Tattooed boy

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Em uma plena sexta-feira de novembro de 1998, Seokjin encarava Jeongguk com sua costumeira irritação, enquanto os pés batiam no chão e os braços estavam cruzados sobre o peito. Estava mesmo tentando intimidar o guarda-costas, não que fosse realmente funcionar.

— Pela quinta vez, Seokjin, você não pode sair sozinho. Na verdade, nem sair pode... simplesmente não pode!

Que inferno! Eu só quero caminhar pelo bairro! Tem coisa mais comum e segura?!

— Pois então, me deixe ir com você.

— Não, eu quero ir sozinho — resmungou mais uma vez.

Jeongguk era paciente, uma das razões pela qual tinha sido contratado para tentar controlar o Kim, e digo tentar mesmo, porque não era certo que conseguiriam um dia realmente manter Kim Seokjin longe das ameaças da vida de uma celebridade.

Em seus 25 anos de idade, o Kim deveria estar mais do que acostumado com a vida de famoso, tendo passado quase mais da metade de seu tempo sob os holofotes. Mas não era bem assim, na verdade, pelo contrário, quanto mais o tempo passava mais agoniado com sua redoma de proteção e sigilo ele ficava.

— Então estamos de acordo, não vai e pronto — ditou Jeon.

— Gente... eu fico indignado com tudo isso. Eu, o cristal da nação — disse levando a mão ao peito de forma dramática. —, a pérola rara, o rosto mais bonito, rico, querido... e o que mais quiser acrescentar, simplesmente não posso andar com meus próprios pés na rua da minha casa. Isso é apenas ridículo!

Drama era realmente a sua especialidade.

— Reclame o quanto quiser, mas sugiro que faça isso na segunda-feira quando Hani estiver disponível... Agora, que tal trocar essa sua caminhada por um aconchego naquela sua cama grande?

— Você é um guarda-costas muito assanhado, sabia? — perguntou revirando os olhos.

Jeon riu ao se aproximar, expressou seu deboche com uma careta e tomou os lábios cheinhos do Kim nos seus.

Seokjin gostava muito de seus beijinhos, e eles sabiam aproveitar o tempo livre que tinham juntos. Foi uma coisa inevitável... talvez não muito ética. Mas, estando os dois de acordo e Hani se fazendo de desentendida, tudo ficava muito bem dessa forma: casual, colorido e divertido. Só não era o que Seokjin queria naquele momento.

— Hoje não vai rolar, Jeon... porque, sério, brincadeiras a parte, eu não aguento mais essa rotina — confessou ao cessar o contato. — Queria apenas um respiro...

— Eu sei... mas é que todas as atenções estão voltadas pra você. Suas promoções começam no mês que vem, os paparazzi estão por todo lado, e pessoas estranhas também.

— E se eu me disfarçar muito bem? E te prometer que volto em meia hora? — pediu com um biquinho (irresistível) nos lábios.

— O que vai fazer em apenas meia hora?

— Só pensar e respirar fora dessa casa, sentar num banco embaixo de uma árvore e sentir frio. Sabe, coisas normais...

Jeongguk revirou os olhos, sentindo que ele o venceria pelo cansaço e pela empatia. Afinal, quem convivia com ele sabia muito bem como as coisas funcionavam, e qualquer outra pessoa já teria se sentido sufocada há tempos.

— Tudo bem... mas você não pode sair dos arredores e tem que levar o pager, e voltar exatamente em meia hora, ou vou te buscar e puxar pelas orelhas.

O sorriso no rosto do Kim cresceu e ele se sentiu quase como uma criança de novo, que fica animada quando a mãe libera para sair com os amigos do bairro.

Tattooed boys who like get in trouble | TAEJINOnde histórias criam vida. Descubra agora