XI

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Após as aulas encerrarem, enquanto arrumava minhas coisas para poder sair, Norman veio tentar falar comigo. Mas, por sorte, consegui arrumar minhas coisas a tempo e sair da sala antes que ele sequer me chamasse ou se aproximasse de mim.

Desci as escadas e fui até a portaria, logo vendo o carro da minha mãe já estacionado do outro lado. Ouvi Norman me chamar e, na mesma hora, saí da escola e fui até o carro de minha mãe, entrando nele e fechando a porta.

— Olá Ray! — Minha mãe falou enquanto guardava o celular no bolso.

— Parece que chegou aqui faz um tempo.

— Cheguei uns minutos antes das suas aulas acabarem, pois meu chefe teve um problema e acabou liberando todos mais cedo.

— Entendi.

— Como foi a escola? — Ela perguntou começando a dirigir.

— Foi boa... Exceto por algumas coisas.

— Quais?

— Eu quase esqueci o remédio no banheiro, Norman descobriu por meio do Don que tirou uma foto do remédio e mostrou para ele.

— Você tem que ser mais cuidadoso.

— Desculpe.

— Não tem problema. Ninguém é perfeito, todo mundo erra. Mas, Norman perguntou alguma coisa?

— Não ouvi tudo que Don falou pois sai do banheiro antes de ele falar tudo, porém, provavelmente ele deve ter explicado tudo sobre a doença para Norman.

— E Norman falou com você?

— Tentou no final da aula, mas eu o ignorei e sai da sala.

— Ray... Você sabe que vai ter que contar para Norman alguma hora. Não apenas para ele, mas também para os outros.

— Eu não posso ficar simplesmente sem contar? — Comecei a olhar a janela enquanto apoiava meu queixo na minha mão.

— É melhor eles saberem com você contando do que saberem após a cirurgia. Se você contar, eles irão ficar preocupados, isso é óbvio, porém, irão ficar com você, fazer você se divertir. Afinal, eles são seus amigos, principalmente Emma e Norman. E melhores amigos ficam uns com os outros até o fim, não importa quais circunstâncias sejam.

Eu o olhei surpresa, depois lembrei daquele dia que Emma respondeu Don quando ele perguntou o que eles fariam se eles tivessem alguma doença grave.

“Eu falaria! E então, poderia passar o máximo de tempo que eu pudesse com eles!”

Suspirei e voltei a olhar para a janela, pensando no que a minha mãe tinha falado e na fala de Emma.

— Ah, Ray. — Minha mãe falou, me tirando dos meus pensamentos. — Eu e seu pai já marcamos a cirurgia.

Eles já marcaram a cirurgia?! Como?! Eu nem sequer notei isso!

— Marcamos semana passada. Mas como você estava descansando, decidimos falar apenas depois que você já estivesse melhor.

— Quando vai ser?

— Próximo mês. Dia 27.

— Entendi.

Que droga... Mesmo eles querendo que eu faça a cirurgia, eu ainda não quero fazer.

Merda.

[...]

Eu já estava em casa, e meus pais já tinham saído de casa e voltado para o trabalho.

Levantei da cama e peguei um livro da minha estante, depois sentando na cama e o abrindo, começando a ler da página em que parei.

As Flores (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora