✨ Dhampir ✨

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Lexia Gaspar

– Querida?
– Quem é você?

A garota híbrida pareceu assustada ao me ver, mas logo escondeu os sentimentos cruzando os braços. Meu marido é louco, a pobre menina irá sofrer por escolhas que não foram tomadas por ela, e eu não posso fazer nada. Tenho apenas dois filhos, Cloudh Gaspar, o mais velho, e Carter Gaspar, o mais novo. Os dois tem personalidades totalmente diferentes, enquanto Cloudh é cheio de "escapadas" não só a noite mas a qualquer momento, Carter é mais caseiro, Cloudh tem facilidade ao se comunicar com todos, Carter quase não cumprimenta ninguém.

– Lexia, querida.
– Não me chame de querida, como faço para sair daqui?

Bobinha, até eu que não estou presa por um contrato não sei como.

– Você não é uma noiva muito esperta, é?

Falei, não queria fazer um papel de vilã, mas também não quero me manter muito próxima a ela.

– Sou a mãe do seu noivo.
– Ele não é meu noivo!
– É melhor ir se acostumando com a ideia, sinto muito, realmente não posso fazer nada por você.

Saí sem mais demora, acho que não fui muito grossa.

        Ally Smith

Minha raiva era tanta que se uma lágrima descesse não me surpreenderia se fosse sangue. Não chorei, só me indignei e quando pensei que quebrar aquele vaso de porcelana dourado me ajudaria a me acalmar, a porta abriu novamente, era uma empregada, ficou claro pelas roupas.

– Senhorita Carter, te levarei aos seus aposentos, me siga por favor.

Obedeci não demorando muito para seguir a mulher, ela não tinha culpa pela minha sorte desgraçada de estar noiva de um vampiro mimado. Alimentava a esperança de conseguir mudar e me tornar humana, somente humana, assim eu poderia ficar em um lugar só, não precisaria me mudar para que os outros não desconfiassem da minha "juventude duradoura", poderia me casar com um humano, tudo seria normal, como nunca foi, e nunca será. Meu quarto não tinha cores espalhafatosas, a cama tinha o dossel coberto por tecidos Bejes de no máximo uns três tons diferentes, desde o mais claro ao mais escuro, o guarda roupa cor de madeira como também era a cômoda, havia uma janela enorme, que quase chegava ao chão. A mulher saiu sem me dizer seu nome, sentei na cama macia e não resisti, deitei e queria que toda aquela fofura tivesse o poder de me engolir. Não sou idiota, antes de vir com a empregada peguei um livro da biblioteca, foi o que achei mais interessante na pressa "O Último Vampiro". Logo comecei a folhear, a história parecia ter um volume anterior, então me levantei e fui novamente à biblioteca, já havia memorizado o caminho. Entrei e peguei o livro, tentando não fazer muito barulho, retornei ao meu mais novo quarto sã e salva. O primeiro livro se chamava "O Primeiro Vampiro", o primeiro volume consistia em uma menina que conheceu um vampiro, ela era humana, encantada por sua beleza sobrenatural logo se apaixonou, houveram muitos empecilhos para que ficassem juntos, ainda mais pelo fato dele não amá-la, o que vai acontecer só beeem para o finalzinho. Antes que eu pudesse começar o segundo volume, minha barriga ronca e eu recordo que não almocei, sendo que já são 14:00 da tarde, sei devido ao relógio pendurado acima da porta marrom escura com a maçaneta prateada e redonda. Saio do quarto, há escadas para muitos lados, mas sigo reto, até que a empregada está lá, o jeito como me olhou me assustou mas me mantive ereta e em alerta.

– O que procura senhorita Carter?
– Me chame de Ally por favor, não gosto do sobrenome materno.
– Tudo bem. Mais alguma coisa?
– Ah… estou com fome.

Ela pareceu pertubada com minha resposta e com um jeito envergonhado perguntou:

– Senhorita Carter… erm… o que híbridos comem?

Eu ri.

– Bom, podemos beber sangue como todo e qualquer vampiro, e comida humana também. No meu caso, bebo pequenas doses de sangue animal para me manter hidratada e… viva. Mas no geral, como comida humana tranquilamente.
– Ooh. O que quer comer?
– Pode me fazer um pão bem recheado?
– Claro, venha comigo.

Acompanhei ela até a cozinha, a vi preparando e devorei em uma velocidade natural para quem estava morta de fome. Lavei minhas mãos e o rosto na pia da cozinha mesmo, o que fez "Thara" arregalar os olhos, esse é o nome dela, conversamos durante um tempo, isso me acalmou, quando estava há uns cinco passos de distância do meu quarto, um ser indesejável bloqueou o meu caminho. Nossa, que cretino lindo. Quase me dei um tapa por ter pensado isso.

– Minha noivinha está feliz?
– Sua noivinha é o escambau! Sai da minha frente.

Passo por ele batendo em seu ombro, abri a porta e entrei, antes que ela fechasse ele entrou, com aquela velocidade de vampiro que me deixa irritada.

– Você devia ser mais amável comigo.
– Há! Vai sonhando meu bem.
– Hum… gosto de "meu bem".

Revirei os olhos e o mandei dar o fora do quarto, como se na velocidade da luz fui jogada contra a parede, não, não jogada, empurrada. Estava encurralada por seu corpo me pressionando a parede fria e suas mãos contornando meus pulsos como se isso não doesse em mim!

– Minha noivinha anda muito estressada.
– Ah não, imagina, estão me obrigando a casar com um babaca, estou muito contente na verdade.
– Se eu fosse você estaria morta de feliz, esse babaca sabe fazer uma vampirinha feliz.

Ele agarrou minha cintura, quase fiquei tonta quando percebi que estava na cama, com ele por cima de mim. Ele me beijou, apesar de todo o seu corpo frio ( como sou híbrida, minha temperatura fica no meio termo, não tenho uma pele ultra fria, mas nunca fico quente) seus lábios eram quentes contra os meus, suas mãos estavam ainda contornando minha cintura, até ele trazer uma ao meu rosto e continuar com o beijo. Não sei o que deu em mim, retribuí o beijo e quando dei por mim, as mãos dele já estavam explorando minhas costas, meu pescoço, e antes que algo mais acontecesse me debati, ele pareceu atordoado com minha reação repentina, mas saiu de cima de mim e sem dizer mais nada, apenas com aquele sorriso me deixou sozinha no quarto. Fechei a porta, me joguei na cama, e puxei os cabelos, precisava voltar à real caramba!

– Droga droga Ally! Que híbrida de merda você é, viu um vampiro no mínimo gostosinho e não pôde se controlar? Merda.

E aí? Mais um capítulo galera❤️ Vale uma estrelinha?

DhampirOnde histórias criam vida. Descubra agora