– Eu… é que comigo é diferente então…
– Obrigado Ally. Deixe que eu cuide de você também.Ele se levantou e sem permissão alguma me ergueu, me sentando no balcão, só o olhei perplexa. Sentou num banco e pegou minha perna machucada, tirou do kit um gel e aplicou por toda extensão da minha perna, massageando com cuidado.
– Você… toma sangue?
Ele perguntou, respondi:
– Sim, mas provavelmente não como você e qualquer vampiro daqui, só bebo sangue animal e são doses mínimas, então não tenho força sobrenatural nem nada do tipo. Sou… normal.
– Você pode ser tudo Ally, menos normal.Foi um elogio, percebi.
– Esse gel deixa uma sensação maravilhosa!
Eu disse constrangida, ele deu um sorriso, branco como nuvens de verão.
– Você… quem é Cloudh para você?
Perguntei. Ele suspirou e baixou a cabeça, interrompeu a massagem e me olhou nos olhos com certa tristeza.
– Sou irmão dele.
– O-o que? Irmão?
– Desculpe não ter lhe contado antes é que…Não quis escutar o que ele tinha para dizer, me levantei e caminhei com bem menos dificuldade em direção a porta, não imaginava que tropeçaria nos meus próprios pés, antes que eu chegasse a cair, braços fortes me seguraram.
– Não fique brava, por favor.
– Não estou brava, e já pode me soltar.Ele me deixou ir, cheguei no meu quarto, lembrei que já não tinha mais uma porta para poder trancar, então depois de alguns minutos de espera, voltei para sala, aparentemente estava vazia. Já era tarde da noite e mesmo assim continuei sentada em uma cadeira na sala.
– Você não dorme?
Era Carter. O ignorei. Ele veio até mim e parou na frente da minha cadeira com as mãos no bolso.
– Está me escutando?
Não o olhei. Ele se abaixou e seu rosto ficou a centímetros do meu, suas mãos nos braços da cadeira e toda sua atenção direcionada a mim.
– O que você quer?
Perguntei o encarando.
– Se eu dissesse você poderia acabar se assustando.
Carter Gaspar
Desde o primeiro contato que mantive com ela me senti diferente, não pela beleza que bom, ela tinha e muita, é algo que não posso explicar. Agora que a olho quero grudar minha boca na dela e não soltar mais, ficar tão próximo dela sem poder trazê-la para mais perto, para que eu possa sentir sua pele é desesperador, minha vontade de tocá-la é gritante.
– Você pode parar de me olhar como se eu fosse sua próxima refeição? Não me diga que bebe sangue de híbridos, afinal, tem muitos por aqui?
– Nunca bebi sangue híbrido, e por aqui não há Dhampirs.
– Que pena, poderia fugir com um híbrido como eu.Não foi algo que eu pudesse controlar, a puxei contra meu peito e a beijei, seu corpo transmitia uma sensação de conforto, de lar. Ela apertou meus braços, não sei se de surpresa ou raiva. Aprofundei o ato, mas logo eu estava respirando pouco acima de sua orelha, seus cabelos cheiravam tão bem quanto imaginava, seu aroma era de um jardim de rosas perfumadas.
– Carter.
Ela sussurrou. Mas não consegui me libertar da sensação de proximidade.
– O que estamos fazendo Carter?
Sussurrou novamente. Quando notei o medo em sua voz, a libertei do abraço lentamente, tirei relutante minhas mãos de sua cintura, mas não me afastei, ela também não.
Lexia Gaspar
Não imaginava presenciar os dois tão próximos, e provavelmente perdi algo. Não pensei, principalmente, que Carter teria coragem para desafiar o irmão, tentando algo com a híbrida teimosa. Ally se afastou um passo e pôs as mãos nos olhos. Vergonha talvez? Carter logo percebeu minha presença, o que é um milagre, quando vampiros estão próximos a suas, bom, Ally devia ser somente noiva do irmão dele, mas de qualquer forma, eles ficam concentrados e atentos a sua vampira, algo deve ter cortado o clima, além de mim, claro.
– Mãe.
Ele disse desconfiado.
– Vejo que estão se familiarizando. Continuem, continuem.
Saí mais feliz do que quando entrei na sala, não que eu queira ver meus filhos brigando por uma híbrida, mas por ver que finalmente Carter está tomando uma posição nesta casa, e mesma que o motivo seja ela, não me importa, sei que não deveria ter preferência por nenhum dos meus filhos, mas Carter sempre esteve comigo, se parece comigo, enquanto Cloudh é a cópia perfeita do que o pai é.
Ally Smith
– Vou para o meu quarto.
– Ally, espere.
– Vou, para, meu quarto.Deitei na cama, exausta, grata por saber que amanhã era sábado, teria mais tempo para refletir em como o meu mundo virou ao avesso. Dormi sem sonhos ou pesadelos.
Cloudh Gaspar
Me contentei em vê-la dormir, sua perna parecia já estar bem melhor. Não sei o que deu em mim, ciúmes eu acho, mas nunca me apaixonei por ninguém e essa garota, essa garota me tira do sério, a vejo e quero tê-la em meus braços, é inevitável, já a venho observando a um mês mas só agora meu interesse se despertou por ela. Dou um beijo em sua testa e fico a olhando dormir durante toda noite, vigiar seu sono e mantê-la segura é o que posso fazer por ter sido tão rude com ela. Só não quero que ela se aproxime de mais alguém além de mim.
Aish... Que coisa né?! Estrelinha please!!!
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Dhampir
VampireAlly anseia pela liberdade e por não temer nada e nem ninguém, mas os seus desejos serão limitados quando ela der de cara com um contrato que vai mudar o rumo da sua vida. Espera, mas para melhor ou para pior? Dhampir: Um Dampiro é um hibrído de vam...