‹ Prólogo ›

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Donghyuck entrou em casa aquela noite, todo felizinho. Ele tinha recebido seu primeiro salário, depois de um mês trabalhando e ele só queria levar sua mãe pra comer alguma coisa e os dois ficarem sozinhos, pelo menos por algumas horas. Não passava das sete e meia e a lanchonete preferida dele, ainda estava aberta.

Hyuck estava a caminho das escadas, quando ele escutou um choro baixo. Ele parou no meio do caminho e ficou olhando para cima, na direção do corredor, que dava para seu quarto. Esse choro, só podia significar uma coisa: Eles estavam brigando de novo e mais uma vez, sua mãe estava sofrendo na mão daquele homem.

- Deus, até quando? - Ele olhou para o alto e fechou os olhos. Ele não aguentava mais. Era muito pra si.

Hyuck deu meia volta e foi até a cozinha. Onde ele viu sua mãe encurralada na geladeira, enquanto seu pai gritava com ela. Ela estava com um corte na boca e um pequeno hematoma no olho esquerdo.

Isso foi o estopim pra ele.

Donghyuck foi na direção do pai e o empurrou para longe de sua mãe. Ele foi pego de surpresa e estar bêbado, também ajudou um pouco. Mas não durou muito. Ele levantou e avançou em Donghyuck, lhe dando um soco na boca. Sua mãe, se jogou na frente, para defender o filho. Ela ficou de costas para o marido e de frente para o filho. Os olhos dela estavam marejados.

- Sai daqui. Eu não permito que você sofra. Vai pra casa dos seus amigos e só volta para casa amanhã. Agora Donghyuck.

Donghyuck paralisou e ele se recusou a sair de perto dela. Só que a mais velha lhe deu um leve empurrão e ele fez o que lhe foi mandado. Mas ele não foi pra casa de um de seus amigos.

O Lee tomou um rumo completamente diferente. Não sabia exatamente o que estava fazendo. Estava tomado pela raiva e suas emoções estavam à flor da pele. Mas ele estava cansado e já tinha visto temporada suficientes de Supernatural, e se tinha uma coisa que ele acreditava, era que demônios existem.

Se Dean conseguiu fazer um pacto, ele também conseguiria. Ele só não tinha ideia do que ia dentro da caixinha que eles enterravam no chão.

- Eu preciso salvar minha mãe.

Donghyuck parou no meio de uma encruzilhada e olhou para todos os lados. Não tinha ninguém ali, somente ele e seu medo. Mas ele não recuou. Acabou caindo de joelhos e as lágrimas desceram sem ele querer. E quando notou, já estava desabafando para o nada.

- Eu não sei se realmente existe alguém aqui, que possa me ajudar. Mas eu tô desesperado e eu farei qualquer coisa pra salvar minha mãe e a mim mesmo.

Estava meio difícil falar, porque as lágrimas não paravam de rolar, só que mesmo assim, ele continuou.

- Por favor, eu imploro. Me ajude, eu faço qualquer coisa.

Ele apoiou suas mãos no chão e suspirou. As lágrimas não paravam de rolar e seu peito já doía.

- Gosto dessa frase. 'Faço qualquer coisa.'

Donghyuck se assustou e acabou caindo sentado no chão. Ele estava com os olhos arregalados em pura surpresa.

- Oi. Eu sou Jaehyun, em que posso te ajudar?

Donghyuck encarava o demônio em puro choque. Mas ele também estava encantado. Jaehyun era lindo e tinha uma presença imponente. Ele vestia um terno vermelho, seus cabelos pretos estavam jogados para trás e seus olhos eram de um vermelho intenso.

- Você perdeu a voz? Eu sei que sou lindo, mas eu tenho mais o que fazer. - Falou o demônio, trocando o peso de uma perna pra outra.

- Você é real?

Jaehyun revirou os olhos.

- As mesmas perguntas de sempre. Você é real? Então o inferno existe? Você é mesmo o demônio da encruzilhada? A me poupe dessa ladainha. - O demônio não tinha paciência e isso já tinha ficado explícito.

Donghyuck se sentiu péssimo depois disso. Ele tentou se recompor e se levantou, limpando a poeira da roupa e encarando o demônio em seguida.

- O que você quer?

Donghyuck engoliu seco.

- Quero que meu pai morra.

Jaehyun levou sua mão ao peito, em uma falsa surpresa.

- Mais alguma coisa?

- Eu não quero que a gente passe necessidade depois que ele se for.

- Só isso?

- Só.

- Matar o pai e ter dinheiro em conta. Fechado. Você sabe qual é o pagamento, né?

Donghyuck engoliu seco e assentiu.

- Sei sim.

- Então fechou. Donghyuck, eu vou lhe dar doze anos, porque eu gostei de você e porque eu gosto desse número. Ao final desse prazo, alguém irá vir lhe cobrar. Aproveite bem.

Jaehyun se aproximou e puxou Donghyuck pelo pescoço, o beijando e concluindo o pacto. No final, o demônio sorriu para o Lee e sumiu.

Donghyuck respirou aliviado e se permitiu sorrir um pouco.

- Nós estamos livres.

Não por muito tempo, né?

Demon - MarkHyuck ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora