Garoto Selvagem (Romance Gay)

Aposta?

Após eu coloca-lo contra a parede, Matias se levantou da cama em silêncio e pegou um copo de água. Em seguida, o mesmo passou a andar de forma inquieta enquanto eu aguardava uma resposta. 

— Não vai falar nada? – Questionei, temendo a resposta que iria receber. 

— Cara esquece essa história! Eu tava bêbado como você mesmo viu e… – Matias já estava pronto para desconversar quando eu me levantei de forma abrupta e o empurrei contra a  cama. 

— Abre o jogo cara, não se esqueça que foi comigo que o Ravi se casou! – Falei em tom firme. 

— Eu não me esqueci, como eu também não esqueci que você o abandonou jogando toda a responsabilidade dele pra cima de mim! 

— A única coisa que eu te pedir foi pra construir uma simples casinha com a grana que eu estava mandando! 

— O Ravi é um selvagem cara, ficou te caçando pela fazenda, fazendo ameaças e isso fez a Bela enlouquecer. 

— Enlouquecer a ponto de queimar uma pessoa viva? – Aquela altura os meus olhos já estavam cheios de lágrimas. 

— Também não foi assim Micael! A Bela queria se livrar de vez do Ravi e pra isso resolveu incendiar a cabana para quando ele saísse da prisão fosse embora de lá com o avô, pra bem longe! Ela não imaginava que o velho morreria lá dentro! 

— Esse é o maior absurdo que já ouvi na minha vida… por isso as coisas estão do jeito que estão, a lei do retorno já tá caindo sobre os Soto! Você não percebe? 

— Não fala besteira meu irmão, isso é só uma fase ruim que logo iremos atravessar… agora entende o porquê de eu esta me refugiando na bebida? É somente no álcool que eu encontro paz, que eu esqueço que sou tão assassino quanto a minha mulher! 

— Eu vou embora daqui, eu… preciso digerir tudo isso! – Pontuei e então sai dali, completamente desnorteado. 

Arthur 

Acordei junto ao nascer do sol naquela manhã. Fiz um pouco de exercício, tomei um café reforçado e então enviei para todos, os convites da minha grande festa. Na sequência, fui pessoalmente averiguar com os empregados como estava os preparativos da mesma… a verdade é que não via a hora de chegar sábado! 

— Como anda as coisas? – Questionei enquanto olhava tudo ao meu redor. 

— Como o senhor desejou alteza... bastante bebida, comidas para todos os gostos e já mandei encomendar a sua fantasia. 

— Ótimo, eu tenho que estar deslumbrante como tenho certeza que o Nando também estará… por falar nele, mande hoje mesmo fazerem a revisão no jatinho, ele deve estar pronto para o ápice da festa… Fernando nem desconfia que a noite de sábado marcará o início da nossa nova vida, bem longe daqui! 

— Eu ainda acho um plano arriscado alteza, e quando derem por falta dele? 

— Fica na sua! A minha única preocupação é garantir que o Fernando esteja dentro daquele avião no horário de partirmos. O resto é resto! – Exclamei, completamente decidido. 

Ravi 

Como de costume, o dia estava radiante em Ilha Bela. Ao abrir meu e-mail, logo vi que havia uma notificação pública… era o Arthur convidando a todos para uma festa a fantasia em sua mansão. Logo de cara pensei em não ir, porém, o que eu poderia perder? Era uma oportunidade perfeita para sair um pouco da rotina. Enquanto terminava de comer algo, recebi uma chamada da minha mãe e logo atendi. 

Ligação On:

Fernanda: Bom dia filho, acordei você? 

Ravi: Imagina mãe, tava terminado já de tomar café! Como está a senhora, bem?