Brothers need to share

74 3 1
                                    


Mamma mia, que lugar incrível! Meus pais vão ficar loucos quando chegarem.

Vou esperá-los para explorar a parte histórica e, por hora, irei me concentrar em algo mais quente, como aquele moreno ali.

Um rapaz lindo vinha na minha direção e acenou. Acenei de volta, surpreso com a receptividade. Porém fiquei confuso quando ele passou direto.

Olhei para trás e o vi abraçar uma bela moça. Merda! Como sou idiota...

Ignorei essa vergonha, que passei no débito, e decidi ir até uma pizzaria tradicional. Eu quero provar a verdadeira marguerita.

Achei um estabelecimento pequeno, mas bem pontuado: 4,9 estrelas no Google.

Entrei no local, simples e aconchegante, e pude ouvir um sininho assim que abri a porta.

Um rapaz mais ou menos da minha idade apareceu atrás do balcão. Ele era muito, muito lindo. Chegava a ser hipnotizante olhar para aqueles olhos negros como ônix.

— Pois não? — ele perguntou polidamente, me trazendo de volta para a Terra.

— Ah, é... Quero uma pizza. Marguerita, por favor.

— Já vou preparar. Fique à vontade.

Ele sumiu assim que disse isso, me deixando sozinho naquele restaurante. Talvez fosse o horário, não sei, mas estava vazio.

Sentei em uma das mesas mais próximas da janela e passei a mexer no celular enquanto aguardava minha comida ficar pronta.

Quase uma hora depois, o rapaz bonito deu as caras outra vez, agora trazendo minha pizza cheirosa e fumegando.

— Buon appetito — disse ao servi-la.

— Grazie.

Fiquei olhando ele se afastar até o balcão. Era um pouco mais alto que eu, corpo esguio, mas aparentemente definido. Digo isso porque dá para ver que seus braços são fortes. Talvez de tanto sovar massa.

O cabelo dele era preto e, apesar de liso, era repicado de modo a ficar meio bagunçado, de um jeito bem charmoso.

Estranhamente, ele me lembrava alguém, mas eu não consegui definir quem era. Apenas o achei familiar e deixei esse assunto de lado. Melhor focar na pizza, pois meu estômago está roncando.

— Puta que pariu — murmurei após a primeira mordida.

— Algum problema? — o rapaz pergunta em seu idioma.

Notei que eu havia xingado em português e o coitado nem entendeu. Então me apressei em dizer em italiano:

— Não é nada. É só que está deliciosa.

— Hm — resmungou apenas.

Parece que ele não é muito de papo. Tudo bem, vou terminar de comer e sair por aí. Deve ter algum lugar badalado aqui perto.

O moreno bonito ficou o tempo todo atrás do balcão. Às vezes olhava para a porta, para a caixa registradora, para mim...

Depois da segunda vez, pensei que eu estivesse sujo. Usei a câmera frontal para checar, mas eu tava ajeitado, nada esquisito.

Depois da quinta vez, comecei a encará-lo com curiosidade. Se eu estivesse no Brasil, perguntaria "qual foi, mano?", mas como estrangeiro, sempre prefiro ser mais polido.

— Algum problema, amigo? — indaguei impaciente.

— Nenhum — respondeu sem dar mais explicações.

EurotripOnde histórias criam vida. Descubra agora