• um dia de compras pt.2 •

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— Já fez a lista? - perguntei, gritando do quarto enquanto terminava de vestir o moletom.

— Claro que fiz! Ao contrário de você eu sei exatamente o que falta em casa. - resmungou alto da cozinha.

Estreitei os olhos com sua acusação, terminando de calçar meu tênis e saindo do quarto, quase trombando com ele que vinha para o mesmo caminho.

— Pra sua informação eu sei fazer lista muito bem, tá? - cutuquei um dedo meu em seu peito.

— Eu vivo mais naquela cozinha e limpando essa casa que você, meu amor, então sim eu sou melhor que você em saber o que tá faltando. - revirei os olhos com seu peteleco na minha testa. — Já tá pronta.

— Não tá vendo?

— Ótimo, vamo então. - fui seguindo ele pelo corredor pra fora do apartamento, conseguindo ouvir perfeitamente quando ele resmungou. — E até o elevador descer eu vou me preparando mentalmente pra entrar naquele carro com você.

— Não precisa disso, já falei que o negócio é só você colocar o cinto de segurança.

— E eu já falei que com você essa merda não vale de nada.

Esperamos o elevador chegar.

— Está sendo dramático. - disse, entrando no elevador e apertando o botão para o estacionamento.

— Não, tô sendo realista.

Confesso que eu pisei um pouco demais no acelerador no caminho até o mercado, mas Dabi estava sendo dramático sim.

Quando chegamos tivemos que esperar no carro porque o bonito estava se recuperando ainda, e parecia que a qualquer momento ia vomitar no carro.

— Porra, esqueci de te dar dramin.

— Para de me tratar como uma criança, caralho! - exclamou, e eu dei risada saindo do carro.

— Então vamo logo fazer essas compras, homem! - e saí andando, pouco tempo depois ouvindo seus passos atrás de mim.

Nem precisei pegar carrinho, Dabi que se dispôs a isso.

— Quer começar por onde?

— Acho que pelas comidas...aí depois a gente pega os produtos de limpeza.

— Beleza, então vamo começar pelo leite.

E assim foi que a gente passou quase três horas no mercado, escolhendo comida, produtos de higiene e limpeza — e quase brigando porque eu queria do melhor, e ele sempre optava pelo mais barato e econômico.

Acho que não entrou na cabeça dele ainda que eu tenho a porra de um cartão black e que eu tenho dinheiro suficiente pra sustentar nós dois e ainda assim bancar nossos luxos por quase quatro anos, aproximadamente.

— Por que é tão difícil de entrar na sua cabeça? Eu. Tenho. Dinheiro. - falo pausadamente, começando a ficar irritada.

— Não tem. Necessidade. De você. Gastar. Tanto. - me imitou.

— Foda-se, eu vou levar.

E eu levei.

Quando chegou na hora de pagar, estávamos plenos esperando na fila. Dabi como sempre com uma mão firme na minha cintura — já que ele não consegue ficar sem me tocar por muito tempo — e a cabeça encostada na minha, suspirando vez ou outra com a demora da senhorinha a nossa frente.

— Finalmente. - murmurou só pra eu ouvir quando a velha finalmente saiu dali, me fazendo rir suavemente e arrastar o carrinho para passar as compras.

— Boa tarde. - cumprimeitei a atendente, que sorriu em cumprimento e continuou passando minha compra.

Eu estava de boa, já pegando minha carteira com o dinheiro que eu tinha deixado separado lá, quando eu olho pra frente e me deparo com um rosto familiar.

Ele parecia um pouquinho mais velho, mas com certeza era o garoto que eu mostrei os peitos quando vim no mercado comprar as coisas pra fazer strogonoff pro Dabi.

Ah, não só mostrei como deixei tocar também né.

Fiz um olhar pra ele, que transmitia a seguinte mensagem "não chega perto, finge que não me conhece e PELO AMOR DE DEUS NEM OUSE PEDIR PRA TOCAR NOS MEUS PEITOS DE NOVO", mas ele não entendeu, e se aproximou.

Dabi estava distraído, a cara quase não podendo ser vista graças o moletom preto que usava. Mas quando o garoto se aproximou, rapidinho ele prestou atenção. O que eu achei péssimo.

— Oi, se lembra de mim? - não capeta, eu não me lembro da sua cara pálida.

— E aí. - tentei ser o mais casual possível.

E Dabi só de bituca aqui no meu cangote, desviando o olhar entre mim e o garoto toda hora.

— Precisa de ajuda pra levar as compras até o carro hoje? - sorriu meio de lado, e eu confesso que fiquei meio surpresa com a súbita confiança do moleque.

— Não, valeu. Tô com meu namorado hoje. - e apontei pro moreno atrás de mim — que praticamente me encoxava de tão perto que estava.

— Ah...- não sei porque, mas eu não gostei quando o sorriso dele desapareceu e ele encarou meu mozão. — Você sabia que eu ajudei ela uma vez?

Olhei pra cima, vendo Dabi arquear uma sobrancelha.

— E?

— Ela me ofereceu uma recompensa pra eu ajudar ela. - bufei, já prevendo o b.o que seria pra tirar Dabi de cima do menino.

— Que recompensa? - ele me olhou.

— Ela deixou eu tirar fotos do peito dela. - vi a sobrancelha de Dabi subir com a revelação. — E também me deixou tocar.

Merda de garoto da boca grande.

Fingi plenitude enquanto meu moreno absorvia a informação, nem me virando pra olhar ele já sabendo que ele estava puto.

— Isso é verdade S/N? - ah, sem o amor? O que aconteceu com o princesa, minha vida, baby...?

Porra, ele tá puto mesmo.

— Lógico que é cara. HA HA, tua mina é uma puta. - riu, e tentou se afastar.

E eu digo tentou, porque Dabi puxou ele de volta, o agarrando pelo rosto e pela gola do moletom que usava, e falando tão perto do rosto dele que eu mal escutei.

— Do que você chamou minha garota? - perguntou entredentes, assustando o menino quando deixou algumas chamas aparecerem por seu rosto. — Anda, repete se tem coragem vacilão!

— E-eu...-

— Senhora, ficou esse tanto aqui pra senhora pagar. - a atendente cortou a interação dos dois, falando comigo e me fazendo lembrar de que ainda não tinha pagado minhas compras.

— Vai ser em dinheiro, obrigado. - respondi, entregando o dinheiro pra ela, e depois me virando séria para os dois, que continuavam do mesmo jeito. — Chega Dabi, larga o garoto.

Ele demorou pra soltar, mas quando o fez o moleque soltou um grito, e só depois que ele levantou do chão eu entendi o porquê. Consegui ver perfeitamente a marca das queimaduras em suas bochechas.

Encarei ele, que veio até mim quase pleno.

— Que? Não foi tão profundo.

— Sei. - me virei de volta para as compras, começando a colocar nas sacolas.

Me arrepiei quando senti ele atrás de mim de novo, a boca bem pertinho da minha orelha.

— E não pense que você vai passar batido dessa, tá amor? Já vai preparando sua buceta pra mim. - e se afastou, deixando um tapa na minha bunda.

Ai caralho.

~.~

ai preto ai preto ai preto...

sla, bateu uma vontade de escrever algo com os personagens das fics pretinhos/pretinhas...acho q vou alimentar minha vontade em "casual"

𝐃𝐀𝐁𝐈, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora