Capítulo 2

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     Tive vergonha depois de todo o acontecido, não me sentia mais uma garota com dignidade, Jun-ho estava lá pra me convencer do contrário mas... minha mente tinha uma opinião imutável. Era tarde e um pouco frio, estava caminhando pelas ruas do bairro quando minha avó me ligou pedindo para comprar peixe fresco para fazer sopa, por sorte estava perto de um mercado.

— Vou querer dois desses. — Escolhi, o vendedor assentiu enquanto dizia o quão fresco os peixes estavam.

Uma garota esbarrou em mim e passou direto para a prateleira ao meu lado, resmunguei, ela nem se deu ao trabalho de virar para mim, parecia distante procurando por algo importante.

— Ei, cuidado! — Resmunguei mais alto, ela virou-se e me assustou pela quantidade de acne e vermelhidão em seu rosto.

— Desculpe.

— Tudo bem. — Assenti e recebi o peixe do balconista.

Paguei pela compra e deixei o mercado, no caminho entrei em uma página na web usando o celular, era voltada para pequenos artistas, onde publicavam suas músicas novas por conta própria. A página já tinha certa fama pelos diversos estilos musicais disponíveis, mas apenas um chamava minha atenção, o ID era anônimo e ele não parecia querer fama com suas músicas, sua voz era grave e perfeita para o seu estilo, por ele eu ainda tinha vontade de continuar só para ouvir mais musicas, como uma fã.

Adorava fazer comentários ou críticas sobre as músicas, mesmo como uma garota que não entendia nada, já servia de boa ajuda para os artistas iniciantes, e com a resposta deles também aprendia bastante. Enquanto encarava a tela do celular recebi uma mensagem de Jun-ho, dizia "onde você está? Já está tarde." O respondi com "Indo para casa, vovó me pediu para comprar peixe." Eu não tinha a menor vontade de voltar para casa, mas Jun-ho estava tão preocupado que com certeza viria atrás de mim, e eu não podia preocupar ainda mais minha avó, quando cheguei ele estava sentado na escadaria, parecia estar lá há um bom tempo.

— Jun-ho. — Disse ao parar em sua frente, ele levantou com um salto.

— Pensei que tivesse acontecido algo, você demorou, por que demorou tanto? — Ele me verificou da cabeça aos pés.

— Vim caminhando, precisava de ar.

— Na próxima vez me avise, não é seguro andar sozinha tão tarde. — Repreendia preocupado, chegava a ser chato o quanto se preocupava.

— Ta bom, pai. — O apelido o deixou bravo, ri de sua expressão surpresa.

— Só estou cuidando de você, é muito pequena pra se virar sozinha. — Ele me abraçou e bagunçou meus cabelos.

— Não sou pequena! — O empurrei e subi as escadas mais rápido.

— Song-i! — Ele chamou e correu atrás de mim.

Parei para recuperar o fôlego quando estava perto de casa, Jun-ho me puxou e o empurrei de volta gargalhando alto.

— O que está acontecendo? — Minha avó saiu pela porta confusa.

— Boa noite senhora Nam. — Jun-ho à cumprimentou meio sem graça.

— Song-i, está tarde! Por que demorou tanto?

— Disse a mesma coisa pra ela.

— Obrigada por acompanhar ela até em casa Jun-ho, você é um bom garoto. — A mais velha disse, ele assentiu orgulhoso.

— O que a senhora faz acordada? Vamos entrar logo.

— Acabei de recolher seu novo uniforme, Jun-ho a Song-i começa na escola nova amanhã. — Ela insistia em conversar enquanto eu a puxava para dentro.

DESTINO, Han SeojunOnde histórias criam vida. Descubra agora