Capítulo 9

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Soltando esse aqui só pela felicidade de que a Dr.Addison Montgomery está voltando. TÔ MUITO ANSIOSA; É vcs tão morrendo tbm???

Boa leitura amorecos! <3

ELA ASPIRA profundamente com o nariz tão perto da minha boca que eu preciso piscar por uns segundos. Mulher maldita! Puta! A porra de uma puta sem noção que sai espalhando currículos por aí, mas que caralho! O que ela tem na cabeça? E por que isso está me enlouquecendo a ponto de gritar com uma desconhecida por fazer o que bem entende com a própria vida?

Quando se virou para mim depois de abrir a porta da minha sala, eu mal pude acreditar no que estava vendo. As roupas surradas, o cabelo maltratado, preso para esconder esse fato, a pele pálida e a magreza beirando a desnutrição, definitivamente não eram o que eu esperava de alguém que manda um e-mail como aquele. Mas a minha reação a ela era o que eu, definitivamente, não esperava.

Porque o aspecto descuidado, ao invés de me fazer recriminá-la, despertou em mim uma vontade completamente diferente, a de conhecê-la, saber pelo que ela vinha passando, de ajudá-la. Por que, além de tudo, mesmo com a aparência maltratada, a infeliz ainda era a porra da mulher mais linda que eu já vi na vida, e me fez cogitar realmente contratá-la, apenas por uma noite, claro. Ainda assim... Puta que me pariu!

Mas, antes, eu precisava saber como foi que ela chegou até mim. Desde a notícia de que Norma havia conseguido marcar a entrevista, eu criei milhares de teorias sobre como tudo isso poderia ter acontecido, em todas as que envolviam uma profissional do sexo, a dita mulher era uma prostituta de luxo com contatos, e, algum deles, um colega, ou até um amigo babaca, passou meu e-mail pessoal. Eu jamais, sequer, cogitei a ideia de ser só uma garota pobre e desesperada por dinheiro. E, agora, era mais do que curiosidade, era necessidade.

Meredith sentou-se diante de mim com a postura perdida, e eu me perguntei se não seria esse o caso, apenas desespero. Talvez fosse isso, sua aparência deixava muito claro que ela vinha passando por maus bocados. Decidi não a abordar diretamente, achei que, se eu estivesse certa e aquela fosse apenas uma medida desesperada em uma situação desesperada, poderia assustá-la, ou fazer com que se sentisse mal, e esse não era o meu objetivo.

Aproximei-me dela; e tive vontade de me aproximar mais, de deixar de lado a distância que uma mesa entre nós imporia e sentar-me ao seu lado. Mas essa era uma ideia estúpida e sem sentido, afinal, para todos os efeitos; isso ainda era uma entrevista de emprego, eu sabia disso. Ainda assim, mesmo com um enorme e maciço móvel entre nós, senti-me atraída, puxada; por seus olhos; tão fodida e contraditoriamente inocentes que estavam me tirando do sério, mas aos quais ela continuava me negando acesso, focando-os em meu nariz.

Seus lábios; rosados e perfeitamente desenhados; com o arco do cupido perfeito eram tão convidativos quanto o olhar. A contradição estava no fato de que se o segundo despertava em mim uma vontade inexplicável de cuidar dela, o primeiro me despertava algo muito diferente; que; certamente; não poderia ser descrito como zelo. Se aquele currículo fosse sério, ela deveria acrescentar uma boca feita para o pecado nele.

Lutando contra a vontade magnética de me aproximar, nem que fosse apenas no olhar, eu me apresentei e; mais uma vez; ela me surpreendeu. Seus olhos arregalados, lábios entreabertos e bochechas levemente coradas deixavam claro que ela não fazia ideia de quem eu era. O que apenas me intrigou mais. Como ela veio parar aqui? Diante de mim? Com essa postura que é, ao mesmo tempo, assustada e determinada? Precisando de respostas, fiz o primeiro comentário sobre seu currículo e a porra da resposta fodeu a minha mente.

“Enviei muitos”, ela disse, “Enviei muitos”, e, assim, como um castelo de cartas, tudo o que eu tinha pensado sobre ela ruiu. Não querendo acreditar no que ouvia, tentei perguntar outras coisas, mas quanto mais ela falava, mais se distanciava da menina inocente que aparentava ser, e mais a mulher que digitou um currículo sexual e o enviou para mim por e-mail emergia. Essa percepção me enlouqueceu, porque algo em mim se debatia para cuidar da menina inocente que ela não é. Aquele currículo não foi uma medida desesperada, mas friamente calculado. Ela estava disposta aceitar a proposta de quem quer que fosse que a contatasse primeiro, disse-me com todas as letras.

Contrato de Prazer || MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora