Deus, me ajude!
Todos os pelos do meu corpo estão eriçados em um arrepio involuntário de medo. Meus olhos estão muito abertos em puro choque, mas eu me esforço para amenizar minha expressão assustada antes de tomar coragem e finalmente encarar Christian. Lentamente eu me viro, como se qualquer movimento brusco pudesse piorar minha situação e desencadear a fúria de Christian. Meu coração bombeia freneticamente quase escapando de minha caixa torácica quando eu o vejo pela primeira vez depois de longos e intermináveis dias. Eu me seguro para não deixar meu queixo se escancarar. Não é sonho, não é miragem, nem imaginação, e muito menos delírio. Ele realmente está aqui. Christian está aqui. A minha frente. Eu não sei se é o período de tempo que fiquei sem vê-lo, ou se é apenas coisa da minha cabeça, mas... Ele parece diferente. Mais lindo. Mais másculo. Mais intimidador. Incrivelmente tentador... Minhas pernas bambeiam apenas em vê-lo, reação completamente normal no estado de fascínio extremo em que eu me encontro. Esse homem é todo meu. De um jeito estranho e completamente pervertido, mas é meu! Meus olhos fazem um passeio minucioso por seu rosto. Seu cabelo parece mais claro, refletindo cobre e vermelho debaixo do loiro escuro. Seus olhos cinzas parecem vidro, de tão claros, e estão brilhando com... Raiva? Tensão? Nervosismo? Não consigo me concentrar em decifrar. Sua boca está reta em uma linha fina e amedrontadora. Sua barba por fazer parece mais grossa, dando-lhe um ar rebelde... Ainda mais sexy. Oh Merda... Como ligar o botão resistência para um homem desses?! Como?!
— E-eu? — gaguejo nervosa, e minha voz soa estridente demais até para minhas próprias orelhas. — Ér... — eu pigarreio me consertando e ele ergue uma sobrancelha como quem espera por uma explicação plausível. — Na-não... Eu só... Ia... Ér... Procurar... Por... Você! — minto em uma voz mais falsa do que eu gostaria, piscando rapidamente como se isso fizesse eu me concentrar melhor. — Mas eu nem precisei já que você está... Aqui... — adiciono, tentando em vão soar menos nervosa.
— Você preferia que eu não estivesse? — ele indaga, com sua conhecida expressão impassível, me deixando ainda mais nervosa.
— NÃO! — eu rapidamente retruco, fazendo algumas pessoas próximas me olharem assustadas. — Quer dizer... Eu estou feliz que esteja aqui. — digo dessa vez em tom baixo. — Muito feliz. — completo, sorrindo largamente e torcendo mentalmente para que ele que esteja no auge de seu bom humor e não queira me chicotear a ponto de deixar hematomas, cicatrizes, marcas permanentes...
— Que bom. — ele retorna, surpreendentemente calmo, me dando um sorriso mínimo e depositando um beijo rápido em meus lábios de forma gentil e amável.
Eu pisco, momentaneamente estupefata com seu gesto, antes de balançar a cabeça e pigarrear novamente.
— Ér... Christian, tem duas pessoas que eu quero muito que conheça. — digo, virando-me de lado, ficando de frente pra mesa. — Mãe, este é o meu namorado Christian. Christian, esta é minha mãe Carla. — apresento-os, gesticulando de um para o outro e desejando mentalmente poder me enfiar em um buraco grande e escuro onde Christian não possa me encontrar com seus rastreadores de alta tecnologia.
— Senhora Adams, é uma enorme satisfação conhece-la. — Christian se inclina para apertar sua mão, dando-lhe um sorriso de tirar o fôlego, e eu me pergunto como é que ele sabe o sobrenome dela, enquanto Sebastian se aproveita para fazer um joinha com o polegar por trás dele e sibilar um "mandou bem!", referindo-se a beleza de Christian, fazendo-me revirar os olhos.
— Ahn... Ér... E este é o meu amigo Sebastian. — digo, e Christian o avalia minuciosamente enquanto aperta brevemente a mão do meu amigo que o cumprimenta com uma falsa postura de homem. Hunf... A quem Sebastian está tentando enganar? Sai dessa, amigo, você não engana ninguém com esse olhar devorador em cima do meu homem!
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Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVEL
Fanfikce"Eu acho... Eu acho que quando tudo está acabado isso só volta em flashes, sabe? É tipo um caleidoscópio de memórias, em que apenas tudo volta... Mas ele nunca acontece. Eu acho que parte de mim sabia no segundo em que o vi, que isso iria acontecer...