Capítulo dois: elevador

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Com o susto meu corpo automaticamente foi para trás, batendo imediatamente em alguém. Escutei alguns gritos vindo dos ômegas e também alguns xingamentos, esses vindo dos alfas. Engoli meu próprio grito e o corpo no qual me encostei pelo medo passou um braço pela minha cintura por trás e me puxou firmemente para ainda mais perto, erguendo-me alguns centímetros e me deixando nas pontas dos pés. Era quente e confortável e me fez tremer. Eu sabia quem era, óbvio que sabia, afinal tinha plena consciência de sua presença marcante e seu cheiro gostoso atrás de mim desde que entrou no elevador. Senti sua respiração quente em minha nuca. Seus dedos longos em minha barriga apertaram-se ainda mais contra minha pele e sua mão livre se apossou da minha cintura. Eu me senti vergonhosamente amolecer em seus braços, deixando meu peso contra o dela.

-Tia, acende a lanterna do seu celular ai!- Escutei a voz do Ethan naquela escuridão e senti o nariz de Lauren passeando pelo meu ombro antes dela responder o garoto.

-Infelizmente descarregou segundos antes de acabar a luz, Ethan.- Respondeu despreocupada. Por algum motivo eu soube que ela estava mentindo. E senti meu estômago dar voltas ao imaginar que era porque ela queria ficar daquele jeito comigo e se tivesse uma fresta de luz que fosse os alfas presentes ali veriam o que estava acontecendo graças a visão aguçada.

-Merda! O que vamos fazer?- Alguém perguntou, porém sinceramente? No momento eu estava mais preocupada em como Lauren me segurava e no quanto eu queria que ela não soltasse e me apertasse ainda mais.

-Posso continuar, Camila?- Sua voz saiu tão baixinha em meu ouvido que eu pensei ter sido coisa da minha imaginação, mas sua boca passeando lentamente e livremente pelo lóbulo da minha orelha me dizia que era a mais pura realidade.

Eu não confiava em minha própria voz para abrir a boca e responde-la, tinha medo de sair esganiçada e todo mundo ouvir. Lauren pelo visto entendeu meu dilema e sorriu contra minha orelha.

-Aperte minha mão se você quer, caso contrário apenas saia dos meus braços e eu não pensarei duas vezes em me desculpar e nunca mais tocar em você dessa forma se for do seu desagrado.

Como ela poderia sequer cogitar que aquela situação me desagradava? Eu praticamente era líquido nos braços dela de tão entregue.

Como minha noite ganhou essa reviravolta toda pelo amor de Deus? Em um minuto eu estava sendo obrigada a vir em uma festa e querendo morrer e no outro estava nos braços de uma alfa estupidamente gostosa e 11 anos mais velha dentro de um elevador sem energia.

Fechei os olhos e sem pensar duas vezes segurei a mão dela em minha barriga e apertei, trêmendo, mas apertei. Se possível o aperto de Lauren em mim triplicou, como se minha decisão a agradasse deveras. Por eu estar nas pontas dos pés, sentia seus seios durinhos no centro das minhas costas e seu quadril perfeitamente encaixado em minha bunda, esmagando minhas nádegas com o seu próprio corpo.

-Você tem um cheiro tão gostoso...- Sussurrou antes de descer seu rosto para a lateral do meu pescoço, passeando com seu nariz pela minha pele e cabelo.

-Tia?

Escutei ao fundo.

Lauren mexeu sua mão em minha cintura e a desceu pela lateral da minha perna, acariciando minha coxa e me colocando em um estado ainda mais letárgico, eu me sentia flutuando dentro daquele elevador e não conseguia encontrar gravidade novamente para voltar ao plano físico.

-Tia!?

-Hummm?- A mais velha entre todos nós soltou um som nasal meio irritado e afastou o rosto de perto de mim para não abafar sua voz com meu corpo e nos entregar.

-Você tem alguma idéia?

-Idéia para que?- Perguntou impaciente e eu não aguentei o próprio peso da cabeça que caiu mole no que parecia ser a clavícula dela. A mão dela em minha barriga subiu, arrastando brasa pelo meu corpo e se fixou em meu pescoço esticado onde o envolveu suavemente e começou a mexer os dedos em um tipo de massagem.

Mon Cher - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora