Capítulo VINTE SEIS

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Todos os membros do meu corpo estão suaves e lânguidos. Eu me sinto uma mistura de múmia com zumbi. Meus olhos ainda estão fechados, mas o meu cansaço é evidente. Eu estou indisposta, acabada, completamente exausta... Mas parece que Christian ainda não percebeu isso. Eu gemo baixinho, sentindo suas mãos deslizarem pela extensão dos meus pés em uma massagem lenta e articulada na tentativa de me acordar. Missão cumprida, capitão. A pressão de seus dedos é moderada e contínua, me causando uma distante sensação de relaxamento. Distante, bem distante... Porque eu queria estar dormindo.

— Anastásia...?

Ouço sua voz extremamente longínqua, me chamando.

— Vamos, querida, abra os olhos... — eu rolo em uma superfície macia, sentindo a leveza dos lençóis em minha pele. — Acorde, Ana. — a voz, dessa vez, está forte e mais perto. E eu já não sinto mais suas mãos importunando meus pés.

Meus olhos piscam involuntariamente, abrindo-se por uma fração de segundos, só para me dar a certeza de que estou em uma cama e de que Christian está realmente falando ao meu ouvido, insistindo para que eu me levante.

— Levanta, Anastásia!

— Você não dorme, não? — resmungo baixinho em descontentamento e abro minimamente os olhos.

Através da neblina da luz, eu vejo Christian quase debruçado sobre mim, estampando um sorriso, que em meio a escuridão eu julgo como divertido. Ainda é madrugada, ou pelo menos parece que é. Mas se ainda não amanheceu... Por que diabos Christian me acordou? Será que ele quer mais uma sessão de sexo? Alguém precisa avisar ao meu namorado que eu não sou uma máquina programa que funciona quando ele bem entende.

— Christian... — murmuro enquanto esfrego meus olhos na tentativa de diminuir minha forte sonolência.

— Que horas são?

— Três e quarenta e cinco da manhã. — responde simplesmente, se inclinando e depositando um beijo rápido em meus lábios. — Bom dia, linda... — me saúda, beijando minha bochecha, minhas pálpebras, a ponta do meu nariz e minha boca, me fazendo despertar um pouco mais e captar sua frase anterior.

— Christian... Por que me acordou às três quarenta e cinco da manhã? — pergunto entre dentes, tentando soar calma.

— Espere, eu vou ligar a luz. — sua voz é calma e ao mesmo tempo animada. O que ele está aprontando? Ainda são três da madrugada!

— Não. — eu gemo como uma criança, cobrindo meu rosto com meu travesseiro. De repente, não sinto mais a presença de Christian sobre mim. Ele está de pé, eu ouço seus passos pelo quarto.

— Eu tenho uma surpresa para você, Ana. — o ouço dizer antes de sentir meu travesseiro sendo puxado das minhas mãos.

A luz está ligada. Pisco atordoada, e semicerro os olhos me acostumando com a extrema claridade do quarto.

— Será que você pode se levantar e me dizer bom dia?

Olho-o por entre meus olhos estreitos.

— Eu não digo "bom dia", Christian, eu sou uma pessoa da tarde, de preferência, depois da duas. — resmungo me espreguiçando. — Por que está me acordando no meio da madrugada? Eu pensei que você queria mais sexo. — digo em meio a um bocejo, começando a reparar na bela visão a minha frente. Christian está parado ao lado da cama, devidamente vestido. Devidamente até demais. Uma blusa social negra, dobrada até os cotovelos, combinada a calça e o sapato social, também pretos. Parece pronto para um evento social.

Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora