✨ Dhampir✨

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– ELA É MINHA CARAMBA!!!

Disse Cloudh, pronto, estragou o dia que estava sendo tão perfeito para mim, é ridícula a capacidade que ele tem de estragar tudo. Agarrou meu braço e saiu me puxando casa a dentro, literalmente me arrastou pelas escadas, apertando com força meu pulso que já estava dolorido, ainda pude ouvir passos de Carter, se recompondo e vindo atrás de nós. Ele abriu a porta de um quarto, o dele provavelmente e me jogou na cama. Desabotoou a camisa e rosnou baixo "minha minha minha". O QUE ELE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO???

– Não se aproxime de mim!

Gritei. Ele avançou na cama e antes que pudesse me prender, tentar me hipnotizar ou fazer qualquer coisa contra minha vontade, me ergui e avancei contra ele, nossos corpos se chocaram, mas eu não podia ficar inconsciente, tirei do cinto dele uma adaga, não o mataria, deferi um golpe em sua cabeça (com o punho da adaga) e ele ficou zonzo, peguei uma das estacas que pareciam enfeites nas antigas paredes e enfiei em sua barriga, isso o deixaria desacordado por algumas horas. Carter me olhava atônito da porta do quarto aberta. Levantei devagar e caminhei em direção a saída, passei por ele sem dizer nada.

         Carter Gaspar

Seu olhar era tão sombrio quanto o da noite em que seu pai a feriu. Então recordei " nunca mais vou ser fraca ".

       Ally Gaspar

Entrei sem avisar no quarto de Lexia.

– Arrume um jeito de me deixar ir. Quero ir embora.

– Você me assustou.

– Ah por favor! Não me diga que não ouviu nada? Vocês tem sentidos aguçados e toda essa merda teria sido ouvida de longe.

– Sim. Desculpe querida.

– Me explique o que está acontecendo.

– E precisa? Você sabe, só não recorda de tudo, fez questão de esquecer.

– Blablabla, direto ao ponto por favor.

– Vampiros são extremamentes possessivos com suas vampiras.

– Disso eu sei, mas eu não sou vampira dele, nem vampira eu sou!

– 50% sim. Na mente dele você é, e existe o contrato para provar.

– Ok prossiga.

– Não pense que já não sei. Carter tem interesse em você também, Cloudh simplesmente sentiu e tentou marcar você.

Marcar. Como meu pai fez?

– Como assim?

Perguntei confusa.

– Você é virgem, não é? Sabemos que sim. Para um vampiro, se ele lhe  tirar a virgindade, está lhe marcando, é como se fosse um rótulo, de que já tem dono e de que todos devem ficar longe. Isso só vale para os mais possessivos, nem todos são assim.

– Mas Cloudh é…

Concluí. Ele queria me violar! Simplesmente para ter mais poder sobre mim, para me controlar com mais facilidade, ridículo manipulador!

– Sim, ele é muito possessivo e te quer para ele.

– Eu poderia ver ao menos uma cópia do contrato?

– Posso pedir a meu marido para que mande uma foto. Por que?

– Preciso verificar de novo. Até onde sei eu não era prometida a um vampiro possessivo, sim, sou uma espécie de pagamento, mas ainda tenho alguns direitos, e isso inclui o de ver o contrato.

– Ok minha querida, verei o que posso fazer.

– Obrigada.

Saí e Carter me seguiu.

– Ally. Deixe-me te ajudar. Por favor não fuja.

Eu ri e parei, de costas para ele me virando vagarosamente para encarar seus olhos negros e profundos.

– Tenho cara de quem quer fugir? Quero ir embora, mas de maneira legal. Não quero viver como fugitiva ou até acabar morta por não me submeter a lei.

– Você está brava comigo?

Abrandei, não estava brava com ele, mas sim com Cloudh, com minha mãe… é isso!

– Preciso da sua ajuda.

Eu disse, ignorando a pergunta anterior.

– Do que precisa?

– Vamos fazer uma visitinha aos parentes.

Não recordava tão bem como era o lugar onde morava, mas ainda lembrava o suficiente para achar minha casa, uma das menores e sem adornos, sem flores ao redor. Recordei do que minha mãe disse uma vez: "você é a vida desse lugar, sem você, tudo estará morto e sem vida", a lembrança foi como uma facada no peito, mas me mantive ereta enquanto caminhava para a entrada com uma adaga no quadril, Carter não disse nada, mas sabia que ele estava armado. Bati e minha mãe abriu a porta, fiquei impactada com a imagem velha e descabelada, lembrei que ela é humana e um dia morrerá.

– Jenna.

Eu disse seriamente. Boquiaberta ela disse para que entrássemos, nos acomodamos num pequeno e humilde sofá, ela sentou em uma cadeira e nos fitava surpresa.

– Esse é Carter, pelo que vejo lembra quem sou. Quero que diga tudo o que lembra sobre o contrato.

– Filha…

– Não há tempo para sentimentalismo ou arrependimentos, se sente um pingo de afeto por mim, poupe sua saliva e me ajude dizendo o que há no contrato.

Com um olhar frustrado ela concordou com a cabeça.

– O Sr. Gaspar queria que eu colocasse no contrato o que de mais precioso eu tinha.

Isso foi um tapa em mim. Eu era preciosa para ela? Mas então, qual o motivo de ser indiferente comigo, de não me ajudar quando mais precisava?

– Quando escrevi seu nome, pensei que poderia pagar mas fui despedida do emprego tão bom que eu tinha, não importa o quanto eu trabalhasse, os juros me venciam, até eu perder a corrida. Só não entendo o que está fazendo aqui, o prazo se estendia até mês que vem.

– Acho que ele não teve mais paciência. Continue.

– No contrato, você se torna posse dele, mas lá também há afirmações dizendo que você pode sair e se relacionar com quem quiser, desde que isso não fira ele e suas ideias, pode fazer o que quiser desde que não seja contra ele. No contrato você se torna uma espécie de filha na verdade, obediente e de certa forma livre.

Olhei para Carter, mas ele estava atento a mulher que estava em frente a nós. Fui direto ao ponto.

– Estou sendo obrigada a firmar relacionamento com um dos filhos dele, você acha que ele tem esse direito sobre mim?

Ela se surpreendeu, percebi a inquietação nos dedos e como tudo estava se tornando cada vez mais desconcertante para ela.

– É ele?

Ela perguntou olhando para Carter. Quem me dera fosse ele. Espera. O que? Não Ally, não, quem me dera estar livre, não sou posse de ninguém além de mim mesma.

– Não. Carter é irmão do meu… de Cloudh. Cloudh Gaspar, esse é o nome.

Ela ficou com uma expressão ainda pior, desespero cobriu seu rosto.

Jenna, a mãe humana de Ally, ela os ajudará? Estrelinha?

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