Entre Vampiros e lobisomens - Taekook

23. Me prove! Fique!

─ Quando eu era pequeno, meu pai costumava me levar para um lugar. Não sei como, mas ele sabia quando eu ficava frustrado, irritado e precisando respirar um pouco.

─ Para qual lugar ele costumava te levar? ─ perguntou Jungkook segurando a minha mão e entrelaçando nossos dedos. 

─ Ele me levou a um lago, esse lago que estou te trazendo. E disse que algum dia, eu sentiria que precisaria ter um momento longe de tudo, onde meu coração iria bater acelerado por amar tanto alguém e aí, eu saberia a hora certa de trazê-lo para cá também. 

─ Seu coração bate acelerado por mim? ─ sorrio e ele me olha. 

─ Toda vez que ouso pensar em você. Toda vez que falam de você, toda vez que lembro do seu cheiro. Ele bate forte assim… por você. 

─ Não está apaixonado por mim, está seu bobo? ─ empurrei ele devagar o fazendo cambalear para o lado. 

─ Estou. 

    E foi nesse maldito "estou" que senti borboletas voarem pelo meu estômago. Minha respiração começou a ficar ofegante, meu corpo todo se arrepiou e eu fiquei parado imóvel. De alguma forma, eu também estava apaixonado por Taehyung, e de outra, ele retribuía aquilo que sentia por mim e agora eu estava ciente disso. Mas não conseguia dizer absolutamente nada. 

─ Je te laisserai des mots, en dessous de ta porte. En dessous de la lune qui chante ─ Taehyung começou a cantar enquanto tirava suas roupas ─ Tout près de la place où tes pieds passent, cachés dans les trous en temps d'hiver ─ Ei Jungkook? Você vai entrar, ou não? 

     Ele terminou de tirar a calça dando de ombros, pulando no lago e sumindo no fundo por alguns segundos e subindo para a superfície de novo. 

─ E-estou indo. ─ Digo retirando as minhas roupas e pulando no lago junto com ele. 

─ Essa água não é muito boa? Não está tão gelada e… algum problema, Jeon? 

     Sem pensar duas vezes, nadei rápido em sua direção e joguei meus braços enlaçando seu pescoço. Mas o lago era um tanto fundo, então eu precisei ficar na ponta dos pés. Taehyung rodeou-me com seus braços fortes, e eu sentia suas mãos fazendo um leve carinho no meio de minhas costas. Primeiro ele me deu um tapinha amigável e depois deslizou um pouco pela coluna, subindo e descendo. Enquanto isso meu rosto estava na altura dos seus, assim com os meus lábios nos deles.

    Eu não queria soltá-lo, e queria que ele sentisse o mesmo. O perfume que usava não era o mesmo que me atraía na escola, entretanto, era bom do mesmo jeito. Ali junto com ele, a noite e dentro daquelas águas com seu corpo colado ao meu, eu não conseguia pensar em nada. Só existia Taehyung, eu e nosso caloroso abraço. Segundos depois, e creio que não foram poucos, afrouxei o aperto e ele fez o mesmo. Soltei-o lentamente e coloquei minha mão no seu rosto. Eu estava nervoso demais com a situação, e nem ao menos consegui pensar em nada para aproveitar o momento em seus braços.

─ Nem um ─ criei coragem para me aproximar mais ainda da sua face ─ Taehyung?

─ Sim? ─ Desviei o olhar para a sua boca.

─ E-eu posso? 

    Pergunto pedindo permissão para continuar, me aproximei mais ainda e de uma vez, o puxei para beijá-lo o interrompendo de falar. O nosso apaixonado beijo, tão esperado, será o momento mais
sublime? Será o instante em que os nossos corações se fundirão no mesmo sonho de amor? Era curiosa a simetria apresentada e vinda de nós dois. O beijo entre eu e Taehyung representava mais que amor. Um amor acumulado há tempos, mas nem um pouco frio.