Garoto Selvagem (Romance Gay)

Sócios.

— Não é necessário ser um gênio pra adivinhar Micael, afinal de contas você tá aqui agora, e ele onde está? – Pontuei após me recompor. 

— Ele seguiu a vida dele assim como eu tô tentando seguir a minha. Nando, eu sei que fui um babaca mas eu mudei, aquele casamento me mudou… eu também sofri muito em ter que abandonar ele. Vei, eu sinto algo tão forte por você que estou aqui de peito aberto te contando a pior parte da minha vida, não percebe? – Ele proferiu com lágrimas nos olhos. 

— E o que quer que eu diga? 

— Eu quero que você me dê a oportunidade de te fazer feliz, de ser pra você o melhor namorado do mundo! 

— Isso é impossível Micael, você agora tá comprometido com o filho do governador e muito em breve eu estarei com o pai dele… serei seu sogro, e cá entre nós… incesto não é bem a minha praia! – Falei irônico enquanto me vestia para ir embora dali. 

— Deixa de ser teimoso cara, quer mesmo que eu acredite que você vai ter um caso com um homem que tá caindo aos pedaços? 

— Não seja exagerado, o governador é tão bonito quanto o filho dele… e com certeza deve ter bastante experiência se é que me entende. 

— Você é um… 

— O quê? Selvagem? 

— Esquece… mas se você não mudar o quanto antes esse seu coração de pedra, vai acabar sofrendo e muito cara! – Ele disse e eu apenas sorri e sai dali de maneira abrupta… agora mais do que nunca eu tinha que focar na minha vingança, Micael já estava pagando aos poucos por tudo que me fez, porém, ainda restava o Matias e a pior de todas… Bela Soto! 

Micael 

Após aquela transa e discussão com o Nando, tomei um banho rápido para tirar o suor do corpo enquanto diversos pensamentos invadiam minha mente. Ao sair do chuveiro, me enxuguei, vesti uma bermuda qualquer sem nem ao menos por uma cueca e então, fui até o quarto do Guto. 

— Já tava dormindo? – Questionei após ele abri a porta apenas de cueca. 

— Não, acabei de chegar do cassino… cara, o seu irmão anda muito estranho, tava lá completamente bêbado e perdendo muito dinheiro na roleta, dá um toque nele ou vai acabar atolado em dívidas! 

— Aonde ele tá arrumando dinheiro para jogar se com o que trouxe da fazenda mal dava pra pagar um hotel decente? 

— Não faço a menor ideia! 

— Amanhã vou ter uma conversa séria com ele. Mas agora me diz, não esbarrou com o dono do cassino por aí? 

— O Fernando tava aqui? Não me diga que… – Guto logo se empolgou. 

— Sim cara, nós transamos de forma alucinante agora a pouco… eu senti que aquele moleque era completamente meu, ele estava entregue a mim como nenhum outro cara jamais ficou. Porém, depois do prazer ele voltou a ser o prepotente e debochado de sempre. 

— Esse moleque tá amarradão em você cara, tenha paciência! 

— Agora o mais estranho de tudo, é que em cada curva dele eu só lembrava do Ravi…será que eu só me apaixonei por ele pelo fato dele ser parecido fisicamente com o Ravi?.. será que eu tô ficando louco cara? 

— Mano, eu sei que sua história com o selvagem foi muito intensa… porém ficar idealizando ele em suas transas com outros caras pode ser muito complicado pra você… esquece de uma vez aquele garoto! 

— Você fala como se fosse fácil né vacilão? 

— Claro que é… se eu fosse você esquecia o Ravi e até mesmo o Nando pra focar exclusivamente no filho do governador, que além de ser um baita de um gostoso… ainda iria garantir o seu futuro!