Cloudh Gaspar
Se ela não tivesse se mexido e debatido contra mim, não sei o que estaria fazendo agora, ou melhor, eu sei e ainda queria estar naquele quarto. Dou uma passada rápida pela cozinha, minha mãe me proibiu de "assediar" a empregada, não que eu faria isso, a não ser que ela quisesse, e assim já não seria assédio.
Ally Smith
Esperei quase meia hora deitada, não consegui ler o outro livro, levantei e fui no guarda roupa, haviam algumas peças de roupa, peguei um shortinho jeans, e uma blusa frouxa com mangas pouco abaixo do cotovelo. O short tinha mais ou menos uma palma bem aberta de comprimento, justo, a blusa era um pouco mais comprida, era como um vestido curto, lilás e com pequenos furinhos. Desci as escadas com os dois livros presos ao peito, os agarrei pois como uma de minhas características é "desastrada" é melhor prevenir do que remediar. Fui novamente à cozinha, queria algumas informações básicas. Entrei e vi Cloudh se agarrando com Thara, não entendi como nenhum dos dois me perceberam, afinal, vampiros têm sentidos aguçados, não?! Olhei para o lado e peguei um chaveiro com muitas chaves, dessa vez não tive cuidado em relação a barulhos, saí batendo a porta. Não demorou muito e Cloudh já estava agarrando meu braço.
– Ciúmes minha vampirinha?
– Primeiro, eu teria ciúmes se você fosse meu poodle; segundo, eu não sou sua; terceiro, odeio que me chame de "vampirinha".
Ele pareceu ter gostado da minha indignação, sorrindo maliciosamente. Que nojo.
– Não se preocupe, tenho mais tempo pra você, e que tal uma visitinha ao seu quarto?
Ele disse. É sério?! Que babaca nojento, o que ele acha, que sou seu brinquedinho pessoal? Acho que ele já tem a empregada pra isso.
– Vai se ferrar.
Eu disse sem rodeios, ele logo me prendeu contra a parede. Ah, ele não se cansa não?! Antes que ele pudesse me beijar, dei uma joelhada com toda força nas zonas baixas de um vampiro, não sabia se funcionaria, mas funcionou.
– Como…? Você é louca?
Dessa vez o sorriso foi meu. Caraca, os olhos dele estão vermelhos. Posso ver fúria no rosto dele, ok, agora estou começando a ter medo dele. Ele agarra meu pulso, me toma as chaves e me joga dentro da biblioteca, me tranca lá mesmo e me manda refletir sobre como o tratar, pois a privilegiada sou eu. Ele me jogou de forma tão brusca que minha perna esquerda está latejando, claro, caí por cima dela.
– Ai… vampiro ridículo.
Tentei levantar, o que foi uma péssima ideia já que caí novamente no chão, me machucando ainda mais.
Carter Gaspar
Fiquei assustado, mas não impressionado, meu irmão sempre tratava suas companhias de forma rude quando não estava satisfeito com isso. A moça tentou se erguer e coitada, caiu novamente. Caminhei devagar, tentando fazer ruídos para que ela não se assustasse comigo.
– Oi.
Ela me olhou e pensei que ela atearia fogo em mim como a mãe dela fez com o marido
– Sou Carter.
– Ah.
– Quer ajuda?
Ela olhou para a perna, não demorou muito para fazer que sim com a cabeça. Eu não tinha tanta força e experiência quanto meu irmão, mas sou habilidoso. A peguei nos braços, e mesmo relutante ela colocou os braços ao redor do meu pescoço, a deitei no sofá e sentei próximo a ela.
– Obrigada. Sou Ally.
Fiquei surpreso, não sei bem o que esperava dela, tanto por ser noiva do meu irmão, quanto por ser uma desconhecida, e também por ser uma híbrida, não que isso a torne inferior. Olhei para o chão e vi os dois livros espalhados, os peguei e sentei novamente.
– Hum… então foi você que pegou.
– Uh?
– O segundo volume é único, presente de família. Estava procurando por ele, para reler e não encontrei.
– Oh, Sério?? Pode me explicar o que acontece no segundo livro? Não consegui me concentrar para ler. O casal fica junto?
– Tudo bem. Vamos por partes. Laura e Ricardo, que como você já sabe são humana e vampiro respectivamente, no primeiro livro se apaixonam e agora no segundo livro, eles continuam lutando para se manterem firmes. Os pais da jovem são assassinados pela família de Ricardo, achavam que assim ela se afastaria dele, com medo e ódio, mas não, se sentindo sozinha e triste, Laura se agarrou ainda mais ao seu amor, que foi o "primeiro vampiro" que conheceu, antes dele ela nunca havia gostado de ninguém. Porém… quando eles finalmente ficam juntos, terão que enfrentar o fato de que ela envelhece, ele não, e o pior, mesmo aos 27 anos de idade Laura é acometida por um câncer maligno, Ricardo quer transformar ela em vampira, mas devido ao raro DNA de Laura, ou ela morrerá e não voltará mais a vida, ou ficará com graves sequelas, como perda de memória ou algo assim, então Laura o diz para ser feliz, tenta o consolar e antes de morrer, após declarar todo o seu amor, e haver aquela troca de afetos clichê, ela diz "Você foi o primeiro, o único, e o último vampiro que amei". Por isso o nome dos livros, "O Primeiro Vampiro; O Último Vampiro".
– Uaaaaau… Que incrível, mas como Ricardo ficou?
– O livro fica com um final meio em aberto, mas deixa a entender que o pobre vampiro sempre vai ficar com uma lacuna, Laura foi e sempre será seu grande amor.
– Diria que o final não foi triste, só não foi exatamente feliz.
– Erm…
– Então, Carter, o que você faz aqui?
– Eu… preciso ir!
– Não dá, o ridículo trancou a porta.
Gostaram? Eu sim! Sinceramente, o Cloudh não sabe o que é paciência, e digamos que Ally também não... E chegou mais um vampiro na área, né?!
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Dhampir
VampireAlly anseia pela liberdade e por não temer nada e nem ninguém, mas os seus desejos serão limitados quando ela der de cara com um contrato que vai mudar o rumo da sua vida. Espera, mas para melhor ou para pior? Dhampir: Um Dampiro é um hibrído de vam...