• 4. devilish •

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Não acredito que essa porra tá acontecendo comigo.

Pulei o bar, me agachando no chão e me protegendo das possíveis balas perdidas junto com os meninos que atendiam o balcão hoje. Suspirei, entediada e acendendo um cigarro enquanto esperava a merda acabar.

— E eu pensando que hoje ia ser só mais um dia de trabalho...- resmungo, olhando pro lado e vendo Rufus se tremendo todo. — Encolhe as pernas gatinho. O vidro pode acabar machucando você. - aconselhei, e ele me olhou horrorizado.

— Como você pode estar tão calma numa situação dessa?! - dei de ombros, permanecendo parada, mesmo quando uma bala atingiu a estante de bebidas e todas elas estouraram. — AH!

— Pode-se dizer que tive uma infância caótica. - respondi.

— Jesus! - estranhei, olhando para o meu outro lado e vendo Jake, o mais novo contratado da Ellen e Elyot praticamente em choque.

Bufei, puxando os dois para deitarem a cabeça no meu peito.

— Protejam os ouvidos, isso não vai acabar tão cedo. - aviso, e eles fazem, se encolhendo no meu colo.

Algumas horas antes...

— Soube que temos membros de gangues rivais aqui hoje. - ouço Jake comentar.

— Quem? - Rufus pergunta.

— Não sei o nome deles, só sei que um comanda uma gangue de Tóquio, enquanto outro uma da Coréia.

— Caralho, o que esses caras estão fazendo aqui, justo hoje? - resmunga o loirinho, e eu prendo um sorriso.

Vieram me ver é claro. Não apenas a mim, para ser justa, mas eu tenho uma breve parcela de culpa nisso.

O chefe da gangue da Coréia é Jihyun, acho que vocês se lembram dele. E o da de Tóquio é o Acno, que aparece todo mês para, como ele mesmo diz, verificar se eu ainda estava comprometida.

Os dois praticamente me declararam como a stripper particular deles, e apesar de serem irritantes quando querem, me pagam melhor que qualquer outra pessoa que venha ao Devilish só para me ver.

O problema é, eles resolveram vir os dois, logo hoje.

O dia em que eu não fazia dança privada, por pedido de Ellen e Elyot, que perceberam o quão frenético os clientes ficavam para ter uma dança privada comigo. Ocorria apenas duas vezes ao mês, mas certamente deixaria eles putos.

Terminei de tomar toda minha caipirinha, ainda debruçada no balcão e só esperando algum dos meninos chegar perto pra eu pedir mais uma dose.

— Boa noite querida, há quanto tempo não a vejo. - suspirei, reconhecendo o cheiro do homem.

— Boa noite papi. - sorri, olhando pra ele. — Tá se divertindo?

— Não muito, descobri que hoje você não faz dança privada. - dei de ombros, não desfazendo meu sorriso. Ele fez uma careta triste. — Que pena, eu queria tanto ficar sozinho com você por meros trinta minutos.

— É pra ser justo papi, os outros também merecem uma oportunidade de se darem bem. - me refiro aos strippers. — Você deveria procurar outras garotas ou garotos pra uma dança privada, todos eles são bem bonitos e talentosos, isso eu posso te garantir.

— Não, eu quero você. - sério, não fazendo manha como alguns clientes se comportaram mais cedo. — Mas já que não posso tê-la, me contentarei apenas em assistir seus shows no palco principal. - piscou, beijando minha bochecha e saindo.

— Atrevido. - murmuro, vendo Jake se aproximar de mim. — Ei, gatinho. - chamo e ele vem. — Me serve mais uma dessa por favor.

— Ainda vai querer a de maracujá ou vai querer experimentar outra Devil? - já pegando a vodka e os gelos.

𝐃𝐀𝐁𝐈, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora