VIII

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Passaram alguns dias desde que eu e meus pais tivemos uma conversa sobre a minha doença, e até agora, eles decidiram que irão pagar pela cirurgia, mas ainda estão procurando outra forma para curar a doença sem ser a cirurgia.

Ontem, Anna fez uma chamada de vídeo para mim irritada, pois descobriu que eu tinha mentido para ela. Ela até tentava demonstrar ser brava ou séria, mas sempre que ela tenta isso, eu acabo rindo, pois ela quase não consegue demonstrar isso, e no final, ela acabou rindo também.

Minhas tosses pioravam a cada dia, começando a se tornarem mais frequentes e dolorosas. As dores em meu peito que nem doíam antes, começaram a doer mais e mais.

Meus pais foram a alguns médicos esses dias, e eles disseram que havia um remédio que poderia diminuir a frequência das tosses, porém não existia nenhum remédio que pudesse diminuir a dor que estava sentindo. Mas, pelo menos existe algum remédio que diminua a frequência das tosses, e isso é bom.

Eles já compraram o remédio, porém irá chegar só mês que vem. Então, até lá, vou ter que aguentar as tosses enquanto espero pela chegada do remédio.

Meus pais queriam que eu faltasse à escola para poder descansar pois as tosses estavam me deixando exausto, mas eu disse que não teria problema e que eu poderia ir para a escola normalmente. Então, eles concordaram e me deixaram ir para a escola.

Eu me encontrava na sala, sentado no sofá enquanto olhava meu celular apenas esperando minha mãe terminar de organizar as coisas dela para poder levar para o trabalho.

— Terminei. Vamos? — Minha mãe falou, e na mesma hora eu levantei do sofá e balancei a cabeça positivamente.

Minha mãe foi abrir a porta e eu peguei minha mochila, logo saímos de casa e entramos no carro. Meu pai tinha saído um pouco mais cedo, então hoje fomos apenas eu e minha mãe no carro.

Ela começou a dirigir enquanto conversávamos, até que paramos a conversa quando chegamos na minha escola.

— Se cuida! Caso algo aconteça, me ligue. — Minha mãe deu um beijo em minha testa e depois sorriu.

— Tá bom. Tenha um bom dia. — Saí do carro e fechei a porta, começando a entrar na escola em seguida.

Após entrar na escola, sentei em um banco que ficava perto da portaria e peguei um livro junto com meus fones dentro da minha bolsa, e em seguida coloquei o fone conectado com meu celular e coloquei uma música, começando a ler o livro enquanto a música tocava nos fones.

O sinal logo tocou, então tirei meus fones de ouvido e guardei na mochila junto com o livro. Após terminar de guardar, peguei minha mochila e comecei a andar até a sala.

[...]

Durante a aula, acabei caindo no sono. Motivo? Não consegui dormir direito ontem devido às dores no peito e às tosses. E ainda bem que eu sento no fundo da sala, pois assim, é bem mais difícil de os professores perceberem, já que eles geralmente ficam mais concentrados nas pessoas da frente.

Mas, depois de passar umas duas aulas dormindo, interromperam meu sono e me acordaram. Eu pensava que era a professora, porém vi e era Norman, que depois disse que apenas me acordou para me avisar que a professora estava me chamando.

Depois desse ocorrido, fui para o banheiro e minhas tosses logo começaram. Após elas terminarem, fiquei encarando as flores brancas com espinhos que estavam sujas de sangue por um tempo enquanto ficava na cabine.

É impressionante que, além de elas terem espinhos, também podem matar alguém e fazer as pessoas sentirem dores quase insuportáveis...

Lembrei de uma frase que eu ouvia falar algumas vezes enquanto andava pelas ruas a caminho de casa:

As Flores (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora