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Semanas se passaram; minhas tosses pioravam a cada dia; eu ajudava Norman a pedir Emma em namoro; Don ficava me vigiando praticamente toda hora, na esperança de conseguir alguma prova que os fizesse acreditar nele. Resumindo, minha vida está uma merda até agora.

Por sorte, meu remédio já tinha chegado. É bem ruim de tomar ele, mas é melhor do que ter que aguentar várias tosses frequentemente.

Quando comecei a tomar o remédio, tive que faltar às aulas para me acostumar por causa dos efeitos colaterais, que de acordo com o médico, iriam passar depois de uns dois dias tomando o remédio. Mas, na realidade, esses dois dias se tornaram sete dias. Enfim, a lógica.

Porém, hoje eu iria voltar para a escola. Meus pais queriam que eu ficasse pelo menos mais um dia, para me recuperar mais um pouco, mas eu respondi que já estava tudo bem e que eu já estava totalmente recuperado.

Peguei a mochila que estava em cima da cama e sai do quarto, descendo as escadas e vendo meus pais sentados na mesa enquanto comiam o café da manhã e conversavam entre si.

— Ray! — Meu pai falou após notar minha presença, logo sentei do lado da minha mãe e comecei a tomar o café. — Bom dia!

— Bom dia pai. Bom dia mãe.

— Bom dia. — Minha mãe disse enquanto mostrava seu sorriso gentil de sempre. — Dormiu bem?

— Dormi sim.

— Que bom! Olha, eu sei que você disse que já está recuperado, mas... Tem certeza que não quer faltar hoje?

— Eu já faltei uma semana. Se eu continuar faltando, vou acabar diminuindo minha média no boletim, e até repetindo de ano. Afinal, tem um limite de faltas. — Falei olhando para minha mãe.

— Ok. Mas, se não estiver se sentindo bem, pode ligar para mim ou para seu pai para irmos te buscar, ou pode ir na diretoria e conversar com ela, provavelmente ela irá deixar você sair.

— Não precisam se preocupar, qualquer coisa eu irei ligar para um de vocês. — Meus pais logo sorriram animados e começaram outro tipo de conversa.

Após terminarmos o café da manhã, meu pai ajudou minha mãe com a louça e depois fomos para o carro, começando a conversar novamente.

— Chegamos ao seu destino, Ray. — Minha mãe falou enquanto parava o carro.

— Tenham um bom dia. — Falei pegando minha mochila e abrindo a porta.

— Ray. — Ouvi minha mãe falar antes de eu fechar a porta. — Trouxe o remédio?

— Trouxe.

— Ok. Não esqueça dos horários para tomar, 8:30 e 16:30.

— Eu não esqueci.

— Vou te buscar de noite.

— Tá. Tchau mãe. Tchau pai.

— Tchau! — Os dois disseram e eu fechei a porta, começando a andar até a escola.

Quando entrei, sentei no banco e peguei um livro junto com os fones, mas quando fui colocar a música, me deparei com uma certa ruiva que estava olhando para mim preocupada.

— Por que faltou a semana inteira?! — Era Emma. — E ainda, não falou o motivo de ter faltado para ninguém!

— Só tive alguns problemas. Não eram graves, então achei que não precisava falar. — Voltei a olhar para meu celular, começando a escolher uma música.

— Que problemas? — Me surpreendi após ouvir a voz de Norman do meu lado. Quando ele veio aqui que eu não vi?!

— Problemas em casa. Nada que precisem se preocupar.

As Flores (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora