Natal Bruxo

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Assim como Chester havia dito, Draco estava tendo um ataque nervoso no quarto. Ele recebera uma coruja com a carta de alguém dizendo sobre a festa de natal em sua casa hoje à noite. O rapaz não queria ir em hipótese alguma. Até me perguntou se a família Weasley o mataria se ele entra-se n'A Toca, com certeza eles o matariam, porém quem iria morrer seria eu se eu lhe dissesse onde seria a festa de natal, que seria  no Largo Grimmauld n° 12.
Eu, Lupin e Draco, havíamos desaparatado até um parque próximo da casa de Sirius. Como já estava escuro não havia muitas pessoas, apenas alguns casais e jovens perambulando ou sentados nos bancos de madeira escura. Lupin ficou me esperando em um desses bancos para que eu tivesse privacidade com Draco.
A fonte na nossa frente brilhava com a luz das luminárias mais próximas e o barulho da água era calmante. Os galhos finos das árvores dançavam com o vento. O chão da praça estava escorregadio devido a chuva e depois congelou com a volta da neve. Draco até havia escorregado, mas se fez de desentendido como se nada tivesse acontecido.

- Obrigado pelo presente. Eu gostei muito. - disse Draco com os braços em volta da minha cintura.

Draco usava brincos nas orelhas. Eu não sabia exatamente o que dar ao Draco, mas durante nossas noites juntos eu percebi que ele tinha as orelhas furadas como se usa-se muitos piercings. E também um par de tênis. Ah, eu sou péssima para presentes.

- Eu quem agradeço. Não só pelo presente, mas por ter passado um tempo com a minha família. Sei como sua família é quanto a supremacia bruxa.

- Minha família é minha família, eu posso mudar a minha opinião se eu quiser.

Sorri e lhe dei um selinho. Mesmo que Draco saia do "lado negro da força" da sua família, eu sei o quanto sua família é importante e que se fosse para ele escolher entre mim e a família... sua família ganharia.

- Poderiamos voltar no verão.

- É... poderiamos. - disse Draco abrindo um sorriso fechado.

Esse era de longe o sorriso mais verdadeiro que Draco já havia mostrado para mim. Era meio desanimado e seus olhos pareciam mais chateados que o normal.

- Draco, está tudo bem?

- Está, claro que está, meu amor. - respondeu rapidamente. - Eu tenho que ir, meus pais devem estar malucos me esparando.

Assenti e Draco me deu um beijo de despedida, um beijo necessário, um beijo forte e cheio de súplica para não nos afastarmos. Seus lábios gelados logo se aqueceram nos meus e vice-versa.
Juntamos nossas testas. As respirações se cruzavam. Eu odeio admitir, mas sentirei uma terrível falta dele. Não seria o fim do mundo e eu teria que ocupar a minha mente o máximo possível, mas sei que em alguma hora mencionariam ele ou eu mesma me trairia pensando nele e naquele momento...

- Tome cuidado. Faça de tudo para ficar longe do meu pai, ok? - sussurrei.

- Ok. - sussurrou ele de volta. - Eu te amo.

- Eu também te amo.

Draco me beijou mais uma vez apertando mais o meu corpo contra o seu.
Iríamos ficar separados até depois do ano novo. Tanto eu quanto ele queríamos guardar algum toque, algum sussurro, algum gemido, mesmo que ficássemos separados só uma semana e alguns dias.
Draco me deu um último selinho, olhou nos meus olhos, sorriu e se foi. Fiquei observando ele ir embora, os cabelos louros quase brancos voando com o vento deixando-o desarrumado, muito atraente por sinal. Em nenhum momento ele olhou para trás, nem para me dar um sorriso, um aceno de mão ou cabeça. Saindo dos meus devaneios me lembro de Lupin e ando até ele que lia o jornal do dia. Meu pai era um homem arrumado, mas todo o cansaço e o peso de todas as coisas faziam com que ele não parecesse tão arrumado.

Mad World; Draco Malfoy +18Onde histórias criam vida. Descubra agora