XII

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Conforme as semanas foram se passando, Norman parecia ficar mais preocupado comigo. Ele até fez algumas perguntas para mim sobre minha doença, perguntando se poderia me ajudar, eu disse que não precisava pois ele já tinha várias coisas para fazer, porém, não adiantou nada eu falar isso, pois mesmo assim ele insistiu em me ajudar.

Ele perguntou se eu queria contar para os outros, e eu respondi que ainda estava pensando nisso pois minha mãe tinha me feito mudar de ideia em relação a isso.

Minhas tosses pioravam a cada dia, chegando a serem mais e mais frequentes mesmo com a utilização do remédio. Até pensei que o remédio tinha parado de fazer efeito, e resolvi ir ao médico sem meus pais saberem. Sim, eu fui ao médico sem eles saberem. Posso me encrencar por causa disso? Posso. Mas o médico não pode contar nada sobre a consulta do paciente, caso contrário, pode ser denunciado. Então, não acho que eles vão descobrir facilmente.

E durante a consulta com o médico, ele disse que o remédio estava fazendo efeito, porém não tanto quanto deveria, pois ele só podia ser usado para quem estava no primeiro estágio, no início do segundo, ou na metade do segundo. Ou seja, aquilo significava que eu já estava no final do segundo, prestes a ir para o terceiro.

Mas, para a minha sorte ou azar, ele disse que eu poderia continuar tomando o remédio, pois mesmo que a quantidade de efeito que ele fizesse não fosse a indicada, poderia diminuir uma pequena quantidade das minhas tosses. E aquilo já ajudava, pois aquelas tosses já estavam me matando de dor.

Desde aquele dia em que Don falou que Gilda teria feito a cirurgia, eu nunca mais a vi. Não soube nenhuma notícia dela, nem nada. Emma até chegou a me perguntar sobre Gilda, pois estava preocupada com a ausência dela. Pensei em falar a verdade, mas não sabia se eu deveria contar, então acabei dizendo que não sabia de nada.

E agora, estou no carro a caminho da escola enquanto ouço meus pais conversarem. Eles ainda não sabem sobre o remédio, então não estão mais preocupados do que deveriam.

E só de saber que eles não estão se preocupando demais, me deixa aliviado, pois eu consegui notar o comportamento dos meus pais. Eles estavam extremamente cansados, preocupados, cheios de problemas e algumas vezes até não conseguiam dormir devido à preocupação. E é claro, que aquilo me deixava preocupado. Ou seja, na casa em que morávamos, todos estavam preocupados.

Olhei para a janela do carro e vi que já tínhamos chegado na escola.

— Chegamos! — Minha mãe falou com um sorriso gentil no rosto. — Boa aula!

— Tenha um bom dia. — Meu pai disse sorrindo gentilmente.

— Obrigado. Tenham um bom dia.

Sai do carro e fechei a porta, em seguida começando a andar até a escola, mas paro quando sinto alguém pegar em meu ombro. Vi uma mulher de cabelos verdes, logo fico um tanto surpreso.

— Senhora Miller. Precisa de alguma coisa? — A mulher de cabelos verdes, era a mãe de Gilda.

— Na última vez que nos encontramos, disse que não precisava me chamar assim.

— Desculpe, Vanessa. — Ela sorriu. — Precisa de alguma coisa?

— Queria explicar o porquê de Gilda estar faltando essas semanas.

— Se quiser falar com os outros, eles estão lá dentro. Posso chamá-los se quiser.

— Não, quero falar com você. — Eu olhei para ela confuso. — Soube que você já sabia da doença dela, certo?

— Sim, sabia.

— Já sabia que ela iria fazer a cirurgia?

— Sim, ela me contou.

As Flores (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora