Capítulo 20

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SINA


No dia seguinte, as entregas continuaram chegando e chegando. Elas começaram às 10 da manhã e, às duas da tarde, eu tinha quatro enormes arranjos de dálias. Cada um era de uma cor vibrante diferente e cada um de uma floricultura diferente.

Noah estava na sala de conferências com sua equipe o dia todo, então nem tive a chance de lhe agradecer pela primeira entrega quando ele enfiou a cabeça no meu escritório.

Eu estava no telefone e levantei o dedo, fazendo sinal para ele entrar enquanto terminava minha conversa com meu pai.

— Sim, eu estou fazendo isso, — eu disse. — Eles sabem nosso prazo, e eu estou em cima deles.

Noah fechou a porta atrás de si e se certificou de ter a minha atenção quando voltou e girou a fechadura. Enquanto isso, meu pai estava ocupado me interrogando sobre todas as decisões que tomei aqui no hotel e a lista de coisas que eu ainda tinha que fazer.

Mas suas palavras começaram a desaparecer enquanto eu observava o homem com um sorriso diabólico caminhar em minha direção.

Noah Urrea era positivamente pecador. Ele tinha uma mandíbula que faria um escultor chorar e olhos que estavam sempre me despindo. Mas era seu sorriso torto e sujo que sempre me atraia. Ele contornou minha mesa, encostou a bunda nela e casualmente começou a tirar a gravata.

— E os processos abertos? — Meu pai disparou. — Charles lhe falou sobre a exposição potencial que temos lá?

Noah puxou a gravata do pescoço e enrolou as pontas em volta dos punhos.

— Uhhh... sim. Ele me enviou uma opinião sobre o deslizamento e queda, mas ainda estou esperando a revisão dos outros dois processos.

— Há quatro processos pendentes, Sina! — meu pai latiu. — O que você está fazendo nesse hotel? Eu preciso estar aí todos os dias?

Noah levantou as mãos, a gravata esticada entre elas. Seus olhos encapuzados percorreram meu corpo como se contemplassem o que ele poderia amarrar primeiro.

Distraída, eu ouvi o que meu pai disse, mas minhas capacidades de resposta estavam funcionando em câmera lenta.

— Acho que preciso pegar um avião.

Isso me tirou da minha névoa. Eu balancei minha cabeça, afastando-me de Noah.

— Não, não. Isso não é necessário. Há quatro processos. Eu sei. Só me enganei.

— Quero uma atualização amanhã de manhã, — ele resmungou.

— Ok. Falo com você amanhã então.

Como sempre, ele não se incomodou em dizer adeus. A linha simplesmente morreu. Normalmente, uma conversa como essa me deixava sentada e furiosa, mas era impossível sentir raiva do brilho nos olhos de Noah. Joguei meu celular na mesa e girei na cadeira para encará-lo.

— Eu acho que você exagerou um pouco com as flores. — Eu sorri.

Seus olhos focaram nos meus lábios.

— Você já fez sexo com os olhos vendados?

Ok, então... acho que não vamos falar sobre as entregas de flores.

Eu cruzei uma perna sobre a outra.

— Não, não fiz. Você já vendou alguém?

Ele balançou a cabeça, o que me surpreendeu.

— Você será a primeira.

Eu arqueei uma sobrancelha.

— Você tem certeza, não é?

The Rivals /Noart AdaptationOnde histórias criam vida. Descubra agora