Em Observação

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Me sentia em um experimento científico onde pessoas injetavam coisas em meu organismo para ver como ele reagiria. Me observando e vendo cada mísera mudança, anotando. Era desconfortável. Não gostava disso. Ainda mais pelo fato de que estavam me tratando como se eu fosse uma bolha de sabão prestes a estourar se for tocada. Sensível, vulnerável, instável. Era isso que pensavam de mim naqueles últimos dias de férias.
Alguns haviam ido embora depois do natal. Outros ficaram na casa de Sirius, a sede da Ordem da Fênix. Queria ficar sozinha por um instante, mas não deixavam pensando que o que aconteceu no natal aconteceria de novo. Hermione me acompanhou nas tarefas que os professores mandaram. Rony sempre me pedia para jogar xadrez porque eu era a única que poderia fazer um jogo dificultando para ele já que eu podia ler seus movimentos em sua mente. Os gêmeos me perguntavam quais as reações se mistura-se um ingredite com outro para seus produtos das Geminialidades Weasley e também brincavam comigo. Gina me pedia para lhe ensinar feitiços ou ser sua goleira - embora eu fosse péssima. Molly me pedia para acompanha-la nos preparativos das refeições e na limpeza. Arthur me pedia para ensina-lo a mexer no notebook. Sirius me convidava para beber e me contar suas histórias de adolecente. Lupin tentava ao máximo possível não tocar em qualquer assunto que fosse me aborrecer e me chamava para caminhar sempre que possível. Harry... bom, ele não se afastou de mim e nem se aproximou, continuava sendo o mesmo Harry de sempre. Mas  dormiamos no mesmo quarto e na mesma cama, embora eu tenha pedido para dormir no chão.

Ninguém tocava no assunto sobre o meu "surto" no dia de natal. Pelo menos não em voz alta. Eu pensava em Draco todos os dias. Como ele está? Será que está pensando em mim? Ele teria se encontrado com Chester?
Durante os dias em que estive no Largo Grimmauld não tive nenhum pesadelo ou aquelas visões, muito menos a dor em meu braço. O livro que Grindelwald havia me dado sempre estava comigo e eu não deixava ninguém pega-lo, em alguns dias quando estava no quarto e a pessoa que estivesse comigo não estivesse prestando tamanha atenção, eu tirava as duas fotos que eu havia tirado daquela realidade e as admirava querendo que aquela realidade fosse verdadeira. Uma vida feliz, com pais - normais e com uma mãe viva - felizes, um relacionamento amoroso feliz, amizades felizes. Imersa na felicidade. Acho que seria pedir demais ter algo assim tão... normal.

Nada seria tão normal com tudo o que está acontecendo. Ainda mais porque Chester parecia querer transformar minha vida em uma completa maluquice. Odiava cada átomo desse homem imprestável.
Mas as aulas voltaram ao normal. O expresso Hogwarts parecia que ia cada vez mais devagar. Ron e Hermione estavam com os outros monitores. Não havia encontrado Draco na estação e não estava a fim de procura-lo agora, mas parecia que ele queria.
A porta da cabine se abre e nem faço questão de olhar quem era.

- Oi... está tudo bem com ela? - cumprimentou Draco na porta.

- Ela está ótima. - disse Harry com uma pitada de raiva.

- Ela não parece bem, Harry. - discordou Luna.

Me levanto lentamente do meu lugar e vou até a porta, paro e olho para meus amigos na cabine. Em especial Harry. Gina, Luna e Neville não se importaram tanto quanto Harry.

- Vejo vocês depois.

Fechei a porta. Não queria conversar com ninguém agora, ainda mais Draco que já estava começando com as perguntas preocupadas.

- Você está bem? Está doente? Falaram algo para você? - ele segurou minhas mãos. - Me diga, por favor.

- Acho que não é bom falarmos disso aqui.

Ele olhou para a janelinha da cabine e assentiu me levando para outro. Seus amigos estavam lá, Parkinson, Blaise, Crabbe e Goyle. Todos olhavam confusos para Draco, ele saira de repente sem dizer aonde ia. Draco os expulsou da cabine.

Mad World; Draco Malfoy +18Onde histórias criam vida. Descubra agora