Capítulo 27

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NOAH


Dois dias depois, esperei impaciente para ver se Sina apareceria. Tínhamos uma reunião agendada com Elizabeth Barton, a advogada do hotel, para discutir algumas questões de renovação de contrato de última hora.

Eu esperava receber uma ligação dizendo que a reunião tinha sido cancelada ou, pelo menos, movida para uma teleconferência em vez de pessoalmente. Eu tinha chegado meia hora antes do nosso compromisso, apenas no caso de Sina aparecer. Mas a cada minuto que passava, eu perdia um pouco mais da esperança que ela o faria.

Às nove horas da noite, um brilho vermelho apareceu na porta. A entrada do saguão era uma parede de vidro, então eu vi Sina hesitar com a mão na porta. Ela respirou fundo, levantou o queixo e ergueu os ombros, e juro que me apaixonei ainda mais por ela. Desde o começo, achei que nossas discussões a tornasse irresistível para mim. A raiva dela era como a minha culpa, e eu era o garotinho que gostava de brincar com fogo. Mas, naquele momento, percebi que não era a raiva dela pela qual eu estava atraído – era a sua força.

Quando ela entrava em uma sala, sua beleza era inegável. Quando ela sorria, meus joelhos ficavam fracos. Mas quando ela endireitava a coluna e seus olhos brilhavam com determinação, ela não era o reflexo da minha faísca. Ela era o fogo. Um fogo selvagem inegavelmente bonito. Linda. Simplesmente perfeita.

Meu coração bateu forte no meu peito quando ela caminhou até a recepção e disse alguma coisa. Embora ela tivesse apenas alguns metros longe, e a área da recepção estivesse silenciosa, eu não conseguia ouvir uma única palavra. O sangue correndo em meus ouvidos era muito alto. Desde a nossa conversa na outra noite, eu estava praticando o que diria a ela se tivesse outra chance.

Eu planejei lhe dar mais detalhes – colocar todas as minhas cartas na mesa e convencê-la de que nunca planejei traí-la. Mas, na verdade, nada disso importava mais. Se eu planejara continuar roubando informações dela ou não, era quase irrelevante. O fato de eu ter concordado em fazê-lo e nunca ter contado a ela era traição suficiente.

O que eu precisava focar agora não era o que eu havia feito de errado, mas como me sentia sobre ela e o que eu faria para acertar as coisas. Com um novo plano de ação, levantei-me e fui até a recepcionista, onde Sina ainda estava de pé.

— Oh, oi, — disse a mulher. — Eu estava dizendo à Srta. Deinert que Barton está atrasada alguns minutos. Ela teve uma teleconferência no exterior antes da sua reunião, e começou atrasada.

Sina ficou um pouco mais ereta, me ignorando completamente ao lado dela.

— Você sabe quanto tempo ela vai demorar? — ela perguntou. — Eu tenho outra reunião depois disso.

Eu apostaria minha conta bancária que não havia reunião depois disso.

— Ela não deve demorar mais de dez ou quinze minutos, — disse a recepcionista. — Posso trazer uma xícara de café ou chá enquanto você espera?

Sina suspirou.

— Não. Obrigada.

Ela olhou para mim e eu acenei minha mão.

— Eu estou bem.

— OK. Bem, por que vocês dois não se sentam, e eu vou avisá-los assim que ela chamar.

— Na realidade. — Eu dei um passo mais perto. — Você teria uma sala de conferências vazia?

— Umm... claro. A que vocês vão usar está disponível. Você precisava fazer uma ligação ou algo assim?

Eu balancei minha cabeça.

— Não. Deinert e eu temos alguns assuntos a discutir. Você acha que poderíamos usar essa sala antes que a senhorita Barton esteja disponível?

The Rivals /Noart AdaptationOnde histórias criam vida. Descubra agora