Minha Ambição

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DRACO P.O.V.

Eu estava me sentindo mais confuso do que antes. Enganado até. Não conseguia raciocinar direito desde o acidente não tão acidental de Pansy. Confesso que eu errei em ter feito ela ir para a enfermaria, porém ela mereceu. Ela tentou matar a S/n, ela machucou a S/n. A garota que tem 90% da atenção dos meus pensamentos puros e impuros. Os outros 10% são tomados pelos comensais, nenhum deles é capaz de entrar ou ler a minha mente como o lorde das trevas ou até a própria S/n, mas toda vez que vejo a marca em meu braço sou tomado pelo medo, ódio, confusão e o principal, a culpa.
Quando vi os olhos de S/n cheios de lágrimas ao descobrir que eu havia me tornado um comensal, aquilo de alguma forma me destruiu em milhões de pedaços. Eu ainda não juntei todos os cacos porque apenas ela pode junta-los e me construir de volta. Me remendar. Apenas ela.

É engraçado pensar nisso. Pensar que não só a garota saiu chorando do meu quarto por minha causa como eu também chorei por causa dela. Minha garota não fez nada de ruim para mim como eu fiz para ela, mas eu chorei. Chorei por ter feito ela se distanciar de mim, por ter de me transformar em um monstro.
Tudo o que eu mais preciso agora é dela. Só dela. Da minha garota, minha garota tímida que se escondia atrás do irmão mais velho. Da garota que me provocava como nenhuma outra. Da garota que foi chamada a atenção pelo professor Snape. Esse foi o dia em que eu a vi.
Uma menina com os olhos assustados e nervosos olhando para o professor, os lábios e os dedos tremendo, a vergonha acumulando em suas bochechas. Uma garota considerada inocente demais para o mundo. Eu pensava isso. Achava que seria fácil tê-la, que ela se renderia facilmente. Entretanto, quem se rendeu primeiro fui eu no dia em que ela me convidou para sair no meio da noite. O duende estranho que a cobrou teve seu dinheiro e S/n estava livre da dívida. Nesse mesmo dia, eu a beijei pela primeira vez. Senti meu coração acelerar como louco por uma garota pela primeira vez.

E eu estraguei tudo.

Me enfureci pelas palavras dela naquela vez.

Afinal acredito que nem saiba o que é uma.

Ele é alguém de família pra mim, com ou sem o mesmo sangue. Nem tudo gira em volta do sangue, Draco.

Família era um assunto sensível para mim. Uma ferida. E ela soube tocar e mexer. Como quando um dedo adentra um corte e fica mexendo lá dentro. Dói pra caralho.
Porém, fiquei com raiva sem motivo algum. Ela estava certa, eu não sabia diferenciar uma família de sangue e uma de consideração. Até ver ela com os Weasleys. Ela sempre sorria, ria e se divertia. Era amada.
Eu nunca faria ela feliz assim, mas se tivesse a chance eu tentaria.

Eu tive a resposta no momento em que ela descobriu a carta de meu pai e me olhou como quem a traiu. E de alguma forma, eu a trai. Eu nunca faria ela feliz. Na maioria das vezes em que estavamos juntos, ela chorava ou nós discutíamos. Raramente ela sorria. Eu queria vê-la sorrir, por um dia inteiro sem que ela se senti-se triste. Pelo menos um dia. Apenas um.
Mas acho que entendi o motivo de ela não sorrir tanto quanto com os Weasleys. S/n Clifford é infeliz. Por mais que seja amada por muitas pessoas, ela foi abandonada. O sentimento do abandono e rejeição dói mais do que mil facadas. Ela esconde sua tristeza para que ninguém se preocupe ou pergunte se está bem. Ela esconde seus demônios para que ninguém seja afetado.
Apenas lembrar da história de S/n, libera um ódio profundo dentro de mim que é inexplicável. Seu pai é Chester Grindelwald. O homem que ameaçou meu pai dizendo para eu não encostar um dedo em sua filhinha. Mal sabe ele que eu encostei mais de um dedo. Agora que sei quem é sua filha, eu concordo com ele sobre ela ser mais forte do que eu. Sem sombra de dúvidas, S/n é muito mais forte do que eu. Pode ser em feitiços ou em sua pessoa.
Mas agora eu me pergunto, como um homem como Chester pode ter tido uma filha como ela?
Ela é o total oposto dele. Ou eu posso estar errado? E se S/n for igual a ele? Pode haver essa possibilidade.
Porém, eu não acredito nisso.

Mad World; Draco Malfoy +18Onde histórias criam vida. Descubra agora