⛩️ :: 𝐂𝐔𝐑𝐒𝐄𝐃 𝐁𝐄. - HyunLix (Stray Kids).

- Capítulo Três -

Após a grande data festiva - que durou exatamente até o raiar do sol - se deu início a aparentemente longa jornada de Yongbok.

Estava cansado, nunca havia ficado tanto tempo acordado, dançando e interagindo com alheios. Sem deixar de lado também as repetitivas discussões que teve com os gêmeos insuportáveis, que infelizmente, teve o desprazer de ter que acompanhar para cima e para baixo daquele lugar.

Viu de tudo ontem e soube de muito também. Confirmou que a garota antes vista no banheiro com o moreno na verdade não era apenas uma qualquer, sim, namorada de Hyunjin qual se denominava YooA.

Este que sempre que tinha uma brecha, escapava com a mesma para algum local mais reservado para fazer sabe se lá o que.

Já com Yunjin era o contrário. O loiro flertava com tudo que era vivo, não demorando para ter uma grande número de pessoas beijadas por si, coisa que revirava o estômago de Felix.

Oh dó, estava preso a um cara comprometido e outro completamente esnobe.

Mas claro, naquela festa houve também motivos de gargalhadas altas por parte do Lee. Yeji era a única dos irmãos que não parecia entediante para o lobo. A mesma fazia piadas maldosas dos mais novos, lhe contava um pouco mais sobre os vampiros e coisas banais do seu cotidiano.

O loiro logo também soube que a Hwang tem uma grande paixão por Lia. Uma humana que acabou por conhecer em uma de suas saídas do castelo e por tudo que foi lhe dito, a mesma parecia fazer um bem inexplicável para sua - agora - amiga.

- Senhor Lee, deseja mais alguma coisa? - Uma das empregadas do castelo questionou com um certo desdém no timbre.

A pedido de Sona, Felix hospedou-se na moradia dos Hwang.

- Mudas de roupa. Preciso de algo para dormir, por favor. - Respondeu educado, sentindo o olhar tedioso da mais velha atrás de si. Logo sons de sapatos batendo contra o chão se puseram mais perto e se colocaram para fora do quarto novamente.

Quando sentiu que estava sozinho, finalmente sentiu a liberdade de se livrar de todos os acessórios que prendiam seu corpo, como presilhas, cinto, corset, sapatos e anéis.

Anéis...

Olhou para as duas jóias de prata com gravuras delicadas e pedras de cores distintas. Uma brilhava num vermelho vivo e a outra num amarelo radiante. Era engraçado ter que usa-los em um só dedo.

Retirou os dois de uma vez, repousando-os acima da deslumbrante escrivaninha que ainda cheirava a madeira nova, notando as cores perderem seu brilho pouco a pouco, revelando a verdadeira transparência do diamante.

Bagunçou seus fios que ainda tinha muitos resquícios de gel e partiu com o sobretudo em mãos para a porta que acreditava ser a de seu banheiro.

Após o banho Felix se sentia menos tenso. Vislumbrava agora seu rosto ao natural onde a maior parte dele era composto por sardas de diferentes tamanhos e cores. Secou melhor os fios clarinhos com o auxílio de uma toalha, saindo do local após deixa-los menos molhados e com os dentes escovados.

Caminhou até a beirada da cama vendo ali a roupa que solicitou e tamanha foi sua supresa ao levantar a peça e visualizar um babydoll. Piscou algumas vezes tentando assimilar o que estava acontecendo e então soltou uma risada baixa seguido de um aceno leve de cabeça.

- Então... a empregada achou que eu me sentiria de alguma forma "humilhado" por ela ter me dado vestes classificadas como femininas? - Pendeu a cabeça para o lado dedilhando as pontas dos dedos pelo tecido delicado. - Para mim roupa é apenas roupa, querida. - Disse por fim, soltando o vestido sobre o colchão apenas para deixar o casaco de banho úmido cair pelos seus braços até encontrar o chão. Recolheu novamente a peça e se prontificou em vesti-la.

Quando o fez, caminhou sem pressa para frente do espelho, dando uma pequena conferida em si mesmo. Não se achava a pessoa mais atraente, mas poderia até concordar que a veste ficou "ok" em si.

Com preguiça,arrastou-se até a cama deixando o corpo cair sobre os lençóis cheirosos e macios. se colocou de bruços e admirou os pequenos raios de sol que insistiam em entrar pelas frestas da enorme janela e pouco a pouco adormeceu.

Acordou com a luz solar agora em seu rosto sentou-se ainda com os olhos fechados e bochechas inchadas.

Sua barriga roncou e se lembrou de mal ter comido, apenas beliscou alguns aperitivos. Foi dormir praticamente sem nada no estômago.

Endireitou as pernas para fora da cama, pousando os pés no chão de forma vagarosa, andando logo após em direção a saída.

Abriu a porta, olhando para o lado esquerdo vendo que não tinha nenhum sinal de pessoas por ali, porém, quando iria repetir o mesmo processo do outro lado, uma mão lhe segurou pela cintura e tudo foi tão rápido que quando abriu os olhos novamente suas costas já estavam coladas na parede.

- Pretendendo fugir, lilix? - Um sorriso de lado banhado em sarcasmo brotou nos lábios cheios do vampiro. Felix revirou os olhos.

- Trabalha como porteiro nas horas vagas?

- Não me respondeu.

- Me solta, Yunjin! E não me chame desta maneira. - O citado abriu um pouco dos lábios em surpresa. A voz do Lee estava mais grossa do que quando se conheceram. O mais baixo se debateu, mas tudo que conseguiu foi um aperto ainda maior em sua cintura e os corpos mais próximos. - Mas 'que porra você quer?! - Suspirou.

- Então o cachorrinho rosna? Estou pasmo. - O Hwang analisava-o de perto. Merda, realmente não podia negar que o garoto era mesmo bonitinho.

Mas ainda sim o detestava.

- Não torra minha paciência. - Respondeu com tédio, novamente tentando se soltar.

- Não te quero tão perto da minha família, entendeu? Não confio em ferais, por tanto, se mantenha longe da Yeji noona. - Os olhos estavam presos um num outro. O rostos a milímetros de distância e o de sardas poderia sentir a respiração quente do Hwang bater contra seu rosto, coisa que contrastava bem com a frieza de suas palmas que mesmo em sua pele coberta pelo tecido, podia sentir sem qualquer problema.

Os olhos do mais velho desceu para os lábios rosados e cheios do garoto e novamente o cheiro adocicado chegou em suas narinas. Yunjin queria afundar o rosto naquele pescoço bronzeado e senti-lo melhor.

Ele queria senti-lo mais.

As íris já oscilava em vermelho vivo. Se sentia embreagado mas nem mesmo costumava consumir álcool e estava ciente que não o fez na noite passada. As presas coçavam por liberdade.

Mas foi quando ouviu um ronquinho - talvez meio alto demais - vindo da barriga do mais novo, que saiu daquele projeto de transe.

- Cala a boca. - Pediu Felix.

Então, o vampiro caiu na gargalhada.