Capítulo TREZE

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Vancouver, Portland, Terça-feira, Hospital de Portland. Nove e vinte e cinco da manhã... Ou algo próximo a isso...

Ai minha cabeça. Forço meus braços a se mexerem mas eles não saem do lugar. Um bip terrivelmente irritante invade meus ouvidos aumentando gradativamente conforme vou recuperando minha consciência. Onde é que eu estou? Tento me mover novamente, mas não tenho sucesso. Eu sei que estou deitada, mas não sinto a maciez do meu colchão sob mim. Tento abrir os olhos pela primeira vez, mas minha cabeça protesta. Por que está doendo tanto? Eu não me lembro de tê-la batido em lugar algum. Aliás, não me lembro de nada. Por que eu não lembro de nada? Droga! Pior ainda... Onde eu estou?! Forço meus olhos a se abrirem, pestanejando diversas vezes. Minha visão se foca em um teto extremamente branco. Vagarosamente viro minha cabeça para o lado encontrando um aparelho que mede batimentos cardíacos. Eu estou em um... Hospital? Lentamente volto minha atenção para o meu corpo e vejo agulhas de soro em meu braço e torso da mão. Estou tomando soro. O que? O que é isso? O que houve comigo? Por que estou aqui? Olho envolta totalmente confusa em busca de uma luz.

- Você acordou. - a voz séria e controlada de Christian me atrai para o canto do quarto onde vejo-o sentado em uma poltrona branca. Ofego em surpresa. Sua expressão é indecifrável. Mas parece tenso. Muito tenso. Seu cabelo está desgrenhado, a gravata negra está frouxa e sua camisa social dobrada até os cotovelos. Seus olhos estão profundos e cansados. Parece exausto. Faço um leve esforço para sentar-me. Estou um pouco tonta.

- O que aconteceu? - pergunto transtornada, minha voz rouca pela falta de uso. Ele se levanta, aproximando-se vagarosamente de mim, mas fica em silêncio. - O que aconteceu, Christian? - insisto, mas ele continua a me observar em silêncio. - Onde está Kate?

- Lá fora. - seus olhos cinzas estão escuros, frios e amedrontadores. Engulo em seco.

- Por que estou aqui? - questiono em voz baixa.

Ele ignora minha pergunta.

- Você está se sentindo bem? - percebo um pouco de preocupação em sua voz.

- Por que estou aqui, Christian? - persisto. Há uma névoa em meu cérebro. Preciso desesperadamente saber o que aconteceu. Mas não tenho uma lembrança que possa me ajudar.

- Me diga você. - responde secamente, travando sua mandíbula. Está realmente muito tenso.

Pestanejo atordoada.

- O que foi que aconteceu? - sussurro chorosa, mas não tenho forças para derramar uma lágrima sequer. - E-eu... - gaguejo. - Eu não me lembro.

- Você passou dos limites, Anastásia. - afirma ríspido.

Meu coração se contorce dolorosamente em meu peito. Do que ele está falando? Me sinto frágil. Como posso retrucar se nem ao menos sei do que estamos falando? Estou em desvantagem, sozinha na escuridão de minhas lembranças desconexas e ao invés de me ajudar Christian me repreende. Por que ele está me tratando desse jeito?

- Por que você se importa? - murmuro amargurada.

Suas pupilas se dilatam, sua expressão é momentaneamente de choque mas em seguida volta para seu típico olhar impassível me escondendo o que realmente sente.

- Você não faz ideia do quão ruim foi ver você inconsciente em meus braços, não é? - estremeço com a intensidade de seu olhar sobre mim.

- O que foi que eu fiz? - sussurro quase sem voz. - Por favor, Christian, fale de uma vez.

- Você se embriagou. - diz em tom crítico, e eu posso ver em seu olhar que há algo mais.

Balanço a cabeça discordando.

Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora