Ally Smith
Ele riu com o que eu disse, foi o som mais bonito e sincero que ouvi desde que cheguei aqui.
– Não seja boba, tenho chaves.
Ele disse, tirando-as do bolso e as erguendo para mim.
– Por que não me disse antes?
Perguntei.
– Você não disse que queria sair.
Ele respondeu, coçando a cabeça. Eu ri.
– O.k. só me tire daqui, tudo bem?!
– Vamos então.
Ele caminhou velozmente até a porta e a abriu.
– Se você não lembra, não estou em condições de andar.
Lembrei a ele, que logo me pegou no colo e me levou para fora da biblioteca.
– Eu… não posso te levar para seu quarto.
– Não sou tão pesada assim, poxa.
Ele me levou até o topo da escada, na direção do meu quarto e me deixou em pé.
– Você não é pesada, só não posso levar você até lá. Depois te explico melhor.
– Tudo bem. Obrigada, foi bom conversar com você.
Carter Gaspar
Ela saiu mancando, esperei ela entrar e só então fui para o meu quarto. "Foi bom conversar com você", não sabia que uma frase tão simples poderia ter tanto poder sobre mim, se meu dia estava legal, agora está maravilhoso.
Ally Carter
Deitada na cama, percebo que os dois livros ficaram na biblioteca, queria anotar algumas frases mas tudo bem, posso fazer isso outro dia, ainda não sei como resolver meu problema, meu "noivado". Alguém bate na porta. Parabéns para seja lá quem for, todos parecem ter o hábito de não avisar quando entrar. Sentei e disse que entrasse, olhei rapidamente para o relógio, parece que passei um bom tempo conversando com Carter, já eram 16:37 da tarde. Poxa, minha felicidade durou pouco.
– Você… está bem?
– Oi Cloudh, claro que estou, você me jogou como uma sacola de lixo plástica dentro de uma lata, e sim, estou maravilhosamente bem.
Sorri ironicamente. Ele se aproximou e sentou na cama, queria encolher a perna, mas ela já estava com uma marca levemente arroxeada, doía.
– Não queria te machucar.
– Ah claro que não, então da próxima vez não me trata que nem boneca de pano.
– Você bem que podia ser mais gentil não é não?!
– O que é gentileza pra você? Se agarrar com qualquer um? Tá bem, vou ali ficar com um gatinho que vi na biblioteca.
Ele se levantou como se eu o tivesse queimado.
– Senti um cheiro estranho. Deveria saber, mas está muito fraco pra ter certeza. Quem te trouxe para o quarto?
– Ninguém, vim sozinha.
Não era mentira, eu vim sozinha mesmo.
– Eu quero o nome.
– Vai. Se. Lascar.
Eu disse, pausadamente. Pensei que ele me mataria ali mesmo, mas pareceu se controlar e saiu enfurecido, acabou arrancando a porta do meu quarto, que voou pelo corredor até bater em uma porta qualquer. Não demorou muito para escutar Cloudh berrando na sala. Psicopata manipulador. Desci as escadas o mais rápido que pude, ter que arrastar uma perna não ajudava muito, cheguei a tempo de ver o soco que Cloudh deu em… Carter! Era Carter ali, droga, arrumei confusão para o amigo que acabei de fazer. Desci mais alguns degraus, para escutar com precisão o que eles falavam, ou melhor, gritavam. Carter, apesar do rostinho meigo parecia que queria estrangular Cloudh ali mesmo.
– O que foi, Cloudh? Não gostou de que ela conversasse comigo?
– Seu idiota, ela é minha!
A essas alturas já sabia que eu era o assunto principal, grande coisa, blablabla.
– Por que? Eu também faço aniversário no mesmo dia que você, e nem por isso estou obrigando alguém a se casar comigo.
– Há! Como se alguém fosse querer se casar com esse medroso sem sal que você é. Só sabe ler e escrever poesias sem sentido.
– Ao menos eu não machuco as pessoas que gosto.
Cloudh voou no pescoço de Carter, o fazendo bater fortemente com a cabeça no chão, ele pareceu meio inconsciente por uns minutos, mas logo retornou e empurrou Cloudh para longe, mas percebi, ele mal conseguia ficar de pé. Corri até ele, para que se apoiasse em mim, apesar da cara de espanto ele aceitou minha ajuda. Cloudh surpreso e irado me mandou voltar para o quarto.
– Você não manda em mim!
Gritei com ele sem dor ou remorso.
– Mando, sim.
Essa tranquilidade com que falava, me lembrava Jenna, Héctor, todos agressores insanos. Cloudh bufou de raiva e saiu da casa, dessa vez ele não arrancou porta alguma. Me concentrei em Carter.
– Você está bem?
– Vou ficar, obrigado.
– Para onde você quer que eu te leve?
– Para cozinha, tem um kit de primeiros socorros lá.
– Ok.
Ele sentou em um banco, o canto de sua boca estava cortado e ensanguentado, peguei o kit e dispensei Thara, não fui rude, realmente não ligava para o que ela tinha com Cloudh, provavelmente só mais uma de suas "paqueras", nada que me interesse. Tentei ser o mais delicada possível.
Carter Gaspar
Ela parecia estar cuidando de uma porcelana, perguntava se eu sentia muita dor ou ardência, estava realmente muito machucado e dolorido, mas quando ela com tanto carinho começou a cuidar de mim, a dor pareceu ter aliviado gradativamente.
– Agora vou limpar esse corte, está um borrão de sangue.
Ela disse, atenta á minha boca. Com delicadeza ela passou o algodão no canto do meu lábio inferior e assoprou de leve.
– Desinfetado!
Ela disse sorrindo, se virou para pegar alguns bandaids.
– Ally.
– Oi?
Disse, concentrada nos bandaids e ainda de costas para mim.
– Eu sou vampiro, não preciso de bandaids.
Ally Smith
Idiota. Mas é claro, eu sou burra ou burra? Daqui a pouco ele está totalmente curado, já me acostumei a viver como uma humana normal, então isso não me veio a mente.
E que negócio é esse de dois irmãos brigando pela híbrida em? Aiai...
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Dhampir
VampireAlly anseia pela liberdade e por não temer nada e nem ninguém, mas os seus desejos serão limitados quando ela der de cara com um contrato que vai mudar o rumo da sua vida. Espera, mas para melhor ou para pior? Dhampir: Um Dampiro é um hibrído de vam...