Os meses seguintes foram ficando cada vez mais frios. Camila não estava acostumada com essa mudança de clima em que o inverno era no final do ano. Em seu país, sempre fora verão nessa época. Além disso, não estava acostumada com tanto frio. Na cidade em que morava, sempre pareceu que estava dentro de um forno, na maioria das vezes.
Em uma manhã fria de dezembro, as ruas estavam infestadas de neve; os carros, brancos, parecendo pedaços de glacê de bolo gigantes que se misturaram com os do chão. Todos os veículos circulavam com dificuldade por conta da neve, e os estudantes da I.E.T não estavam em uma situação diferente.
Os alunos que chegavam agora, caminhavam com dificuldade até a entrada da escola, abrindo um caminho na neve um pouco espessa ao passar. Com um pouco menos de dificuldade, alguns outros andavam pelos caminhos que alguns abriam.
— Virei buscar vocês às três. — Bartolomeu disse às crianças. — E você meio dia, pois provavelmente não irá ter educação física de novo.
— Você sabe quais são minhas aulas de hoje? Nossa, eu nem gravei ainda.
— Claro. Para me certificar da hora que você vai sair e não tentar me enganar. Ao que parece, sou sua babá também.
Camilae as crianças entraram nos terrenos da escola, e viram pessoas vestidas de azule preto na neve, todos com as calças e casacos fofos e quentes que faziam partedo uniforme de inverno, assim como as luvas, cachecóis e toucas, que aindacontinham o brasão da casa de Lia, que era o mesmo da escola. A essa altura, osalunos já estavam usando o novo uniforme azul — em que as espadas entrelaçadasdo brasão não eram azuis, e sim pretas —, embora alguns continuasse com opreto, que era o caso de Camila.
A escola já estava decorada para o Natal. Enfeites eram vistos por todos os cantos. Uma enorme árvore de Natal com sabe-se lá quantos metros de altura, que continha várias luzes e enfeites, estava no meio salão principal. Devido à sua altura, ela podia ser visível de todos os andares. A árvore passava pelo meio da escadaria, o que a permitia alcançar o tamanho que tinha.
— Leyla! — Paty, que acabara de entrar na escola, foi em sua direção. Na entrada do salão, muitos alunos suspiravam de felicidade e satisfação pelo local estar incrivelmente aquecido por conta dos aquecedores.
— Oi, Paty.
— Acredita que ontem quando fui à casa da sua prima fazer o trabalho, tive que fazer tudo sozinha?
— Acredito... — Disse distraidamente, apenas depois de alguns segundos, processou a frase de Paty e arregalou os olhos confusos para a menina. — Espera, que trabalho?
— O trabalho da Professora Louise. Eu sei que ela o passou há meses, mas sempre que eu ia falar com a Venice, ela fugia.
— O trabalho... é para quando mesmo?
— Amanhã.
Encarou a menina com terror no rosto.
— Eu sei, mas foi ela quem quis fazer em cima da hora, não me olha assim. — Paty pareceu ofendida.
— Eu não fiz! Me esqueci completamente. Será que eu posso passar de série sem entregar?
— O trabalho dela vale quatro, e você precisa tirar seis no bimestre se quiser passar. É melhor você fazer, mesmo que seja com a Melina. Ano que vem, depois das férias, os outros professores vão nos encher de trabalhos e vai ficar complicado estudar. Bom, pelo menos para você, que não está prestando atenção nas aulas. — Viu Paty a encarando com um olhar desconfiado. É claro que a verdadeira Leyla nunca estaria em uma situação daquelas.
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A Viajante - O Outro Mundo (Livro 1)
Ciencia Ficción"Você acredita em universos paralelos?" Uma menina órfã, movida pela curiosidade, acaba se vendo diante de uma situação inesperada: Ela encontra um Portal Dimensional e viaja para um universo paralelo. "...havia uma coisa muito estranha de formato c...