Capítulo VINTE QUATRO

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Seattle, Apartamento de Ana e Kate, nove e dezesseis da manhã...

Há luz em toda parte. Forte, quente, brilhante, uma luz penetrante, e eu me esforço para mantê-la longe por mais alguns preciosos minutos. Eu quero me esconder, somente por mais alguns minutos. Mas o brilho é muito forte, e eu finalmente sucumbo à vigília. Uma manhã gloriosa em Seattle me cumprimenta, o sol se derramando através da minha janela e inundando o meu quarto com uma luz clara demais. Por que eu não fechei as persianas ontem à noite? Suspiro. Me remexo na cama e noto que estou sem minha coberta. Mas o que..? Sento-me e vejo, junto ao meu travesseiro, minha coberta no chão. Droga. Resisto a vontade de voltar a dormir e levanto-me cambaleante, pegando as coisas do chão e jogando-as de volta na cama. Me arrasto até o banheiro parando em frente ao espelho. Eu estou mais horrível do que nunca! Seguro minhas bochechas fazendo diversas caretas, que infelizmente, não me deixam melhores. Resmungo, saindo de frente ao espelho e entro no box. Preciso de um banho.

Ligo o chuveiro, retiro meu pijama e entro embaixo da água quente. Um pouco mais desperta, inevitavelmente eu me pego pensando em Christian. Ele me procurou ontem a noite. O que será que ele queria falar comigo? Pedir desculpas talvez?

FLASHBACK ON

Christian está a porta, e eu, encostada contra a parede da cozinha para que ele não possa me ver, mas que eu possa escuta-lo.

Quando tem certeza de que estou bem escondida, Kate faz sinal positivo pra mim e atende a porta.

— Oh, olá, Christian. — ela força um tom simpático.

— Kate. — ele cumprimenta em tom baixo. — Posso falar com a Anastásia?

— Anastásia está dormindo, Christian, ela teve uma longa noite e eu não acho que seja uma boa ideia acorda-la. — ela mente descaradamente.

— Pode, por favor, entregar isto a ela? — ele pergunta, mas não posso ver ao que ele se refere. — São as coisas dela.

Minhas coisas?

— Claro. — Kate diz em sinal de compreensão. — É só isso?

— Sim... — Christian confirma, mas sua voz está incerta, hesitante. — Quer dizer... — ele se corrige, mas não completa.

Meu coração se acelera, ansioso.

— Sim...? — Kate incentiva, sabendo que eu posso ouvir o que ele tem a dizer.

Uns segundos se passam antes dele finalmente dizer.

— Diga a ela que... Eu desejei uma boa viagem.

FLASHBACK OFF

Ele devolveu minhas coisas, e me desejou uma boa viajem. O que isso significa? Que ele está chateado? Que ele não quer mais me ver? Ou que, ele simplesmente, devolveu minhas coisas? É difícil saber, vindo de Christian. Suspiro frustrada. Eu poderia estar em um apartamento fantástico, fazendo um sexo fantástico com o meu fantástico namorado. Quando a realidade sombria é que ele me tira do sério, mesmo tendo dito que tentaria agir como um namorado mais flexível. Argh... Como alguém consegue ser tão repulsivamente tentador? Como?

— Ana! — sou tirada de meus devaneios por batidas na porta do quarto, juntamente com uma voz infantil. Sean. Automaticamente um sorriso se abre em meu rosto.

— Espera um minuto, Sean! — grito do banheiro, alto o suficiente para ele ouvir. Levo o silencio de Sean como uma confirmação de que ele irá me esperar. Me apresso em meu banho, e logo estou em meu quarto, em busca do meu roupão. Assim que o encontro, visto-o e vou até a porta, abrindo-a e dando de cara com um Sean sentado no canto da porta, brincando de esmagar formigas. Ele sempre faz isso quando está entediado. — Hey, bom dia, pequeno. — sorrio, atraindo sua atenção para mim. Ele prontamente se levanta e para a minha frente.

Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora