Capítulo 2 - Starting

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Voltei meus bbs! E espero que vocês tenham gostado do primeiro cap, vamos para o próximo!



Vero POV

O mais difícil de ficar sozinha com os Jaureguis era estar sozinha entre os Jaureguis.

Eles não eram a minha família. Eu nunca me senti em casa, de fato. Apenas Lauren me fazia sentir à vontade.

Com o passar do tempo, tudo que fazia era canalizar o meu tempo para estudar. Ia para a escola, tinha meus namorinhos aqui e ali, tinha amigos, mas na volta para aquela casa, caminho que optei por fazer a pé, para que demorasse mais a chegar, ficava no meu quarto, estudando.

As refeições fazia sempre entre o casal que nutria um silêncio intenso. A partida de Lauren foi como se ela tivesse morrido. Não se tocava no seu nome e eu pouco sabia dela. Apenas quando os primos Morgado, parentes dos Jauregui e que estudavam na mesma escola, me falavam algum recado dela.

Coisas como, me manter firme, aguentar a barra, pedidos de desculpas e promessas de que a nossa amizade continuaria intocável.

Assim, foram os meses seguintes, e quando dei por mim, um ano e havia se passado.

Como eu me dei conta? Simples, os Jauregui me fizeram um bolo de aniversário para o jantar daquela noite.

- Parabéns Vero! Você está se tornando uma mulher linda! Sua mãe se orgulharia, sabia? Estudiosa, educada e sempre disposta a ajudar. – As palavras da Dona Clara era sinceras enquanto me abraçava. Por outro lado, o velho Mike permanecia em silêncio e apenas me desejou um breve parabéns com um aperto de mão.

Esse era o Mike. Um homem de poucas palavras, mas que naquela noite parecia querer conversar até demais.

- Já sabe o que quer cursar na faculdade? – Perguntou em meio ao nosso jantar.

- Gosto de Direito, mas ainda não tenho certeza. – Respondi educada porém sem muita empolgação. Em um ano, aquela era uma das únicas vezes que se trocavam palavras em meio ao jantar.

- É uma boa área. Vero, quero que saiba que não precisa se preocupar com nada. Se desejar cursar Direito, considere sua faculdade paga.

Sinceramente, aquilo me dava raiva. Como podia me garantir qualquer coisa enquanto mal sabia da própria filha? Eu era tão lésbica quanto ela e ainda assim ele tratava sua ausência como um simples fato e não um problema.

- Me desculpe Sr. Jauregui. Eu não sei se me sinto a vontade com isso. – Minha fala pareceu petrificar os dois.

O homem parou seu jantar, cruzou os braços sobre a mesa e me observava aguardando uma continuação.

- Sinto falta da Lauren. Sei o motivo do senhor nem ao menos mencionar o nome dela, mas não me parece justo estar aqui no lugar dela enquanto não se sabe nem ao mesmo seu paradeiro.

- Lauren está bem, se é o que te preocupa. – Foi enfático.

- Me preocupa o senhor a tratar como se não existisse e a mim como alguém em quem vale a pena investir, quando eu e ela somos iguais.

Eu não tinha noção do que estava falando, nem para quem, mas precisava desabafar.

- Você e ela por acaso... – Gesticulou com o talher em mãos.

- Não. Somos amigas. Lauren é como uma irmã para mim, sempre foi e sempre será. Senhor Jauregui, eu quero que saiba que serei eternamente grata por tudo que fez por mim. Mas eu não pretendo me demorar aqui em Campos. E eu não pretendo voltar.

All in - Verônica POVOnde histórias criam vida. Descubra agora