Os olhos de Seokjin mostravam uma mistura enorme de medo e encanto, já que naquele momento ele queria ficar animado pelo maravilhoso acaso de encontrar aquele homem lindo de novo, e o leve pânico de estar prestes a se encrencar mais ainda com Jeon, que com certeza armaria um caso enorme na tentativa de manter a segurança de sua identidade e ainda mais sobre os lugares que costuma frequentar. Porque estúdios de tatuagem como aquele, em meados de 1998, ainda eram um grande tabu em terras coreanas.
Mesmo com tudo isso passando por sua mente nos segundos em que tudo aquilo acontecia, no momento em que RM pede para Taehyung pegar algo — que Seokjin claramente não entendeu o que era —, sua ansiedade, curiosidade e, talvez, uma pequena paixonite aguda, fizeram com que ele fingisse uma súbita secura na garganta que o obrigava a deixar a salinha em busca de um copo d'água.
Como o esperado, Taehyung não era um cara qualquer, muito menos um que fosse desentendido, já que assim que Seokjin saiu, ele estava encostado em uma parede ao lado do bebedouro ainda com aquele sorriso no rosto, causando no ator um ritmo acelerado dos batimentos cardíacos e bochechas extremamente quentes.
— O destino é mesmo uma coisa louca, não acha? — o tatuado perguntou, com a mesma calma e naturalidade da outra noite.
— Oi, pra você também...
— Oi, Junghwan. É um prazer ver você de novo.
— Não sei se posso dizer o mesmo... eu sei que nossa despedida foi estranha, mas é sério, preciso que me prometa não contar pra ninguém.
Taehyung revirou os olhos, parecendo entediado com o assunto, mas, mais do que isso, um tanto irritadiço por sentir que o garoto todo encapuzado não estava mesmo querendo nenhuma proximidade de si.
— Olha, realmente o seu relacionamento parece um pouquinho — Franziu o cenho ao usar o diminutivo — tóxico. Sabe, tudo bem namorar, mas não poder nem receber uma ajudinha...
Seokjin o olhou confuso, e sentindo uma estranheza atípica em conversar com ele ainda de máscara, ele a retira e vê a expressão de Taehyung suavizar automaticamente. O que em outro momento massagearia seu ego, amava quando as pessoas deixavam transparecer que sua beleza era mesmo realmente estarrecedora, ainda mais se eram aquele alguém.
— Do quê você tá falando, exatamente?
— De você e o grandinho lá... — Indicou com a cabeça a direção da saleta. — Ele vai surtar se souber que subiu na minha moto? Vai surtar em ver que um cara gato e descolado como eu estava com o namorado dele e ainda causou a reação clássica de bochechas coradas? — Ele ria enquanto falava, o que divertiu Seokjin ainda mais.
— Ah... entendi. Quer dizer... — ele pausou, pensando no que realmente estava acontecendo. — Você não sabe mesmo quem eu sou, sabe?
— Ué... e não é o Junghwan?
— Claro... — concordou, rindo para si mesmo. Não era comum alguém que não tinha ideia de quem ele era. Mas isso era melhor do que encomenda.
Talvez, e só talvez, não ser reconhecido poderia ser bem interessante naquele caso.
— Mas então, fica tranquilo, não vou falar nada, ele nem vai saber que te conheço ou sei seu nome.
— Bom, eu agradeço a compreensão, mesmo que ela seja pelo motivo errado.
Taehyung não entendeu o que ele quis dizer, mas não houve tempo para mais questionamentos, já que Seokjin deixou um riso baixo escapar e então voltou para a sala de tatuagem sem se importar muito com sua presença ou com uma explicação.
RM e Jeongguk seguiam com as definições do desenho que seria tatuado e mal perceberam a volta de Seokjin, que se sentou tranquilamente onde estava antes. Mas, mesmo que tentasse parecer calmo, dentro de si a vontade de ser claro com Taehyung e dizer que não havia namoro ou impedimento para que os flertes entre eles continuassem, era enorme. Mesmo que isso não fosse totalmente verdade. Porque impedimento era o que Seokjin mais tinha na vida.
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Tattooed boys who like get in trouble | TAEJIN
FanfictionEm meados de 1998, cansado de viver na redoma de proteção que sua vida cheia de fama o obrigava a levar, Seokjin convence seu guarda-costas a deixá-lo sair por meros trinta minutos para ter a sensação de normalidade que tanto desejava. Em meio a con...