↪ Capítulo quatro

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Eu andava de um lado para o outro sem parar

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Eu andava de um lado para o outro sem parar. Tanto que certamente iriacriar um furo no piso da minha sala dali a algumas horas se continuassenaquele ritmo.

Um bebê.

Um bebê meu?

Como isso foi acontecer?

── Bem, eu imagino que o senhor saiba exatamente como funciona a mecânica da coisa. Provavelmente não acredita mais em cegonhas e suspeito que tem bastante prática no assunto.

Eu tinha feito a pergunta em voz alta?

E a garota tinha respondido?

Lancei um olhar para ela com uma sobrancelha erguida, levemente
contrariado. Já tinha percebido que ela tinha um senso de humor peculiar, mas não era uma boa hora, era?

── Desculpa. Quando fico nervosa eu falo demais. ── Ela levou a mão à boca, enquanto segurava o bebê, que eu nem me lembrava de ter passado para ela.

Ou melhor, eu não me lembrava de nada desde o momento em que cheguei do restaurante, depois de realmente me divertir com aquela garota, achando-a mais e mais bonita a cada segundo que passava – como se já não tivesse achado desde o início –, enquanto tentava focar que ela era minha secretária.

Intocável.

Nem pensar, garanhão.

A partir do momento em que aquela cesta com o bebê surgira na minha frente, da forma mais clichê possível, eu poderia esquecer até do meu nome. Uma amnésia poderia se instalar que não faria a menor diferença.

Como assim eu sou pai?

── Acho que eu não vou precisar falar de novo e... — Jisoo falou.

Ah, merda, eu tinha dito outra vez em voz alta?

Joguei-me no sofá, porque já não conseguia mais ficar de pé. Acho que eu poderia, inclusive, desmaiar no meio da minha sala, o que não seria nada gracioso. A queda também não seria divertida. E não que eu me importasse muito com essas coisas, mas seria um pouco constrangedor um homem de um metro e noventa e cinco despencando sem sentidos na frente de uma mulher bonita.

── O senhor está bem? Precisa de um copo d’água ou algo assim? ── ela perguntou com toda a gentileza, e eu deveria agradecer, não só por ela estar sendo tão solícita, mas por não estar sozinho.

O que eu faria com um bebê? Mal sabia segurar um.

Eu não fazia ideia se ela sabia também, mas, aparentemente, a criança não tinha caído ainda... devia ser um bom sinal.

Só que, naquele momento, tudo o que eu queria era sumir. Quebrar a casa inteira. Gritar na janela até o Rio de Janeiro inteiro achar que eu endoidei.

A pobre garota estava ali, disponível para servir de saco de pancadas, e eu podia jurar que vi um alvo em sua testa. A grosseria saiu, e eu nem me dei conta:

𝘼 𝙡𝙤𝙫𝙚 𝙛𝙤𝙧 𝙩𝙝𝙚 𝘾𝙀𝙊 || JinsooOnde histórias criam vida. Descubra agora