Prólogo - Como Tudo Começou

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NOTAS INICIAIS:

Após quase um ano olha só quem voltou? Eu mesmo!! Rsrs
Sejam todos muito bem vindos a esse novo projeto, e boa leitura! ❤️

Elenco:

João Guilherme - Ravi dos Santos.
Nicolas Prattes - Micael Soto
Alinne Moraes - Bela Soto
Leonardo Cidade - Junior
Thomaz Costa - Dudu
Danilo Mesquita - Guto

(Demais personagens podem ser idealizados da maneira que você, caro leitor, preferir)

Seria a frase: "A vingança é um prato que se come frio" a frase mas certa que já foi dita na humanidade? 

… 

São Paulo, SP

Desde muito cedo eu já era um cara que sonhava com a independência, tipo, sair de casa, conhecer o mundo… Correr atrás dos meus sonhos sabe? E assim eu fiz, ao completar dezoito anos, me mudei da pacata cidade de Cristalzinho aqui pra grande
São Paulo. E junto comigo, trouxe o meu sonho, o de me tornar um respeitado jogador de futebol. Me chamo Micael Soto, tenho vinte anos, um e oitenta dois de altura, olhos claros e cabelos tom castanho médio. Juntamente com o meu irmão mais velho, o Matias, sou herdeiro de uma enorme fazenda no interior da cidade na qual ele administra já que eu nunca fui do tipo "da roça". Desse modo, meu irmão me passa mensalmente os meus lucros para eu possa me virar por aqui. Atualmente, estou prestes a me formar no ensino médio já que acabei perdendo no ano passado e faço parte do time de futebol do colégio… como o titular é claro. 

— Micael Soto?! Será que podemos trocar uma palavrinha? – Minerva, a diretora do colégio proferiu enquanto eu conversava com uns amigos durante o intervalo. 

— Claro diretora! – Respondi em tom meio debochado, fiz uma careta de espanto para os meus amigos e então segui a diretora até sua sala. 

— Micael eu realmente não queria chegar a este ponto de chama-lo até a minha sala, porém, já fazem três meses que o colégio não recebe a mensalidade da sua matrícula, e contando este mês, já estamos indo para o quarto! 

— O quê?! Como isso é possível? A minha mensalidade é paga pelo meu irmão, ele que resolve todas essas questões pra mim via depósito! – Respondi meio assustado. 

— Compreendo totalmente senhor Soto, porém de fato o seu irmão já está bem atrasado nas mensalidades. Bom, e infelizmente, seguindo as normas da escola… Vou ter que tirar de você o título de capitão do time! – Eu podia ouvir tudo de boas, mas aquilo me deixou completamente sem chão. 

— Diretora isso não é justo! Todos aqui sabem o quanto eu me esforço por esse time, eu sou o melhor de lá! 

— Sinto muito senhor Soto, normas são normas! 

De fato eu estava em choque, não tive outra reação além de sair de lá e ir direto ligar para o babaca do meu irmão… Como ele podia ter chegado tão longe? Após várias tentativas de chamada sem sucesso, arrumei minhas coisas e então segui para o lado de fora… Lá estava Guto, meu melhor amigo, me esperando em seu carro enquanto assistia um anime. 

— Que cara é essa Micael… Parece que viu um fantasma – Guto proferiu ironicamente após me fitar pela janela do veículo. 

— Pior que isso! – Falei e então adentrei no carro — Lembra que eu te falei que ultimamente meu irmão vem reduzindo muito a grana que me manda pela minha parte nos lucros da fazenda? 

— Claro, com o que ele manda tá cada vez mais difícil da gente bancar nossas curtições! 

— O pior não é isso mano, o meu irmão já tá a meses sem pagar a mensalidade do colégio… A Minerva me tirou da liderança do time! – Proferi já com lágrimas nos olhos… Porém de ódio! 

— Caralho mano, que vacilo desse teu irmão… Se continuar assim eles vão suspender a sua matrícula cara! 

— Já passou da hora de eu tomar uma atitude, vou voltar a fazenda hoje mesmo e exigir tudo que é meu por direito… Mas dessa vez, pessoalmente! 

