Saltou do ônibus alguns minutos depois e refez o caminho que tinha feito com Alice de manhã para chegar ao ponto.
Chegou à mansão Scarlett, passou pelo portão cheio de seguranças e foi à procura de Alice. Quando chegou dentro da mansão, se dirigiu em direção às escadas. Viu Alice ao lado da mesma, mas ela não estava sozinha, estava com Bartolomeu e a mulher que arrumou seu quarto mais cedo.
— Leyla, eu, Bartolomeu e Rosa estávamos preocupados com você. — Alice foi na direção de Camila.
— Onde você estava? — Rosa perguntou em um tom ríspido.
— Eu vi que o Bartolomeu não ia me buscar, então eu vim de ônibus. — Camila respondeu dando de ombros.
— Eu não sabia que você andava de ônibus. — Bartolomeu disse debochando. — Para mim você nem sabia como fazer essa coisa considerada tão humilde.
Leyla nunca deixaria alguém falar assim com ela, considerando o que descobriu sobre a personalidade da menina. Se não agisse como tal, poderiam desconfiar. Respirou fundo, ajeitando sua postura para uma confiante antes de dizer:
— Eu tenho que me virar quando os meus empregados não fazem o trabalho deles direito.
Bartolomeu desfez o sorriso e saiu dali, se dirigindo até a porta que dava para o jardim da casa, provavelmente fugindo por ter ficado furioso.
— Não fale assim com ele. — Rosa a repreendeu. — Ele foi buscar você na escola, mas você não estava lá, e o segurança disse que você já tinha ido embora.
— Ah..., sério? Desculpa, eu não sabia que... — Camila fez uma pausa. Apesar de se sentir mal com isso, precisava agir como Leyla. Além disso, não deveria sentir pena do motorista. Tinha quase certeza de que era ele quem estava por trás da morte da menina. Rapidamente, mudou sua postura para uma confiante novamente, ou tentou. — Eu fiz o que era necessário. Ele demorou muito. E fui instruída por Alice a pegar o ônibus caso isso ocorresse.
Rosa e Alice a olharam surpresas, não pareciam estar acostumadas com essas desculpas vindas da garota.
— B-bem, eu fiz o que pude para auxiliá-la, senhorita. Sua babá não estava fazendo direito o serviço dela então... então eu tive que me virar. — Alice respondeu gaguejando, depois de se recuperar da surpresa.
— Eu não sou mais a babá, Alice! E isso não é desculpa! O importante é que seus irmãos não fizeram o mesmo que você e chegaram bem com o Bartolomeu. E não faça mais isso. Ouviu, Leyla? — Rosa disse em um tom que Camila não havia ouvido sair da boca da mulher antes.
Devido ao tom severo de Rosa, Camila se deixou intimidar e perdeu toda a sua postura confiante, e apenas afirmou com a cabeça apressadamente antes de Rosa subir as escadas e deixar o local, deixando apenas ela e Alice juntas em um silêncio bastante constrangedor pela parte das duas.
— Irei me retirar, senhorita. Tenho que ir até cozinha. — Alice se virou para ir em direção à cozinha, mas Camila intervém.
— Espera! — Berrou no local, deixando a situação ainda mais tensa para ambas. — Eu... preciso de um favor seu. Preciso que me leve a um local, mas não poderá contar a ninguém.
Alice a olhou assustada.
— Por... favor? — Pediu Camila, esperançosa.
Fora de ônibus novamente junto de Alice, pois não queria que ninguém soubesse sobre o que ela iria fazer na frente do hospital em que tudo começou. Alice seria mais fácil de convencer a não contar a ninguém.
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A Viajante - O Outro Mundo (Livro 1)
Science Fiction"Você acredita em universos paralelos?" Uma menina órfã, movida pela curiosidade, acaba se vendo diante de uma situação inesperada: Ela encontra um Portal Dimensional e viaja para um universo paralelo. "...havia uma coisa muito estranha de formato c...