✨ Escolha do vestido✨

1 0 0
                                    

– O que foi isso?

Perguntei, pronta para me levantar.

– São os empregados das sombras. São contratados principalmente por isso, não atrapalham e são eficientes, não são notados por sua presença, mas por seu trabalho excepcional.

Não sabia que ele sabia elogiar mais alguém além de si mesmo.

– Entendi.

O dia não foi anormal. Foi tudo tranquilo na verdade, o que me deixou desconfiada foi Cloudh me tratando com doçura e respeito, ele estava mudando? Mudando por mim?

        Cloudh Gaspar

Tentei me aproximar dela aos poucos dessa vez, mas ela se esquivava de mim, droga! Não sei esperar, sei agir. Passou pouco tempo comigo e logo disse que iria subir. É sério isso?! Sei que ela tem uma afeição por Carter, e estou me segurando para não gritar isso nos ouvidos dela, mas é como se isso não importasse, eu mereço mais que isso, a atenção dela deveria ser toda minha. Mas quando casarmos será diferente, ela será só minha, para sempre minha.

       Ally Smith

Deixei a porta entre aberta para escutar um pouco, depois de alguns minutos Cloudh finalmente saiu. Estava me sentindo estranha, ele havia sido muito amável comigo durante todo esse tempo e a culpa começava a me sufocar. Mas eu não o estava traindo, não é? Nunca quis ter nada com ele. O dia passou e eu esperei pela noite para que pudesse mais uma vez repousar. Já no outro dia pela manhã, levantei mais cedo, 07:00 em ponto estavam todos a mesa, não entendia o porquê deles fazerem isso, nem comem mesmo.

– Bom dia!

Eu disse, eles me cumprimentaram, minha futura sogra sorriu me chamando de "querida" como sempre. Cloudh puxou a cadeira para mim, e o que me entristeceu foi Carter que nem olhou em meus olhos. Comíamos em silêncio até que Lexia falou sobre o baile, me deixando um pouco tensa, mas escondo meus sentimentos com facilidade, então foi o que fiz.

– Já escolheu a cor do vestido querida? Amanhã o designr, a costureira e os tecidos virão, para que possamos escolher e para que tirem nossa medidas.
– Ainda não sei que cor usar. O baile tem um tema por acaso?
– Na verdade não, o que acha de dar um tema, Cloudh meu filho?
– Seria uma boa ideia. Mas não tenho boas ideias.

Eu ri com ele.

– Posso dar uma sugestão?

Indaguei.

– Claro querida.
– Tem um livro que adoro. Poderia ser o tema do baile?
– Se você faz questão, claro que pode.

Falou Cloudh, me dando crédito.

– Os livros são, "O Primeiro Vampiro" e "O Último Vampiro".
– Ah, que romântica.

Disse Lexia, explicando logo em seguida para Cloudh a história em um resumo ligeiramente dramático, tal qual era o livro. Todos concordaram, não que o tema fosse realmente influenciar em alguma coisa. Carter ainda não me olhou mesmo assim, em parte fiz isso para lhe chamar atenção, mas ele estava concentrado no seu celular, milagre ele ter um, o acho tão antisocial. O resto do dia passou como as batidas das asas de um beija-flor, rápido e preciso. Pela noite, imaginei como seria meu vestido, então finalmente cheguei a escolher a cor, seria verde coberto por detalhes cor de ouro, verde era a cor dos olhos de minha mãe, os meus são tão escuros quanto os dos dois irmãos e de sua mãe.

      Lexia Gaspar

A lua descia tão bela e serena, esperei paciente pela manhã que demorava a chegar. Quando finalmente chegou corri para o quarto de Ally, deveria estar pronta para que pudesse me dizer sua preferência pelas roupas.

– Ally? Não me diga que ainda está dormindo.

Ela abriu a porta, estava usando um vestido cinza com uma sandália prata. Linda. Sempre quis uma filha.

– Não estou, e esperava que viesse mesmo bater em minha porta, pode entrar.

Entrei.

