↪ Capítulo sete

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Cantar não era exatamente o meu forte, mas Davi não parecia se importar

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Cantar não era exatamente o meu forte, mas Davi não parecia se importar.

Eu fazia algumas palhaçadas enquanto entoava minha melhor versão de Borboletinha – aquela que estava na cozinha, fazendo chocolate e tal... –, fazendo-lhe cosquinhas enquanto a criança ria e gargalhava com um sonzinho delicioso.

Era um bom menino, de fato. Chorava, ainda, em momentos estratégicos, porque a falta da mãe deveria ser dolorosa. Mas, fora isso, estávamos nos dando muito bem. O que era uma droga.

Ele não deveria se apegar a mim.

Eu não era da família, não era sequer amiga de seu pai. Era uma funcionária quebrando um galho.

Minha atenção estava totalmente voltada para ele e nem me dei conta de que não estávamos mais sozinhos. Com um dos ombros apoiado no batente da porta, SeokJin nos observava. Em silêncio, embora houvesse um sorriso em seu rosto.

── Não sabia que você tinha chegado ──  falei, pegando o neném, que estava deitado na cama do quarto de hóspedes, depois da sessão de cosquinhas.

── Desculpa, eu não queria atrapalhar.

── Bem, não é como se eu estivesse em uma reunião de negócios com o bebê... ── tentei brincar e o fiz rir.

── Não, mas a cena era bonitinha demais para ser interrompida.

Oh...

O comentário foi bonitinho também, mas eu preferi não dizer nada.

── Como foi o dia com ele? Parece que vocês se divertiram ── ele comentou, entrando e se aproximando. Fez um carinho na cabecinha de Davi, mas ainda parecia bastante reticente com o neném. Eu não o culpava. Se fosse comigo, também estaria me sentindo estranha.

── Ah, sim. Ele é bem bonzinho. Só está manhoso, provavelmente pela falta da mãe, mas estamos nos tornando amigos. Não é, peixinho? ── dirigi-me à criança com uma daquelas vozinhas que usamos para conversar com bebês.

── Peixinho? ── SeokJin pareceu confuso.

── Sim! Ele gosta quando eu imito a cara de um peixe... Olha só. ── Fiz de novo, sugando os lados da bochecha para ficar com um bico engraçado e revirei os olhos, como se fosse vesga, o que fez Davi gargalhar.

── Entendo. Gosto da sua cara de peixe também ── SeokJin respondeu,novamente acariciando a cabecinha do neném, mas ele parecia um pouco desanimado, cansado, aéreo. Não tinha intimidade para perguntar, então deixei que continuasse assim. ── Consegui falar com uma agência de babás de confiança, e a moça virá amanhã de manhã. Sei que estou pedindo muito, mas pode passar a noite aqui novamente? Vai receber por isso, prometo.

Que escolha eu tinha? Como iria deixar o bebê com um cara que não tinha a menor ideia do que fazer com ele? Não que eu tivesse, mas mantive o bebê limpo, alimentado e entretido o dia inteiro. Estava me achando muito maternal, aliás, e exausta. Mas meu coração já estava derretido por aquele garotinho, e eu não podia abandoná-lo.

𝘼 𝙡𝙤𝙫𝙚 𝙛𝙤𝙧 𝙩𝙝𝙚 𝘾𝙀𝙊 || JinsooOnde histórias criam vida. Descubra agora