↪ Capítulo vinte e sete

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Eles estavam em casa

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Eles estavam em casa.

Minha mulher e meu filho. Seguros. Era nisso que eu precisava pensar.

Só que imagens de Juliana puxando aquele gatilho e acertando algum deles ainda assombravam a minha mente, durante a madrugada, e eu não conseguia dormir.
Jisoo estava na cama ao meu lado, profundamente adormecida, embora
tivesse demorado também a pegar no sono. A exaustão a vencera minutos antes, quando apagou nos meus braços, aninhada e assustada. Agarrara-se a mim logo depois que voltou a si, depois do susto mais cedo, dizendo que temera me perder. Que jurara que o tiro tinha me acertado.

Ela não fazia ideia do quanto eu também temi perdê-la. Do quanto fiquei fora de mim só de imaginar aquela louca atirando nela. Obviamente Davi era nossa prioridade, tanto para mim quanto para Jisoo, mas eu poderia jurar que se ela se ferisse, ou coisa pior, eu ficaria devastado.

Não... a quem eu queria enganar? Eu morreria um pouco por dentro também.

Observando-a adormecida, com apenas a luz da suíte acesa, senti os pensamentos se avolumarem. Aquela mulher era preciosa demais. Ela era... tudo. Eu não saberia mais como chegar em casa e não encontrá-la. Não saberia como reencontrar a felicidade se não a tivesse ao meu lado.

Ainda estava pensando nisso quando fui interrompido pelo chorinho de Davi.

Ele ficara muito agitado o dia todo, e eu sabia que não duraria muito tempo dormindo. Há uns bons meses não acordava mais à noite, era um menino muito bonzinho, mas era difícil ficar calmo depois de tudo pelo que ele passou. Lá estava eu, desperto, assustado ainda, então como exigir algo diferente de um bebê?

Levantei-me apressado, esperando que Jisoo não acordasse, e fui até o quarto dele. Tirei-o do berço, pegando-o no colo e aninhando-o no meu peito.

── Calma, filho. Papai está aqui.

Sentei-me na poltrona, com ele em meus braços, tentando acalmá-lo, falando baixinho, repetindo que não estava mais sozinho.

── Mamã ── Davi falou, e eu fiquei surpreso. Será que se referia a
Jisoo?

Por mais que ela sempre tivesse sido a referência materna dele, nunca o
incentivamos a chamá-lo de mamãe, a pedido de Jisoo. Jennie me explicara
um dia que ela ainda tinha medo de que de uma hora para a outra nosso
relacionamento se encerrasse. Isso me doera, na época, porque senti como se fosse um sinal de que não confiava em mim. Só que não poderia culpá-la.

Nunca fui um modelo de estabilidade antes de conhecê-la, então coloquei na cabeça que caberia a mim provar a ela que éramos para valer.

Ainda assim, ela preferira fazer Davi chamá-la de Soo, embora sempre se
referisse a ele como “meu bebê”. Ou seja, ela poderia sofrer com a perda, mas meu filho já tinha perdido uma mãe, não poderia perder mais uma.

𝘼 𝙡𝙤𝙫𝙚 𝙛𝙤𝙧 𝙩𝙝𝙚 𝘾𝙀𝙊 || JinsooOnde histórias criam vida. Descubra agora