Capítulo 7 - Bizarro e sem sentido.

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Jungkook

Os últimos dias da semana haviam passado rápido, e eu não havia tido notícias de Taehyung durante esses dias. O fato de não saber como ele estava, e de não ter conseguido nada para matar minha curiosidade em relação a ele, me deixava cada vez mais aflito. Será que eu havia feito algo? Será que eu havia falado algo? Taehyung se cansa de mim? Bom, essas perguntas me perseguiram por todo esse tempo. Por mais que eu não tenha feito nada de errado ─ pelo o quê eu me lembre ─ eu não parava de me culpar.

Hoje era sábado. Aproveitei para dormir um pouco mais do que de costume, e por mais que eu quisesse, eu também precisava de mais algumas horas de sono, eu não estava dormindo tão bem ultimamente. Quando acordei, voltei a checar as mensagens, na esperança de pelo menos uma entre as quatro ─ que ficava entre Hoseok, mamãe e JB, meu parceiro temporário nas aulas de biologia ─ Mas não havia. Após isso, fiz minhas higienes matinais, antes de entrar no banheiro, notei que lá fora estava um dia no entanto para correr. Vesti a primeira bermuda esportiva que encontrei e um moletom casual confortável, coloquei meus fones de ouvido e olhei a hora uma última vez, oito e nove da manhã. Desliguei o celular e desci as escadas celeremente, a casa estava em completo silêncio, e meus pais acordaram mais tarde.

Procurei por qual lado correr, decidi ir para o mais longo para chegar ao cemitério. Assim eu teria mais tempo de corrida. Enquanto corria, minha mente tentava relembrar uma cena do meu sonho ─ ou pesadelo.

Eu estava correndo, não havia ninguém ali, somente eu. Eu corria, corria muito, até sentir que meus pulmões iriam explodir. E no final, bem no finalzinho, estava ele, seu rosto não tinha expressão alguma, estava todo vestido de branco, não era um fantasma, era só ele. E eu tentava chegar a ele, me aproximar. Mas parecia impossível, cada passo que eu dava, ele se afastava, meu corpo não se movimentava rápido o suficiente, não importa o quanto eu tentasse, minhas pernas pareciam cada vez mais lentas. Eu estava ficando aflito, com raiva e medo. Quando escutei uma voz, a minha voz o chamá-lo, mas não era eu, não era. Mas seu nome, foi a última coisa que ouvi.

─ Taehyung...

(...)

─ Bom dia, filho. ─ Cumprimentou mamãe assim que entrei na cozinha.

─ Bom dia, mãe. ─ Peguei um copo e enchi com água.

─ Não vai tomar seu café da manhã? ─ Perguntou.

─ Claro. ─ Sorri de lado ─ Vou tomar um banho primeiro.

─ Não demore! Se não, seu café da manhã vai esfriar.

─ Okay, mãe. ─ Subi as escadas em direção ao meu quarto, joguei meu celular junto ao fone na cama e fui direto para o banheiro. Quando terminei, vesti uma roupa simples, pelo visto, não sairia de casa hoje. Taehyung não dava notícias, meus pais saíram hoje à noite e Hoseok sairia com o namorado.

─ Bom dia, Pai. ─ Ele tirou a atenção do jornal e me encarou, aquele olhar rígido de sempre, mas abriu um sorriso.

─ Bom dia, Filho. Venha cá. ─ Chamou ele. ─ Sente-se do meu lado, sua mãe e eu temos uma novidade pra te contar. ─ Nesse momento, mamãe entrou pela sala com um olhar de emocionada ou coisa do tipo... não estava conseguindo distinguir de tantas possibilidades do que seria na minha cabeça.

─ O q-que seria? Eu não fiz nada de errado, fiz? ─ Olhei para mamãe e ela soltou uma risadinha.

─ Não, você não fez nada de errado. ─ Ela se sentou junto a nós.

─ Sabe Jungkook, me diga que dia será segunda-feira? ─ Perguntou ele.

─ Hum... ─ Pensei. ─ Primeiro dia. ─ Respondi.

─ Sim, dia primeiro você faz 18 anos. ─ Mamãe disse, e eu pensei, estava tão distraído nesses últimos dias que nem notei que estava tão próximo.

─ Sim, mas o que tem meu aniversário? ─ Perguntei.

─ Jungkook, venha comigo. ─ Papai dobrou seu Jornal, pegou as chaves da garagem e saio pela porta, e eu fiz o mesmo. ─ Sua mãe e eu decidimos que já estava na hora de você ter seu próprio carro, então... ─ Ele puxou uma capa enorme de cima do Volvo XC60 ─ Compramos um para você.

─ Puxa pai! É incrível! Olha só esse carro! ─ Não pude conter minha felicidade, assim não precisaria mais pegar metrô, não que seja algo ruim, mas era muito bom ter seu próprio carro. E essa manhã passou de terrível para menos terrível. ─ Obrigado, pai. Eu adorei.

─ Que bom que gostou. ─ Ele sorriu, e me entregou a chave. ─ Cuide bem dele, mocinho.

─ Obrigado, pai.

─ Vem, vamos tomar café da manhã.

Mamãe colocou o café na mesa, todos estavam em silêncio, papai lia seu jornal, e mamãe conferia seus e-mails. Estava entediado, estava sendo o pior café da manhã de todos, bom, até meu celular apitar chamando atenção deles.

─ Terminei, vou subir.

Coloquei meu prato na pia e subi as escadas me jogando na cama e abrindo as mensagens, sem conseguir conter a animação.

"Jungkook" escreveu ele

Posso te ligar?

Perguntou.

Claro.

Em alguns segundos meu celular tocou.

─ Jeon Jungkook... Sentiu minha falta? ─ Perguntou e imaginei que estivesse sorrindo.

─ Hum.

─ Isso foi um sim? ─ Perguntou.

─ Depende de como você encara um hum. ─ Mordi os lábios.

─ Então foi um sim, você é péssimo em disfarçar algo. Sabe... não pense que eu esqueci que você tem um compromisso comigo hoje!

─ Claro. O quê vamos assistir? ─ Perguntei.

─ Os mortos não morrem, nós somos eles. Ouvi dizer que é um ótimo filme. ─ Disse ele.

─ Que título bizarro, Taehyung.

─ Não me diga que tem medo de zumbis? Não creio em Jungkook. ─ Disse ele dando ênfase no meu nome.

─ Eu não tenho medo, só achei o nome bizarro... e sem sentido.

─ Você é bem crítico em! Deve ser bem difícil te agradar com algo. ─ Ele pareceu pensativo.

─ Talvez.

─ Nada é páreo para mim, pedra dura, tanto mole... pedra mole... ─ Ele ficou calado.

─ Eu entendi ─ Sorri. ─ O quê andou fazendo?─ Perguntei.

─ Meu tio me levou a Victory. Desculpa por não ter avisado, foi de última hora. ─ Respondeu.

─ Não precisa se desculpar. Tudo bem.

─ Eu preciso ir, te vejo hoje a noite.

─ Te vejo hoje a noite. ─ Sorri.

E então ele desligou.

Entre Vampiros e lobisomens - Taekook Onde histórias criam vida. Descubra agora