Capítulo 27

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− Dona Meredith, acabou de chegar pra senhora. -Há um sorriso um pouco radiante demais em seu rosto. E não é a primeira vez que me pergunto quem ou, o que, ela pensa que sou. O que será que Addison disse para seus outros funcionários a meu respeito? Não que eu ache que ela seja alguém que dá satisfações a muitas pessoas...

− Dona Laura, eu já disse que a senhora tá no céu... É só Meredith. -reclamo, porque ela é bem mais velha que eu, não faz o menor sentido me chamar assim: − Pra mim? -Acabo fazendo uma pergunta completamente desnecessária. Mas eu não estou acostumada a receber presentes, e nem esperava que Addison me mandasse um, afinal, ela já me deu mais coisas do que eu vou precisar, não sei, pelos próximos dez anos da minha vida?

Ela ri do meu comentário.

− Mas eu posso ser chamada de dona?

− Claro que pode! Eu tenho educação, ué! É um sinal de respeito. Mas a senhora já viveu muito mais que eu... Quer dizer, não tô chamando a senhora de velha nem nada assim...

A gargalhada dela corta a minha fala.

− Dona Meredith, não importa a sua idade. A senhora é minha patroa, e se eu chamo a Addison de senhora, tenho que chamá-la de senhora. -O comentário faz eu franzir as sobrancelhas. Patroa? Tsc! Preciso perguntar a Addison o que foi que ela disse. A campainha toca e dona Laura estende a caixa para mim.

− Deve ser a arquiteta. Mando que ela suba?

− Sim, dona Laura. Mas isso ainda não acabou! Eu vou convencer a senhora! Pode ter certeza disso! -Ela sai sorridente em direção ao primeiro andar.

Levo a caixa até a minha cama e, mesmo sabendo que em minutos terei alguém aqui, abro-a. O que encontro me surpreende de várias formas diferentes. Um biquíni e um cartão. As peças de banho são simples, lisas, mas muito elegantes. As duas são pretas, a parte de cima tem um decote quadrado, alças largas, e uma abertura frontal fechada por um laço, interessante.

A parte de baixo é pequena, porém tem a cintura alta e fivelas laterais, que fazem com que apesar da cintura marcada, ela não seja de vestir, mas de encaixar, como os biquínis que têm tiras para se dar laços nas laterais. Fico surpresa por Addison ter se lembrado do que eu disse momentos antes de virmos para o quarto, porque foi dito em meio a coisas muito mais importantes para que ela se lembrasse justamente disso.

Fico ainda mais surpresa pelo quanto gosto das peças. Elas são lindas, mas não como todo o resto do meu novo guarda-roupas. São igualmente elegantes e, muito provavelmente, igualmente caras, mas eu consigo me ver vestida nelas e ainda me sentir eu, aquela eu que eu não reconheço no espelho desde que saí do salão.

Pego o cartão que estava aninhado entre papeis finos e sedosos na caixa:

“Você não tem mais desculpas para só olhar a piscina. Espero encontrá-la nele mais tarde. Não me espere para o jantar. A.F.M”

Um sorriso bobo toma conta do meu rosto, porque ela se lembrou. Tudo isso é tão confuso, é tão difícil entender o que posso ou não esperar dela. Mas, apesar disso, ela se lembrou. É sorrindo que a mulher na minha porta me encontra, entretanto, assim que percebo seu olhar de julgamento, o riso se apaga dos meus lábios.

A mulher diante de mim não pode ser descrita como nada além de deslumbrante. Pisco os olhos, abismada. Ela é, estupidamente, linda! Seu corpo é alto e curvilíneo, com quadris largos e seios tão fartos que me fazem querer olhar para os meus e confirmar que, perto dos dela, eles parecem insignificantes. Seus cabelos são negros e longos, formando cachos volumosos que se espalham por todo o seu rosto. A pele, morena, faz com que ela tenha um aspecto bronzeado que eu jamais alcançarei, e as roupas... Deus! As roupas! Ela veste um terno feminino cor-de-rosa escuro que se agarra às suas curvas deixando-a incrivelmente sexy, mas, ao mesmo tempo, sofisticada e profissional.

Contrato de Prazer || MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora