Ele olhou para os lados, estava se concentrando, não sei o porquê.
Carter Gaspar
Em busca de mais alguém no ambiente, que pudesse nos ouvir ou ver, fechei meus olhos, com meus sentidos extraordinários não detectei ruídos ou a presença de mais alguém, então caminhei até Ally, a toquei com carinho e a beijei suavemente, abracei e disse que tudo daria certo, beijei sua cabeça e desejei uma boa noite, precisava fazer aquilo, pois até o mês do baile, isso deveria ser a minha última demonstração de amor por ela. Ela seguiu até o quarto que agora tinha uma porta novamente e eu fui em direção ao quarto de minha mãe, não sei se estava dormindo, bom, talvez, vampiros não necessitam disso, mas é uma forma de esquecer de toda preocupação, então é revigorante e válido para nós também.
Lexia Gaspar
Finalmente a felicidade do meu filho estava a caminho. Por ele eu serei a melhor atriz que o mundo dos vampiros já viu! Fighting!
Cloudh Gaspar
Estou em um bar qualquer, já dispensei tantas mulheres que não sei se estou bêbado demais, ou simplesmente perdi o interesse, o que é realmente alarmante para mim.
Ally Smith
Dormir, enfim dormir.
Lexia Gaspar
Bati na porta do quarto, já eram 09:45 da manhã e ela ainda não havia decido para o desejum. Veio atender a porta vestida com uma roupa que expunha demais seu corpo, era um short de tecido solto e curto como a paciência de Cloudh, com uma blusa também curta e frouxa como as minhas roupas depois que emagreci drasticamente, reclamei com ela.
– Ah pare de drama, ouvi sua voz por isso não troquei de roupa. Se fosse qualquer outro eu teria me trocado, não sou uma qualquer. Tenho o mínimo de respeito pelo meu corpo está bem?!
– Hum, ótimo então. Aqui está, a cópia do contrato, ninguém pode saber que você tem isso, e principalmente, que fui eu a lhe dar, entendido senhorita Smith?
– Sim senhora.
– Não me chame de senhora, me chame de mãe.Ela pareceu confusa, mas sorriu. A irritar era fácil, e despertar seu carinho era mais ainda.
– Tudo bem, obrigada, mãe.
Dei um sorriso largo e saí quase saltitante, de volta para meu quarto.
Ally Carter
O contrato é exatamente como minha mãe disse. Lexia está ficando cada vez mais carinhosa comigo, estou começando a me sentir em casa, com tanto afeto dirigido a minha pessoa. Depois de ler e reler, o queimei, sem provas não há crime, não é mesmo?! Desci para comer, minha barriga roncava e estava constrangida, mesmo que só eu estivesse escutando os sons. As portas dos quartos não eram só relíquias, elas eram feitas de um material que bloqueava os sons de passarem por ela, ao menos uma parte deles, sons menores como um andar de bota ou sapatilha se tornam completamente inaudíveis. Na mesa não havia mais ninguém, comi na cozinha, Thara me fez companhia.
– Thara.
– Sim?
– Você gosta do Cloudh?Parecia que eu havia jogado um balde de água fria sobre ela.
– Não. Desculpe.
Ela disse.
– Não há do que se desculpar. Só seja sincera.
– Talvez eu goste um pouquinho… mas quem não iria gostar dele? Tão… perfeito.Ri mentalmente. Possessividade e ciúmes, para agumas dasfortunadas, hoje em dia, significa afeto, amor. Mas para mim não, ainda há seres de juízo, com a mente sã e com identidades fortes o suficiente para não cairem em armadilhas como essas. Aparências enganam, e Cloudh também. Mas Thara não pode pensar que estou o rejeitando, ninguém pode.
– Ah sim, verdade.
Foi o que eu disse, concordando com ela. A classificação de "perfeição" de Thara, está cheia de defeitos. Ao terminar de me alimentar de comida humana, bebi também um pouco de sangue animal, a mesma quantia de sempre, restrita e regrada. Fui para sala, Lexia estava sentada por lá.
– Tudo bem querida?
– Sim.
– Cloudh está na estufa, e me disse para avisá-la de que queria você lá, agora.
– ah, tudo bem. Obrigada por avisar.
– Não tem de quê.Fui até lá, havia muitas plantas, uma boa parte estava murchando e amarelando.
– Cloudh?
Ele apareceu do nada, me assustando.
– Calma, não vou te machucar.
Milagre, pensei.
– O que quer de mim?
– Nada. Quero dizer, quero muitas coisas mas por enquanto me contentaria com uma mãozinha. Não sei tratar de flores.
– Também não ué.
– Então aprendemos juntos.Plantamos, adubamos, regamos, mechemos, Cloudh cutucou todas as plantas. Ele estava estranho pois… estava sendo gentil, paciente, cuidadoso. Passamos uma boa parte do nosso tempo na estufa, deu trabalho verificar cada planta daquelas, e depois entramos em uma briga de terra, pode isso?! Briga de terra, adubo e água! Tentamos tirar com a mangueira o excesso de sujeira, entramos no casarão encharcados e sujos, Lexia riu e nos mandou ir depressa tomar um banho, "vocês estão fedendo" disse ela. Estávamos mesmo, normal. Entrei no meu quarto fechando a porta, tomei um banho maravilhoso e voltei para sala, com meu celular em mãos, mal tive tempo de olhar minhas redes sociais, não que eu tivesse muitos motivos para isso. A única coisa que tinha para fazer com meu celular era ler, estudar e bisbilhotar qualquer publicação, porém, aqui tem uma biblioteca com várias opções incríveis, estudar já não preciso mais, não com tanto afinco, me sobra então, a última opção. Cloudh desce, vestindo uma calça preta e uma blusa branca. Esqueci que eles tem essa preferência por preto, nada contra, só acho exagero e fora de moda essa coisa de não mesclar sabe, amo preto, mas isso não me torna alérgica as outras cores.
– Que tal uma foto?
Perguntei.
– Acho que pra mim não vai dar, sou vampiro, lembra?!
Verdade, não saem em fotos, não possuem reflexo, que lerda eu fui.
– Não se julgue por não lembrar desse tipo de coisa, você também é humana, tem razão em não saber ou esquecer coisas assim.
– Obrigada por entender, por me entender.
– Acho que faz parte do meu papel de noivo.Menos um ponto para mim. Um fiapo de culpa se agarrou ao meu estômago, mas sorri, espero que não tenha sido um sorriso falso. Vi uma sombra pelo canto do olho.
– O que foi isso?
Cloudh está... Mudando?
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Dhampir
VampireAlly anseia pela liberdade e por não temer nada e nem ninguém, mas os seus desejos serão limitados quando ela der de cara com um contrato que vai mudar o rumo da sua vida. Espera, mas para melhor ou para pior? Dhampir: Um Dampiro é um hibrído de vam...