– Dormiu bem?
– Como se não houvesse nada de ruim no mundo.

Ela me respondeu. Sorrindo com sinceridade ela pegou minhas mãos.

– Obrigada por estar tendo paciência comigo, tenho uma personalidade fora do comum e posso ser enérgica demais.

Me disse, quase derreti, me senti uma mãe escutando um "eu te amo" de uma filha. Abracei ela e disse que a entendia. A levei para um outro cômodo da casa, era um salão maior, lá faríamos as provas de vestidos, não só para o baile, mas para nós usarmos em jantares ou qualquer ocasião especial.

      Ally Smith

Estava tudo bom demais para ser verdade, mas baixei a guarda. Quando entramos no salão fiquei surpresa com o tamanho daquele espaço. Enorme e tão belo, abrimos as cortinas, tudo parecia resplandecer. Não demorou muito para o designer e a costureira chegarem, logo me "atacaram", fazendo perguntas sobre cor, desconforto, modelo, decote, preferência. Meu vestido seria verde, salpicado de dourado, com a barra prateada, sem mangas, o decote não era tão revelador, mas por ser justo no busto até o início do meu quadril, era possível identificar bem o contorno de meus seios, nada escandaloso ou vulgar, claro, não abro mão da minha elegância para atrair atenção desnecessária. Depois que passava do meu quadril, o vestido se abriria em uma guerra de pregas, que o tornavam flocado e volumoso, o designer tinha precisão e agilidade em cada traço que fazia no caderno de desenho, a costureira me garantiu que usaria dos melhores e mais leves tecidos para o feitio. Lexia escolheu violeta, justo, se soltando a medida que alcançava o chão, também optou por usar um cinto preto coberto por pequenas pedrarias brilhantes. O designer selecionou para ela um salto preto cobrindo todo o pé, e para mim um prateado que provavelmente mostraria as pontas de ao menos três dos meus dedos.

– Lindo!

Ela disse, contente.

– É realmente um trabalho inquestionável.

Admiti. Depois de muitas medidas tiradas Lexia e eu voltamos para sala, todos saíram prometendo um bom serviço, não duvido de que será tudo esplêndido.

– Vou subir para organizar algumas roupas querida.
– Está bem.

Fui para meu quarto, quando entrei Cloudh estava deitado na cama, com os braços por baixo da cabeça, bem despojado e despreocupado.

– Até onde sei, este é meu quarto mocinho.

Disse cruzando os braços e ele abriu os olhos.

        Cloudh Gaspar

Mocinho? Estou mais para lobo mal haha. Sabia que ela estava ocupada com minha mãe, então entrei e deitei na cama dela, para me sentir acolhido por ela, não sei… pode ser estranho e é, mas não quero e não posso ficar longe dessa garota por muito tempo.

– Sei que o quarto é seu, queria te fazer uma visitinha.
– Ah. Você me vê toda hora, não é o suficiente?

Não, não é.

– Preciso de você na estufa.
– Hum, se aproveitando da minha boa vontade e disposição em?!

Eu sorri vendo ela assim, de bom humor comigo.

– Tudo bem, vou com você.

Nós fomos a estufa e fizemos o mesmo trabalho da última vez, só não precisava de adubo e também não fizemos guerra dessa vez. Lavamos as mãos com a mangueira e sentamos no chão, olhando para as plantas, elas ainda estavam sem vida.

Ansiosa pelo baile... O que vocês acham de Ally? Estou tentando criar uma personagem que nem sempre deixa transparecer, mas que é feminina! Lembrando que não há um padrão único, ignorem a visão distorcida dos outros que montam as meninas como Barbie. Você não precisa usar batom pra ser feminina, não é uma cintura fina que te torna mulher, você é e pronto. Cabelo longo ou curto, pé grande ou pequeno, não importa, pare de deixar que questionem quem você é, tu que escolhe a hora de sorrir, de cantar ou mesmo de sumir!

°Senti necessidade de escrever isso, beijos°
                ⭐                    

DhampirOnde histórias criam vida. Descubra agora