele puxou.... Metade da inteligência.

— E a outra metade?

— Minha.

Eu ri e logo eles riram junto. Nós saímos de casa e fomos andando até uma praça que tinha perto de casa enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias, como minha escola, o trabalho da minha mãe, o trabalho do meu pai, e várias outras coisas.

Quando chegamos na praça, meu pai ficou falando de vários acontecimentos que tinha acontecido naquela praça, como a primeira vez que aprendi a andar de bicicleta, como eu conheci Emma e Norman, acidentes constrangedores que me fizeram ficar bastante envergonhado.

As Flores (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora