↪ Epílogo

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Perdi as contas de quantas vezes me vi em uma arquibancada, mas daquela vez era especial

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Perdi as contas de quantas vezes me vi em uma arquibancada, mas daquela vez era especial. Eu ouvia o ranger das motos que estavam na pista, observando uma em tons de vermelho e dourado que, ao menos para mim, se destacava em meio às outras.

As pessoas ao meu redor gritavam, balançavam bandeiras e estavam na
expectativa. Assim como eu.

Duas pessoas ao meu lado berravam o nome de quem estava prestes a estrear no Motocross, e só havia um torcedor mais animado do que eles em toda aquela arquibancada. Ou melhor... não exatamente na arquibancada, porque se ausentou para comprar algo para comer de tão nervoso.

Meus gêmeos de treze anos Jay e Lia, vibravam como loucos, com uma faixa enorme de incentivo.

Comecei a tirar fotos deles até que a cadeira ao meu lado foi preenchida por alguém afobado, com as mãos e braços cheios de coisas.

── Eu não sabia se eles iam querer comer cachorro quente ou pipoca, comprei dos dois. Para você, chá gelado.

── Obrigada, querido. ── Inclinei-me para ele, beijando-o e admirando o homem lindo que era meu marido há mais de dezesseis anos. Havia cabelos brancos recentes, mas isso só aumentava o seu charme.

Entreguei as comidas às crianças, que pegaram simplesmente, começara a comer e se voltaram para a pista, onde a contagem regressiva começava.

Quando foi dada a largada, Jin, ao meu lado, quase pulou na cadeira.

Eu estava em meio a três pessoas ensandecidas, que não paravam de gritar um só minuto, e eu gargalhava, animada também.

Foi uma corrida acirrada, mas nosso favorito ultrapassou a poucos metros
da chegada.

Meu garoto era um campeão. Como seu pai.

E eu não poderia estar mais orgulhosa enquanto nossa família se abraçava
e pulava, comemorando a vitória.

Algum tempo depois, Jin, abraçado ao filho, respondia algumas  coisas à imprensa, já que sua marca era a maior patrocinadora do garoto, mas deixou que o protagonismo ficasse com a estrela daquela tarde.
Um jornalista se aproximou, com seu gravador.

── Kim Davi, esta é sua primeira vitória no MotoCross. Gostaria de dedicá-la a alguém?

Não duvidei nem por um segundo que ele iria mencionar o pai. Tanto que olhou para ele com admiração, olhos brilhando, como sempre acontecia. Mas então se voltou para mim, com um sorriso charmoso que já fazia com que garotas corressem atrás dele aos montes. Com dezoito anos, meu menino começava a se metamorfosear em um homem lindo.

── Sim. Gostaria de dedicá-la à minha mãe. Eu amo meu pai, admiro-o e me espelho nele todos os dias, mas esta mulher aqui... ── Ele passou um braço ao redor do meu ombro. Era quase da altura do pai, então minha cabeça batia em seu peito. ── Ela é tudo para mim.

Davi sabia que eu não era a mãe biológica dele. Fizemos questão de contar, desde muito pequeno, porque sempre acreditamos que mentiras nunca nos levariam a lugar algum. Anos depois, Juliana fora morta na cadeia, e foi um pouco impossível esconder a verdade dele, já que a mídia era imperdoável. Ainda assim, nosso menino de ouro soube lidar com tudo e agradecer por fazer parte de uma família feliz.

── Eu te amo, mãe ── completou, dando um beijo na minha testa, e eu me emocionei.

A entrevista continuou, com Davi dando respostas precisas e maduras para a sua idade. Enquanto ele falava, eu e Jin nos entreolhamos, com aquela cumplicidade que apenas casais que estavam há muito tempo juntos compartilhavam, e nossos olhares disseram tudo o que queríamos que soubéssemos.

                                 FIM

𝘼 𝙡𝙤𝙫𝙚 𝙛𝙤𝙧 𝙩𝙝𝙚 𝘾𝙀𝙊 || JinsooOnde histórias criam vida. Descubra agora