Quando Taehyung estacionou a moto em frente a casa tradicional que Seokjin indicara, ele sentiu o peito de apertar de maneira inconveniente. Ele sabia que não deveria sentir tanto em tão pouco tempo, mas, mesmo sabendo disso, estava ali prestes a ter uma dolorosa despedida daquele homem de quem não queria desgrudar tão cedo.
Seokjin desceu e entregou o capacete que usou, logo vasculhando os arredores da rua como fazia sempre que chegava em algum lugar. Mesmo que o endereço dos pais fosse quase um segredo de estado, alguém sempre parecia dar um jeito de descobrir tudo sobre si.
Mas, ao não ver nenhum movimento, ele se permitiu aproximar um pouco mais de Taehyung, olhando para os olhos grandes e quase manhosos que destoavam da figura de estilo quase punk. Queria dizer algo mais romântico, mas ele mesmo lidava com seu nervosismo e não poderia, e nem queria dar falsas esperanças. Eles estavam se arriscando, talvez Taehyung mais do que ele, já que era quem teria que amargar uma espera.
— Foi muito bom te ver hoje... — ele disse, meio sem graça.
— Foi maravilhoso... é... sabe...
Seokjin sabia o que ele perguntaria, e ele não tinha uma resposta certa para aquilo.
— Tenha paciência, certo? É importante que tenha paciência.
Taehyung pareceu amuar, mas entendeu.
— Tudo bem, eu vou esperar pacientemente. — Sorriu, tentando parecer menos frustrado.
Seokjin queria poder selar os lábios aos dele, mas preferiu não retirar a máscara, e tomando certa distância, para que não houvesse tentação demais, ele apenas acenou de longe e entrou pelo portão da casa da mãe, como se fosse um adolescente voltando de um primeiro encontro não planejado. A sensação era boa, mas no fundo, ele ainda sentia medo.
Do lado de fora, Taehyung suspirou, sabia que estava entrando em algo completamente diferente do que já vivera antes, mas, ao pensar de novo no toque dos lábios de Seokjin ou nas sensações que o tomaram enquanto o tatuava, tudo que ele conseguia pensar era que, de qualquer forma, valeria a pena.
[...]
Taehyung entrou em casa com o pensamento voando longe, e, obviamente, que encontrou o primo largado no sofá com suas próprias caraminholas na cabeça. Assim que se jogou em uma das poltronas, viu o olhar de Namjoon se voltar para si.
— Que sorrisinho bobo é esse? — ele perguntou.
— Ah... nada, não.
Namjoon não sabia exatamente o motivo que havia feito o primo ficar até mais tarde no estúdio, mas, julgando seu estado naquele momento, não era difícil imaginar.
— Você encontrou com ele, não foi?
Taehyung sorriu bobo e finalmente deu atenção para o primo.
— Encontrei... ele foi lá hoje, e tatuou comigo...
— Sério? Kim Seokjin tatuou com você?
— Sim, e cara, você nem imagina onde!
— Me fala, vai!
— Jamais... mas, apesar de tudo, eu não sei como vai ser de agora em diante — ele disse, num tom melancólico.
— Espera aí... isso quer dizer que rolou alguma coisa?
Taehyung não sabia bem se deveria dizer para Namjoon, mas, considerando que ele era a pessoa em quem mais confiava no mundo e a única que também sabia que aquele homem era Seokjin, não havia motivos para tanto segredo.
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Tattooed boys who like get in trouble | TAEJIN
FanfictionEm meados de 1998, cansado de viver na redoma de proteção que sua vida cheia de fama o obrigava a levar, Seokjin convence seu guarda-costas a deixá-lo sair por meros trinta minutos para ter a sensação de normalidade que tanto desejava. Em meio a con...