Fernanda Pires 

Após mais um cansativo dia de exames e consultas, retornei para minha mansão acompanhada de meu motorista para finalmente poder descansar. Ao chegar lá, logo fui recebida por Tadeu, meu mordomo, que me ajudou a subir as escadas e a me deitar. 

— Estou exausta Tadeu… Incrível como nós seres humanos não somos nada, até pouco tempo atrás eu estava esbanjando saúde, agora sigo nessa luta diária para não ser traída por meu próprio coração e infartar a qualquer momento. 

— Senhora, com todos os tratamentos adequados, às suas chances de sobreviver são altíssimas! 

— Eu prefiro não me iludir Tadeu! Bom, eu só espero que… Esse coração cansado aqui resista, que ele lute com todas as suas forças até eu finalmente encontrar o meu filho perdido… Passar para ele tudo que lhe pertence por direito e só assim, poderei morrer em paz! 

Cristalzinho, Interior de SP 

Nem preciso dizer como amo a vida no campo… Correr descalço por aí, subir em árvore, comer fruta direto do pé… Ui!! Isso não tem preço. Bom, também é verdade que as vezes lá em minha cabana eu e meu avô não temos sequer o que comer, mas e daí, pra tudo tem um jeito nessa vida e geralmente esse meu jeito… é ir na fazenda dos Soto pegar algumas verduras e frutas para meu avô, ou até eu mesmo preparar algo pra comer. Sou Ravi, tenho dezenove anos e desde bem pequenininho moro aqui em Cristalzinho. Meu pai morreu alguns anos depois de eu nascer, já minha mãe, segundo meu avô é uma cabeça de vento que vive por aí em algum lugar de mundão.

Naquela tarde, estava um calorão na cidade, assim, resolvi nadar um pouco junto com Dudu, meu amigo… acabamos ficando lá no rio por quase uma hora. 

— Nossa Ravi, as vezes eu fico congelado admirando sua beleza… Poderia passar horas assim, só admirando você — Dudu falou enquanto me encarava de uma maneira diferente. 

— Eu bonito? Já te disse pra parar com essas coisas Dudu… onde que um caipira feito eu pode ser bonito? — Soltei e então nos rimos — Anda, vamos embora antes que caia a noite, daí vai ficar difícil enxergar o caminho – Completei e então joguei um pouco água em rosto, logo, fui pra margem do rio — Anda logo! 

— Na-não eu… quero ficar só um pouquinho mais – Dudu respondeu e suas bochechas logo ficaram coradas. Ele permaneceu ali por mais alguns minutos e então logo em seguida também saiu, assim, partimos rumo nossas cabanas. 

Não demorou muito e a noite caiu. Enquanto meu avô preparava o café, eu esquentava no fogo a lenha o que havia sobrado do almoço. Logo, comemos e fomos dormir. Na manhã seguinte levantei bem cedinho, peguei algumas sacolas de pano que haviam por aqui e então, saí para pegar verduras na fazenda Soto como eu já fazia quase todos os dias. Ao chegar lá, deixei as sacolas de lado e passei a colher algumas cenouras que haviam por ali, porém, não demorou muito e o capataz da fazenda surgiu por ali. 

— Hora hora, então finalmente eu descobri quem o ladrão da fazenda… Acabou a sua festa moleque! – Aquele homem mau encarado disse em tom firme. 

— Olha aqui, cara feia pra mim é fome tá? Além do mais eu não sou ladrão! Apenas vim pegar algo que tem de sobra na fazenda e que terminaria estragando poxa – Justifiquei na tentativa de me defender. 

— Me diz uma coisa moleque… Alguma dessas verduras que tá aí na sua mão, pertencem a você ou a suas terras? 

— Não senhor, mas… 

— Chega de bancar o espertinho! Agora mesmo te darei a surra que você nunca deve ter recebido em sua vida. 

Após dizer aquilo, aquele homem agarrou um de meus braços e logo tudo que eu havia catado caiu no chão. Em seguida, ele passou a me puxar de maneira agreste em direção a mata enquanto eu gritava de forma desesperada… foi então, que um homem montado em um lindo cavalo branco se aproximou. 

— Solta ele babaca! – Aquele homem ordenou em tom firme — Adianta Antônio ou te demito agora mesmo! 

— Se-senhor Micael… O senhor por aqui patrãozinho?! – O capataz respondeu assustado. 

Garoto Selvagem (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora