Demon - MarkHyuck ✔️

‹ 4 Dias ›

Mark cuidou de tudo. Donghyuck não estava em condições de fazer nada. Ele simplesmente se sentou em sua cama e ficou lá. Faltavam quatro dias pra ele morrer e o Humano não reagia. Seus amigos tinham ido até sua casa, mas ele não queria receber ninguém e o demônio não insistiu. Renjun, como sempre, tomou a frente e ficou responsável pela cafeteria. Todos estavam trabalhando de preto. O luto era necessário. Eles perderam uma pessoa maravilhosa, que os apoiava em tudo. A senhora Lee sempre esteve ao lado do filho em todas as decisões que ele precisou tomar. Jaemin, Jeno, Kai e Renjun entendiam que perdê-la era um baque. Seria muito sofrimento.

Donghyuck não sabia se era dia e nem se era noite. Seu coração estava despedaçado e ele não sabia como agir. Sabia que Mark tinha tomado a frente tudo, porque ele não tinha condições nenhuma de fazer algo. Ele não sabia como prosseguir. Hyuck sempre teve apoio de sua mãe. Ela era seu porto seguro e agora, que ela tinha partido, ele não sabia mais o que fazer.

- Eu sinto sua falta. - Donghyuck sussurrou e mais lágrimas rolaram por seu rosto.

Ele não tinha mais motivos para viver. Tinha? A única pessoa, que sempre esteve ao seu lado e sempre tentou lhe fazer ser um ser humano melhor, tinha partido. Ele não tinha mais motivos pra nada. Ela era sua base. Tudo que sempre quis ser quando ficasse mais velho. O que faria agora? Além de morrer em quatro dias?

- Eu não... Sei o que fazer.

Donghyuck se sentou na cama e olhou pela janela. O sol estava extremamente forte lá fora, mas ele não tinha ideia da hora que era. Ele só queria que sua mãe entrasse pela porta e lhe obrigasse a sair da cama, porque ele era dono de um comércio e precisava tomar as rédeas de sua vida.

- Eu não consigo, mãe. Não sem você.

Donghyuck deitou na cama novamente e ficou olhando pela janela. Ele não tinha mais lágrimas pra chorar e mesmo assim, a vontade permanecia. Seu coração estava tão apertadinho. Hyuck não teve nem condições de ir ao enterro de sua mãe. Ele não queria vê-la daquela forma. Ele não conseguiria. Não queria se despedir, embora soubesse que precisava.

- Eu sinto sua falta... Eu irei sempre sentir a sua falta.

Donghyuck fechou seus olhos e se deixou ser levado pelo sono. Ele não tinha muitas alternativas de qualquer forma.

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- Eu odiei levar aquela senhorinha. Por Deus, alguém me mata? Ela não merecia ser levada, não merecia. - Chenle parecia transtornado.

Yeonjun, Soobin e Jisung, encararam o Ceifeiro e não souberam o que dizer, até porque eles não tinham entendido. Chenle parecia bem abalado e seus olhos estavam um pouco vermelhos.

- Mano, aquele garoto vai morrer em poucos dias e ontem sua mãe morreu. 'Ces tem ideia, de como tá a cabeça dele?

Yeonjun franziu o cenho em pura confusão.

- Do que você está falando?

Chenle bufou.

- A mãe do menino que o Mark tem que matar, morreu gente. Ela tinha que morrer. Mas o moleque tá sofrendo, óbvio né. Ontem, ver ele abraçado ao corpo dela, enquanto gritava e chorava, fez eu questionar minha profissão. - Chenle se sentou no chão e passou a mão por seus cabelos verdes.

As pessoas ali presentes, não eram amigas e muito menos sabiam sobre suas respectivas habilidades. Mas naquele momento, eles conseguiam sentir a dor e a tristeza do Ceifeiro.

- Eu não queria levar ela. O Taeyong que devia ter ido no meu lugar. Ver a dor nos olhos dos dois, foi demais pra mim. - Chenle gostava do que fazia, na maioria do tempo. Só que em outros momentos, ele se perguntava se isso era realmente necessário. - Ela falando que amava ele do jeito que ele era, me fez questionar se em algum momento da minha vida, eu tive uma pessoa que me amasse tanto.

Silêncio.

E o Ceifeiros voltou a falar.

- Eu vi naquele momento, que o Donghyuck faria qualquer coisa para ter a mãe dele de volta. E pela primeira vez, eu vi dor nos olhos de um demônio. Mark não podia fazer nada. Ele sabia disso e acho que foi por isso, que ele se sentiu impotente. - Chenle completou e Yeonjun sentiu uma certa necessidade de ver o amigo.

- Porque ela tinha que morrer? - Jisung perguntou.

- Ela ia cometer suicídio. Depois que Donghyuck morresse, ela não ia suporta e ia se matar. A alma dela iria direto pro inferno. Kun não queria, porque ela era uma católica fervorosa e merecia a entrada no céu. Então ele conversou com Taeyong e os dois entraram em um acordo. Ele a levaria antes da morte do filho. - Chenle respondeu e ele olhou na direção da cafeteria. - Todos eles estão de luto. A cara do Renjun parece que é a pior de todas.

- Como que o Mark está? - Yeonjun questionou e Jisung o olhou sério. Ele também queria saber.

- A última vez que eu o vi, ele não estava com uma cara boa.

- Eu acho que vou lá. - Yeonjun não deu tempo de o barrarem. Ele simplesmente sumiu.

Jisung olhou uma última vez na direção da cafeteria, deu um sorriso ao ver o menino de cabelo rosa e sumiu. Soobin não soube o que fazer.

- Eu não tenho intimidade com esse Mark. - Soobin se sentou ao lado de Chenle, que deu um leve sorriso.

- A Chaeryeong está bem?

Soobin deu de ombros.

- Acho que sim. Eu não a tenho visto, ela tem passado muito tempo com o protegido dela. - Soobin respondeu meio incerto. Ele realmente não tem visto sua irmã.

- As coisas não vão melhorar, né?

Chenle nem olhou para o anjo. Ele apenas sorriu de lado.

- A tendência nunca é melhorar é sempre piorar, meu caro anjo

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Mark deu uma última olhada em Donghyuck, antes de descer as escadas. Ele riu ao ver Jisung e Yeonjun sentados no sofá. Ele parou atrás do sofá e encarou os demônios.

- O que fazem aqui? - Mark se sentou e ele conseguiu a atenção de ambos.

- Você está bem? - Jisung perguntou.

- Não foi eu que perdir minha mãe. - Ele falou isso com uma certa amargura e ambos os demônios notaram. - Foi horrível. Eu acho que nunca vou tirar aquela cena da minha cabeça. - Ele passou a mão por seus cabelos e respirou fundo.

- Ele vai superar, Mark. Todo mundo sempre supera. - Jisung falou e Mark assentiu.

- Eu sei. Todos superam. Só que até eles superaram, eles já sofreram muito. De que adianta?

Nenhum deles conseguiu responder essa pergunta. Na verdade, ninguém poderia responder.