Don't Panic

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Seis dias... e nada de Seokjin. Taehyung tentava pensar: okay, isso é normal!, tentava mesmo, mas estava falhando miseravelmente em não sentir o leve pânico do famigerado "ter paciência e deixar rolar". Era fato que Taehyung sabia o que estava rolando na vida de Seokjin naquele momento. Afinal, ele era famoso e estava aparecendo em tudo quanto é veículo midiático. O vira no jornal do almoço, na revista de Lia, no programa de variedade das sextas e o ouviu na rádio. E sim, Taehyung estava agindo feito um perfeito tiete.

Namjoon era a prova viva de que os nervos de Taehyung estavam à flor da pele. Inclusive aguçaram seus sentidos, porque mesmo em sua sala e com a máquina ligada, ele podia ouvir quando Lia atendia alguma ligação. Já que Seokjin poderia ligar ou aparecer quando bem entendesse (ou pudesse), sua mente estava sempre preparada para isso. O que levava a uma leve frustração no fim dos dias em que isso não acontecia.

Taehyung não estava, e nem queria, cobrar nada de Seokjin, afinal, isso era o oposto do que tinham combinado da última vez que se viram. Ele só estava perdidamente apaixonado e não conseguia, de jeito algum, controlar o coração que acelerava com a mera lembrança da sensação do toque do outro, ou da maciez e temperatura de seu beijo. Até mesmo a voz dele era algo que deixava o tatuador sem eixo, e por isso, em seus momentos mais melancólicos, ele desejava apenas uma simples ligação.

Era justo, e Seokjin, lá em meio aos seus muitos compromissos, sabia muito bem disso. Tudo que o ator mais queria era poder estar com Taehyung, ou ao menos falar um pouco com ele no fim do dia. Mas o caso era que seus dias não pareciam ter fim, e quando finalmente chegava em casa em meio à madrugada, tudo que seu corpo conseguia fazer era cair na cama e dormir o mínimo que podia.

Foi apenas no sétimo dia desde o primeiro beijo deles que Seokjin conseguiu digitar os números decorados do telefone do estúdio RM, próximo das seis e meia da tarde, horário arriscado, em que Taehyung podia muito bem já ter ido para casa. Jeongguk estava em seu quarto e prometeu não interromper nada, mesmo que Hani ligasse pedindo urgência para o que quer que fosse. Por isso, Seokjin se sentia livre para finalmente fazer aquilo. Discou os números e esperou as chamadas começarem. Tocou uma, duas, três, quatro... cinco:

Estúdio RM, boa tarde — disse uma voz feminina.

— Alô, o Taehyung está, por favor? — ele perguntou, já sem receio de falar com a secretária.

Hum, na verdade não sei, você pode esperar um pouquinho?

— Posso, sim.

Okay, volto já!

Seokjin ouviu o telefone ser colocado sobre a superfície do balcão, e depois um murmurinho de vozes distantes. Por um momento, ele sentiu um frio estranho subir pela barriga, como se algo pudesse dar errado ou simplesmente não conseguir falar com ele... por vontade do próprio Taehyung. Era um pensamento um tanto absurdo, mas foi o que passou pela cabecinha pensante do ator naqueles breves segundos em que esperou por uma resposta. E quando ela veio, já não era mais uma voz suave e feminina. Muito pelo contrário.

Alô? — a voz de Taehyung disse, como se tivesse corrido até ali.

— Oi...

Ouviu um suspiro e uma risadinha gostosa, como se o alívio de ouvir sua voz fosse bom demais para ser verdade.

É você mesmo — ele constatou.

— Sim, finalmente.

Seokjin pôde ouvir a risadinha de Taehyung de novo, e não conseguiu evitar acompanhá-lo. Era estranhamente bom falar com ele depois daqueles dias todos. Borboletas voavam pelo estômago dele, e a certeza de que o mesmo acontecia com Taehyung, o deixava ainda mais feliz.

Tattooed boys who like get in trouble | TAEJINOnde histórias criam vida. Descubra agora