XIII

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As aulas foram se passando, e é claro, que a maioria da sala já sabia do namoro de Emma com Norman. Afinal, estamos falando do mais inteligente da classe com a melhor aluna da aula de educação física, como não iriam saber disso? E isso acabou se tornando um assunto bastante discutido, bastante mesmo. Em todo lugar que eu ia, sempre tinha alguém falando do namoro deles. Mas acho que eles provavelmente irão parar de falar sobre isso daqui a alguns dias, pois é quase impossível o pessoal da minha classe discutir sobre um assunto por mais de dois dias.

Eu tentava prestar atenção na aula, mas aquelas conversas não me deixavam prestar atenção por um segundo, principalmente com Emma falando com Norman duas cadeiras na minha frente. Então, fica impossível de não ver isso. E também, minhas tosses foram ficando cada vez mais frequentes por causa daquilo tudo que estava acontecendo, então eu fiquei mais tempo no banheiro do que na sala.

Don conversava comigo, dizia que tudo iria ficar tudo bem. Sei que ele só ficou conversando comigo porque não queria ficar de vela perto de Emma e Norman, mas toda vez que eu falava isso, ele negava em um tom de ironia. No final, eu tive que ficar com Emma e Norman sozinho, pois eles queriam conversar comigo e Don teve que resolver algumas coisas.

Norman falou comigo durante o intervalo, dizendo que eu teria que falar para Emma sobre minha doença, já que ela já estava abalada por Gilda e estava desconfiando que eu tinha alguma coisa por causa das minhas saídas frequentes para o banheiro. Eu respondi que não iria contar agora, pois eu não estava pronto ainda e nem sabia como contar. Ele disse que não tinha problema, mas eu mesmo assim teria que contar alguma hora, caso o contrário, ele mesmo contaria pois não queria que ela descobrisse por conta própria.

No início, não gostei nenhum pouco dessa ideia dele contar para Emma sobre minha doença, mas acabei concordando com ele. Afinal, eu nem tenho certeza se eu vou contar.

E agora, as aulas já tinham acabado, e eu estava a caminho de casa, já que meus pais não poderiam me buscar. Eles disseram que Anna iria para casa hoje, mas não disseram a hora. Bom, pelo menos dessa vez eu fui avisado.

Depois de alguns minutos de caminhada, cheguei em casa e abri a porta, entrando em casa e trancando a porta, logo subindo para o meu quarto para poder tomar um banho e, quem sabe, descansar um pouco.

Na mesma hora em que terminei de me vestir após o banho, ouvi o barulho da campainha. Deve ser Anna.

Sai do quarto, desci as escadas e abri a porta, vendo Anna com um sorriso gentil no rosto.

— Olá Ray!

— Olá Anna. Qual foi o motivo de ter vindo para cá desta vez? — Perguntei enquanto abria mais a porta, logo ela entrou e eu fechei a porta.

— Não queria que eu viesse? — Ela perguntou enquanto olhava para mim confusa.

— Apenas curiosidade.

— Bom... Evento. — Eu a olhei surpreso. — Vai acontecer um evento lá no internato, e eu não queria participar. Então eles disseram que se eu realmente não quisesse, poderia sair para algum lugar.

— Estou surpreso. Nunca imaginei que você faltaria um evento. Afinal, só de você ouvir falar em algum, não pensa duas vezes e já fala que vai.

— Estava mais preocupada com você. Não conseguiria ir a um evento preocupada com você. Sua cirurgia é daqui a duas semanas, então eu queria passar um tempinho com você antes de você fazer a cirurgia.

— Era por isso que eu não queria que ninguém soubesse. — Anna me olhou confusa, eu peguei a mala dela e comecei a levar para o quarto de hóspedes. — Está se preocupando demais comigo. Faltou um evento apenas por minha causa.

As Flores (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora