Aquele Perfume.

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- Aqui não damos esmola! Deixa essas vasilhas aí que eu irei mandar queimar todas elas. Agora sai daqui animalzinho!

- Escuta aqui madama, eu só não dou uma sacudida em você por ser mulher... Eu posso não saber ler, escrever e não ter roupas tão finas como essas suas aí, mas eu sei muito bem aonde sou bem vindo. Pode ficar sussa que já vou pegar minha pista! - Eu disse e então sai da casa daquela mulher asquerosa.

Micael

Definitivamente viver na fazenda não era pra mim, o tédio era total e já era quase noite quando eu terminei de maratonar uma série qualquer. Deitado em minha cama, passei a mexer um pouco nas redes sociais quando de repente ouvi batidas insistentes na porta e ordenei que entrassem.

- Micael!! Que história é essa de ficar pondo garotos de rua dentro desta casa, e ainda por cima alimentando eles com nossa comida? - Bela esbravejou.

- Ué, do que você tá falando? - Questionei, de fato eu estava sem entender nada.

- Agora pouco eu encontrei na minha cozinha um moleque qualquer com umas vasilhas na mão e disse que você havia dado comida e permissão para que ele viesse até aqui!

- Você tá falando do Ravi? Ele não é nenhum moleque de rua Bela, é um garoto humilde e que não nos custa nada ajudar.

- Aqui não é casa de caridade! Aquele moleque vive aqui com o avô desde que nasceu, e nunca precisou de nada.

- Como você pode ser tão estúpida? É nítido que o garoto precisa de ajuda, é melhor do que roubar! Quer saber... Esquece. Onde tá o Ravi?

- O expulsei daqui como ele merecia! - Nem sequer esperei minha cunhada terminar de falar, peguei uma camiseta que estava jogada sobre a cama e saí correndo dali na tentativa de encontrar o Ravi.

Ao chegar do lado de fora do casarão, já não havia sinal do Ravi por ali. Então, ordenei que o capataz tirasse o meu cavalo, montei no mesmo e então sai... não demorou muito para eu avistar o mesmo sentando numa ponte no meio do mato. Sem dizer uma palavra sequer, prendi o cavalo em um tronco de árvore, caminhei em passos lentos até aquela ponte e sentei ao lado de Ravi.

- Desculpa... - Eu disse.

- Micael?! O que faz aqui? - Ele se assustou ao me ver... seus olhinhos estavam vermelhos e ele tentou disfarçar o choro.

- Soube do que a minha cunhada fez com você, não liga pra ela e não leve o que ela disse pro lado pessoal.

- Sei que sou um Selvagem... Ando desarrumado, descalço e tals... mas nunca me disseram coisas tão horríveis, devo ser um lixo mesmo!

Ravi

Eu de fato estava me sentindo mal, tudo que eu queria naquele momento era sumir se fosse possível.

- Cara, larga de bobeira... Você não é um lixo! Pelo contrário, você tem um coração incrível e de quebra é lindo demais mano - Após dizer aquilo, Micael posicionou uma de suas mãos em meu rosto passando a secar minhas lágrimas.

- Vo-você me acha lindo?

- Claro que é!

Meu coração logo voltou a disparar, estávamos nos encarando enquanto o Micael acariciava o meu rosto de uma maneira que jamais haviam feito antes. Lentamente, nossos rostos foram se aproximando, nossas respirações foram se misturando e foi então, que sem eu menos esperar... Micael me beijou. Logo de início eu estava congelado, porém, suas mãos quentes iam percorrendo o meu corpo e sua língua ia pedindo espaço para se juntar a minha. Era um beijo calmo, que aos poucos foi se intensificando até finalmente, a gente se afastar.

Garoto Selvagem (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora